L� pelos meus 19 anos, a moda era fazer camping. Todo adolescente tinha que fazer parte de uma turma que acampava. Os locais perto do Rio mais frequentados eram Cabo Frio, Araruama, Iguaba e Mangaratiba. Mas meu grupo conhecia um lugar dentro do Parque Nacional da Serra dos Org�os (Sub sede) que n�o era famoso por ser pequeno e com infra-estrutura prec�ria.
Num final de semana prolongado os colegas da escola e alguns agregados (primos e amigos) resolveram acampar nesse parque. Tudo combinado, hora marcada, ponto de encontro fechado na rodovi�ria e ... eu me atrasei e perdi o grupo. O outro �nibus que ia para Teres�polis s� sairia tr�s horas depois e fiquei esperando l� na plataforma. E a�, coincid�ncias da vida, um rapaz mais ou menos da minha idade, cabelo louro crespo, tipo cabelo de anjo e bonito, se aproximou e perguntou se eu tamb�m estava desgarrado. Ele tamb�m havia se atrasado e perdeu o grupo dele.
Ficamos batendo papo, o Rafael era um cara bastante legal, t�nhamos muitas afinidades, est�vamos na mesma s�rie da escola e ele me perguntou porque eu n�o ia com ele para B�zios, j� que eu n�o conhecia a cidade e o �nibus sairia mais cedo. Sabem o que � o “momento de decis�o”? Vacilei um segundo s� e topei a virada na viagem. Em meia hora estava no �nibus para Arma��o de B�zios e feliz da vida por me vingar dos amigos que n�o me esperaram.
Mais ou menos tr�s horas depois, n�o me lembro bem, mas j� estava escuro, chegamos à B�zios. Descemos do �nibus no meio do nada, mas era a estrada principal, e seguimos à p� na dire��o da praia de Gerib�. Foi meia hora de caminhada no escuro, pouqu�ssimas casas na regi�o at� chegarmos a uma praia deserta, praticamente desabitada. Tinha apenas um bar no lado esquerdo, chamado Severina e do outro lado da praia, nada. E foi para esse lado que fomos. Quando chegamos no lugar verifiquei, meio preocupado, que n�o tinha grupo nenhum esperando a gente. Fiquei com medo de ter sido atra�do para alguma armadilha, mas o Rafael me tranquilizou e disse que o pessoal devia ter ido para outra praia, que em B�zios tem 19 praias e etc e que era melhor a gente ficar por ali aquela noite e no dia seguinte a gente sairia para procurar o pessoal.
Pela descri��o da cidade e da praia, os leitores mais velhos j� devem ter percebido que eu falo de 40 anos atr�s. Gerib� era realmente um local deserto e n�o existia o celular. N�o havia como telefonar para quem quer que seja e saber onde estava o pessoal. E a praia estava totalmente deserta. Era arriscado para mim que nem conhecia o cara, mas era meio que emocionante estar em uma praia s� para voc� e eu sentia que o Rafael era algu�m em quem eu podia confiar. Portanto, topei a parada. Ajudei ele a montar a barraca dele (barraca mesmo) e nos organizamos. Era uma barraca pequena para duas ou tr�s pessoas e coube tudo o que trouxemos. Feito isso, fomos at� o bar Severina do outro lado da praia, uns seiscentos metros mais ou menos e ficamos tomando cerveja. �ramos menores de idade, mas servir cerveja a menores j� era permitido em B�zios naquela �poca.
Muita cerveja depois, voltamos caminhando pela praia com os p�s dentro da �gua at� a parte onde estava a barraca. No caminho ficamos observando a paisagem incr�vel. Uma lua de desenho animado de t�o bonita e seu reflexo nas �guas calmas do mar dava um efeito prateado em tudo. Em frente à barraca, ficamos sentados à beira da �gua, observando o mar e a lua, falando umas bobagens sem sentido at� que aconteceu uma coisa inesperada. Sem mais nem menos, o Rafael se levantou, tirou toda a roupa e foi para dentro da �gua. Completamente nu. Eu n�o podia acreditar, achei que ele tinha surtado, coisa de hippie dos anos 70. Com a mar� baixa, �gua retirada l� para baixo, ele estava andando nu com �gua pelos joelhos n�o sabia at� onde. Gente, at� ent�o eu n�o tinha pensamentos homo-er�ticos, mas aquele rapaz magro, de corpo bonito, bem proporcionado, quase sem pelos, parecia que estava andando pelo reflexo da luz do luar na �gua, era uma imagem muito bonita e sensual. Eu n�o conseguia tirar os olhos do seu corpo bonito e estava ficando excitado com aquele vis�o inusitada. Um garoto n� em plena praia de Gerib� !!
