Quando o Amor Acontece Entre Amigas
Larissa. Era o nome no qual eu pensava dia e noite, desde o primeiro instante em que a vi. O ano letivo chegava ao fim e nunca mais a veria de novo. Ela iria para Florian�polis quando as aulas da oitava s�rie terminassem. E s� faltava uma semana. Seus pais tinham se mudado para l� e ela ficaria na minha casa, no Rio de Janeiro, at� o t�rmino das aulas. Minha m�e j� tinha at� se apegado à sua afilhada favorita, mas sab�amos que sua fam�lia j� estava bem fixada na cidade paulista. Uma �tima oferta de emprego atra�ra o pai dela para l� e sua m�e teve de ir junto. Para n�o atrapalhar a filha nos estudos ela tinha pedido à minha m�e, sua comadre, que cuidasse muito bem dela at� o fim do ano, quando ent�o embarcaria para junto dos pais. Para sempre. Larissa tinha 19 anos, mesma idade que eu. Me chamo Luana e desde a quinta s�rie estudei n�o s� na mesma escola, mas tamb�m na mesma turma que minha melhor amiga. E sempre escondi dentro do meu cora��o uma forte paix�o por ela. Tive meus namoros de inf�ncia com meninos da escola, mas nunca havia sentido meu cora��o bater t�o forte por algu�m como por ela. N�o me considero l�sbica, pois admiro muito os meninos e tamb�m os artistas de tv. E tamb�m nunca olhei para as meninas de uma maneira mais �ntima. Acontece que eu pura e simplesmente me apaixonei pela Larissa. E apesar desse sentimento t�o doce que eu trazia comigo por anos, em nenhum momento consegui juntar coragem de dizer a ela o quanto eu a amava.
O �nico jeito que eu tinha encontrado de ficar bem mais perto dela era uma foto que eu tinha tirado h� alguns meses, quando estreei a m�quina que ela havia me dado como presente de anivers�rio. Guardava essa foto no fundo da minha gaveta, onde ningu�m mexia, e sempre que ficava sozinha no quarto a pegava, deitava em minha cama e ficava horas olhando seus olhos, admirando seu sorriso, desejando que ela estivesse ali ao meu lado, n�s duas juntas, ardendo de paix�o e desejo. Nesta �ltima semana eu mal conseguia dormir, pois ficava at� altas horas admirando ela dormir na sua cama, que ficava ao lado da minha. Ela sempre dormia com seu pijama cor-de-rosa, o len�ol cobrindo-a at� os seios, as m�os repousando docemente sobre o travesseiro. N�o sei dizer quantas vezes me levantei e sentei em minha cama, procurando um �ltimo impulso que me jogasse ao lado dela, independente de sua rea��o. Mas n�o conseguia. Tinha muito medo de que ela se magoasse profundamente comigo e jamais quisesse olhar de novo na minha cara. Perd�-la assim seria horr�vel, n�o sei se eu suportaria...
Os pais da Larissa j� haviam mandado as passagens. Ela embarcaria no s�bado à tarde. A papelada da escola ficaria a cargo da minha m�e. Eu tentava achar alguma possibilidade dela ficar mais algum tempo... mas n�o tinha. Ela tamb�m n�o escondia a ansiosidade de conhecer sua nova cidade, seus novos amigos, quem sabe at� encontrar um grande amor... Isso do�a tanto dentro de mim... Se ela voltasse, seria apenas nos fins de ano. E v�-la t�o raramente seria insuport�vel.
Era manh� de segunda-feira e est�vamos no meio da aula enquanto todos esses pensamentos se chocavam em minha cabe�a. Vez ou outra meus olhos ca�am sobre a Larissa, sentada ao meu lado, com seus olhos fixos no que a professora dizia. Quando o sinal tocou e nos aprontamos para ir embora eu finalmente me decidi: Seria naquela tarde que eu contaria tudo pra ela. De um jeito ou de outro ela iria embora no fim de semana. E naquela tarde eu saberia se ela iria comigo em seu cora��o ou decepcionada com sua melhor amiga. Durante o trajeto da escola at� em casa permaneci calada, mantendo viva a coragem que por fim eu tinha encontrado. Ela at� brincou dizendo: "Ai amiga, que bicho te mordeu?". Apenas balbuciei: "Nada amiga... n�o � nada", e sorri para ela, sem deixar que ela percebesse o quanto eu estava ansiosa.
Chegamos em casa pouco tempo depois e fui logo preparar o almo�o. Minha m�e sempre chegava do trabalho por volta das 8h da noite e eu sempre fazia a comida. De noite ela chegava t�o cansada que eu j� deixava sua janta posta na mesa, bem quentinha. A Lissa (assim eu chamava minha amiga) foi para a �rea de servi�o, p�r as roupas na m�quina de lavar. A ada dia divid�amos as tarefas dom�sticas. Por volta das 2h tudo j� estava pronto e �amos assistir um pouco de tv e em seguida estudar. Aquele dia foi como os outros e quando j� passava das 4h fomos estudar no quarto. Ficava sempre eu deitada na minha cama e a Lissa na dela, mas cada uma deitada para um lado, de modo que fic�ssemos uma de frente pra outra. Fiquei quase uma hora tentando ler um livro de geografia, mas n�o me concentrava. Vez ou outra eu olhava, como sempre, para ela, enquanto ela fazia suas anota��es. Naquele dia eu estava t�o nervosa sobre o que eu tinha que fazer que nem me preocupei se ela me flagraria admirando seus olhos, sua boca... S� sei que os minutos passaram e eu n�o lia uma linha sequer do livro. De repente a Lissa levantou a cabe�a do caderno e seus olhos ca�ram em mim. Ficamos nos olhando por v�rios segundos at� que ela perguntou: "Que foi Ninha? T� com a cabe�a aonde?". N�o consegui dizer nada, s� baixei minha cabe�a pro livro. Ela se levantou e olhou firme nos meus olhos: "Se voc� t� com algum problema pode me falar amiga. Sabe que pode confiar em mim". Era agora, pensei. N�o podia mais adiar. Ela saberia de tudo. Me levantei e fechei o livro. Levantei da minha cama e me sentei na dela, bem ao seu lado. Seus olhos estavam cheios de preocupa��o, sem entender o que estava acontecendo. Minhas m�os foram at� as suas e as seguraram levemente. Estava muito perto dela, nossos olhos a menos de dez cent�metros uns dos outros. Olhamos fixamente uma para a outra e ela disse bem baixinho: "Ninha... por que voc�...". Antes que ela terminasse eu fechei meus olhos e me aproximei ainda mais dela. Lentamente minha boca chegou at� a dela. Eu a beijei. Foi um beijo delicado, de boca fechada. T�o desejado por mim que eu n�o queria parar nunca mais. Ela n�o correspondia, apenas ficou parada, surpresa com o que tinha acabado de fazer. Ap�s alguns segundos ela se afastou e me olhou assustada: "O que foi isso menina? Voc� t� maluca?". Eu pedi desculpas e me levantei. Recuperei o f�lego e voltei a sentar ao lado dela, t�o perto quanto estava antes.
Falei tudo. Meus sentimentos, as noites em que passei em claro admirando-a e desejando-a, a guerra dentro de mim, me perguntando se devia ou n�o contar à ela sobre o meu amor... Ela ouvia tudo sem olhar para mim, e eu n�o sabia o que ela achava de tudo aquilo. Quando terminei apenas disse, tamb�m baixando a cabe�a: "� isso, Lissa". Ficamos ali caladas por v�rios minutos e parecia que o mundo l� fora tinha parado e s� se ouviam as batidas dos nossos cora��es. Ela, ent�o levantou a cabe�a e olhou para mim, sorrindo: "Eu n�o imaginava, Ninha, jamais poderia...". ela se calou de novo e pegou em minhas m�os. Com um olhar doce ela me disse tudo aquilo que eu n�o queria ouvir: "Esquece isso, amiga. Acho que voc� est� confusa... Talvez minha viagem, o fato da gente n�o poder se ver mais, pelo menos durante o ano... voc� deve estar confusa". N�o pude conter uma l�grima que se formou e caiu pelo meu rosto: " N�o � isso Lissa, entende... � voc� que eu amo, � em voc� que eu penso. � s� voc� que eu quero". Ela puxou suas m�os bruscamente e disse: "� melhor voc� parar Luana. Ou vou me chatear muito com voc�". Ela ent�o se levantou e saiu, indo para a rua. Pela primeira vez eu me sentia totalmente sozinha. Tinha perdido a pessoa que eu amo. Ela nunca ia me perdoar. Deitei na cama dela, agarrei seu travesseiro e chorei. Tinha dado tudo errado.
A Larissa voltou por volta das 7h da noite. Entrou no quarto e me viu chorando em sua cama. Ela se sentou ao meu lado e acariciou meus cabelos. Era tudo que eu desejava e precisava naquele momento. Ent�o ela disse: "Desculpa amiga se magoei voc�... mas entenda meu lado tamb�m. Eu jamais poderia imaginar que todo aquele seu carinho por mim era mais que amizade. Foi um choque saber que minha melhor amiga � apaixonada por mim. Voc� deve ter percebido como fiquei surpresa quando voc� me deu aquele beijo". Sorri e ela secou as minhas l�grimas com seus dedos. Depois abriu os bra�os pedindo meu abra�o. Me levantei e a abracei bem apertado dizendo: "Eu amo voc�. S� te pe�o que nunca se esque�a disso Lissa. Eu amo voc�". Quando ela respondeu senti uma imensa felicidade percorrer todo meu corpo: "Eu nunca vou esquecer, Ninha".
Tudo ficou bem entre n�s duas naqueles �ltimos dias. Uma respeitando os sentimentos da outra. Parecia que n�o tinha acontecido nada, continuamos a estudar à tarde no quarto e às vezes nossos olhos se encontravam. Ent�o ela sorria pra mim, mostrando que embora n�o pudesse corresponder meu amor ela tinha um carinho muito especial por mim. De vez em quando eu deitava no colo dela depois que acab�vamos de estudar e ela acariciava meus cabelos, enquanto seu olhar se perdia dentro do meu.
No s�bado à tarde fomos eu e minha m�e lev�-la no aeroporto e antes de embarcar nos abra�amos longamente. Ela se afastou, sem largar minhas m�os. Quando nos soltamos ela seguiu pelo corredor de embarque e antes de desaparecer olhou uma �ltima vez para mim e sorriu docemente. Sorri em retribui��o e ela se foi. Mas durante aquele sorriso, uma cena que sempre ficar� n�tida na minha mem�ria, eu senti l� no fundo do meu cora��o que um dia ir�amos nos ver de novo. E esse era a partir dali o maior sonho da minha vida.
As f�rias foram passando e a saudade dentro de mim era cada vez mais intensa. Eu n�o largava a foto da minha amada o dia inteiro, e na hora de dormir a colocava por baixo do travesseiro. Ver a cama dela vazia durante a madrugada me deixava com l�grimas nos olhos. Mas eu tinha que seguir em frente e s� esperava que estivesse tudo bem com ela. Assim que chegou de viagem ela me mandou um postal de Florian�polis dizendo que tinha amado o lugar, que era como ela sonhou e que um dia queria que fosse visit�-la. Ao final da mensagem ela escreveu: "Um beijo da sua Lissa". Apesar de toda sua relut�ncia em ceder ao meu amor eu sabia que l� dentro dela um sentimento pelo menos parecido aflorava. E n�o era apenas sentimento de amizade.
Ap�s aquele postal n�o tive mais contatos com ela por um bom tempo, pois logo ela viajou com um grupo de f�rias pelas praias de Santa Catarina. Enquanto isso eu ficava o dia inteiro em casa, n�o ia sequer na esquina ver o movimento, falar com as pessoas. Minha m�e sempre trabalhando achava que eu estava curtindo bastante meus dias de folga. No final de janeiro, por�m, a Lissa votou a escrever. Contou sobre a viagem pelas praias e me convidou para passar o carnaval com ela. Foi a primeira vez em dias que um sorriso brotava em meu rosto. Minha m�e amou a id�ia e me deu autoriza��o imediata para embarcar. No fim de semana seguinte eu j� estava voando para perto da minha amada amiga, e n�o via a hora de sentir seu abra�o e o calor de seu corpo de novo.
N�o disse a ela quando ia, queria fazer uma surpresa. Quando cheguei a Florian�polis peguei um t�xi e segui sem escalas para a casa da Lissa. Era um pr�dio bem pertinho da praia e perguntei ao porteiro pela m�e dela. Ele disse que ela e o marido estavam trabalhando e que a Larissa estava num quiosque na praia. Pedi para deixar minha mala com ele, agradeci e fui atr�s da minha amiga. Procurei por ela mas n�o achava. Caminhei pela areia, imaginando que ela de repente surgiria diante de mim. Fiquei ent�o admirando o mar, desejando estar logo com ela naquele para�so. Enquanto olhava as pessoas nadando vi uma menina surgir de baixo da �gua, como uma seria. Era ela. Meu cora��o come�ou a bater forte em meu peito, minhas pernas ficaram bambas e eu s� conseguia olhar para ela, tentando com meus olhos cham�-la para perto de mim. Segurei ent�o minha emo��o e entrei na �gua de roupa e tudo. Fui me aproximando cada vez mais, e quando estava a uns cinco metros dela, ela se virou para mim e me viu. Nossos sorrisos se formaram instantaneamente. Ela gritou: "Ninha!!!" e eu abri meus bra�os para finalmente receb�-la. A segurei bem apertado entre meus bra�os e disse pertinho de seu ouvido: "N�o me deixe nunca mais, Lissa, nunca mais, por favor". Ela se afastou um pouquinho, olhou dentro de mim e disse: "Vem. Tem um lugar que quero que voc� conhe�a. O nosso lugar, Ninha".
Seguimos de m�os dadas pela areia at� o final da praia. Andamos por quase meia hora at� encontrarmos uma faixa de areia isolada, sem ningu�m, sem nenhum som por perto, a n�o ser da natureza e dos nossos p�s. Por fim paramos e ela se aproximou de mim. Ent�o sua boca disse tudo que eu sonhei aqueles anos todos: "Agora sei amiga. Agora sei o que voc� sente por mim. E sei disso por que s� agora percebi o quanto voc� significa para mim. Eu te amo, ninha. Te amo muito". Nossos olhos n�o conseguiam desviar uns dos outros. Suas m�os pegaram as minhas e nossos l�bios se tocaram. Abri minha boca e minha l�ngua pedia a dela. Ela me atendeu e nossos corpos se juntaram. Ela soltou minhas m�os e acariciou minhas pernas. Escorregou depois para meu bumbum e o apertou por cima da minha saia. Meus dedos tiraram a parte de cima de seu biquini e apalparam seus seios. Eram sedosos, meigos, delicados. Separamos nossas bocas e com um sorriso desci para beijar seus mamilos. Minha l�ngua saboreou casa um deles, enquanto ela me despia por completo, jogando minha sai, minha blusa e minha calcinha para longe. Minhas m�os desceram pelo seu corpo e tiraram a parte de baixo do biquini. Est�vamos as duas nuas, sentindo o prazer nascer dentro de n�s assim como nossos p�s sentiam a areia. E na areia eu me deitei logo em seguida e a Lissa veio por cima de mim. Mordeu de leve meus mamilos e colocou uma das m�os sobre minha xana. Abri minhas pernas em retribui��o e seus dedos mergulharam dentro de mim. Era nossa primeira vez. Enquanto eu sentia cada movimento dela l� dentro, indo at� o fundo e voltando, de in�cio bem devagar, mas aos poucos acelerando, acelerando, acelerando... Sua boca abandonou meus seios e procurou novamente meus beijos. Enquanto nossas l�nguas se enroscavam numa guerra de tes�o minhas m�os procuraram sua xana. Penetrei ent�o um dedo de cada vez na minha amiga e a intensidade do nosso beijo aumentou cada vez mais. Ela serpenteava seu corpo por cima eu serpenteava o meu por baixo. Est�vamos chegando l�, juntas. Um vulc�o pulsava dentro de n�s duas. O orgasmo se aproximava e num grande grito de prazer, seguido por gemidos de felicidade n�s gozamos. Foi uma sensa��o maravilhosa, incompar�vel, absolutamente delirante. Sa�mos uma de dentro da outra. Sua m�o veio at� minha boca e eu beijei seus dedos um a um. Ela fez o mesmo com os meus, sorrindo e sussurrando: "Esse � o meu gosto?". Nos abra�amos mais uma vez e assim ficamos por um bom tempo. Sem nos mexer ela me contou como havia sentindo minha falta durante a viagem, como desejou que estivesse perto dela em cada praia que ela visitava. E foi no meio desses desejos que ela se deu conta do amor que sentia por mim. "Sempre sonhei com isso, Lissa. H� anos tenho desejado estar com voc�, assim, n�s duas formando uma s� mulher". Ela respondeu entre risos sapecas: "Precisamos compensar parte desse tempo". Me puxou ent�o para cima dela e eu me sentei sobre suas pernas. Sem me levantar virei de costas para ela e deslizei meu corpo para perto de seu rosto e deitei com meus l�bios sobre sua xana. As m�os dela seguraram as minhas pernas e ela tamb�m encostou a sua boca na minha xana. Ent�o nossos l�bios come�aram a beijar os pelinhos uma da outra. Depois, ao mesmo tempo, colocamos nossas l�nguas para fora e ela beijou os l�bios de dentro de mim enquanto eu beijava os l�bios de dentro dela. Mergulh�vamos nossas l�nguas cada mais fundo, com um desejo cada vez maior, aumentando tanto a intensidade como a velocidade. Enquanto isso nossos corpos tremiam e se for�avam um contra o outro, com minhas m�os agarrando suas pernas e ela agarrando as minhas. Ficamos namorando assim por mais de uma hora at� que viajamos juntas de novo em dire��o ao orgasmo. Fomos chegando, chegando... at� que aquela onda nos invadiu novamente, e o sabor do prazer percorreu nossas l�nguas. Senti um sabor delicioso vir l� dentro de sua xana e minha amiga sentia a mesma coisa. Mesmo ap�s gozarmos ficamos por v�rios minutos uma com a l�ngua dentro da outra, sem querer desperdi�ar uma �nica gota daquele gosto. Quando conseguimos parar voltei a me sentar sobre ela e me virei de frente, vendo toda a alegria que brotava do seu rosto. Ela viu o mesmo em mim e levantou seu corpo ao meu encontro. Juntamos nossos seios e demos um abra�o apaixonado. Est�vamos saciadas, nossos desejos realizados, mas sab�amos que quer�amos mais. Era muito pouco comparando ao tempo que perdemos, aos anos que jogamos fora, escondendo uma paix�o t�o quente, um amor t�o bonito. Permanecemos nessa posi��o por um bom tempo, nos beijando, nos abra�ando, dizendo uma para a outra "eu te amo", numa troca de car�cias inocentes e sapecas. Quando a tarde j� ia embora nos preparamos para ir para casa. Os pais dela s� voltariam por volta das 8h da noite, portanto ter�amos tempo para botar todo nosso papo em dia, depois de uma t�rrida tarde de amor, onde s� os nossos corpos tiveram o que falar.
Aqueles dias foram um verdadeiro conto de fadas. Acord�vamos logo cedo para aproveitar cada minuto. Faz�amos amor ao raiar do dia na cama, às vezes na dela, às vezes na minha, que ela havia comprado especialmente para aquele ver�o. Depois �amos à praia e ap�s o almo�o, l� pelas 4h, segu�amos para a nossa praia, o nosso lugar. Um lugar que s� n�s duas conhec�amos. E que seria a �nica testemunha de uma paix�o que era ao mesmo tempo delicada e t�rrida. Testemunha de como era o amor quando ele acontece entre amigas.