Bom, encurtando a hist�ria, ele me chamou para ir tamb�m, mais de uma vez e, com alguma relut�ncia acabei obedecendo. Tirei minha roupa e fui pelado para dentro do mar. Andei at� onde ele estava e como estava muito raso ainda, ficamos sentados dentro a da �gua que batia mais ou menos no nosso peito. Continuamos a conversa que est�vamos tendo na areia da praia mas estar junto daquele rapaz bonito e sem roupas dentro do mar me deixou com o pau completamente duro e eu tentava inutilmente disfar�ar. Ele sacou o que estava acontecendo e disse que n�o tinha grilo n�o, que era normal aquilo. Disse que j� estava costumado e que eu n�o precisava ter medo de nada. E, sem mais nem menos, aproximou-se de mim e pegou no meu pau. Fiquei sem rea��o mas n�o fiz nada para ele parar. Ele ficou brincando com meu pau duro at� que emd eterminado momento aproximou-se de mim e me beijou na boca.
Eu ainda estava hipnotizado, n�o esbo�ava qualquer rea��o, s� sei que em minutos est�vamos nos agarrando dentro da �gua, nos beijando e acariciando e eu tendo sensa��es com as quais j� havia sonhado mil fantasias, por�m com mulheres. Eu passava a m�o por todo o corpo do Rafael, peguei em seu membro r�gido percebendo como � diferente pegar no pau de outro homem quando s� se conhece o seu pr�prio. Sent� seu corpo liso, excitante. Vibrei com o calor do seu corpo grudado ao meu, contratando com a �gua fria. Meu Deus, como ele era lindo. Ali�s, ficava cada vez mais lindo. N�s nos masturbamos, um ao outro, enquanto nos beij�vamos na boca, no pesco�o, na orelha. Ele me mordia nos ombros e me deixava maluco. Eu nem sabia como corresponder, s� imitava seus gestos em retribui��o. E me lembro que estava gostando demais daquela experi�ncia mesmo sem entender o que estava acontecendo comigo. Poucos minutos durou nossa esfrega��o pois gozamos muito r�pido.
N�s nos levantamos e voltamos para a praia. J� estava esfriando um pouco e recolhemos nossas roupas e fomos para dentro da barraca. Acendemos uma lanterna de pilha para iluminar um pouco o interior e abrimos os sacos de dormir por inteiro, formando uma cama �nica. Nos deitamos lado a lado e depois de algum momento de timidez nos abra�amos. Ele me perguntou se eu estava legal e se eu tinha gostado do que havia acontecido no mar. Respondi que tinha sido a primeira vez que tinha acontecido alguma coisa como aquela na minha vida, mas que tinha gostado demais. Ele, ent�o, aproximou seu rosto do meu, beijou minha boca e disse que a gente podia continuar se eu ainda quisesse. Havia muita coisa para eu aprender ainda.
Ele apagou a lanterna e, no escuro total que ficou a barraca, come�ou a beijar meu corpo. Todo o corpo. Come�ou pelo peito, lambeu meus mamilos demoradamente e continuou me beijando e descendo at� chegar no meu pau, muito r�gido, que ele rapidamente engoliu. Me chupou deliciosamente, do jeito que eu achava que um dia iria acontecer, me lambeu todo, das bolas at� a cabe�a e me masturbava devagar, sempre no mesmo ritmo em que engolia meu pau. Passava a m�o na minha bunda e a apertava e, de prop�sito, deixava um dedo passar pela entrada do meu �nus, o que me deixava arrepiado, era uma sensa��o muito estranha para mim. Estranha e gostosa. Depois parou. Percebi que ele se afastou um pouco e mexeu em alguma coisa na mochila, mas logo estava de volta.
Dessa vez, sentou-se sobre mim com as pernas dobradas uma de cada lado do meu corpo nu. Com uma das m�os pegou meu pau e foi ro�ando em sua bunda. Delicadamente esfregava meu p�nis pelo seu �nus como se fosse um pincel. Sentia que aquela parte do seu corpo estava �mida, muito �mida, foi quando ele apontou a cabe�a do meu pau para o �nus e sentou-se devagar sobre ele. Penetrei seu �nus estranha facilidade. Ele mantinha o controle e ia fazendo todos os movimentos me fazendo entrar e sair de dentro dele. Pegando o ritmo, comecei a mexer com meu corpo para cima e para baixo, tentando acelerar os movimentos para sentir cada vez mais prazer. Ele pediu para ir devagar e eu obedeci. E devagar fomos fazendo um sexo gostoso, muito gostoso.
Depois de um tempo naquela posi��o ele saiu de cima de mim e deitou-se de bru�os ao meu lado. Pediu que eu me deitasse por cima dele e que continuasse o que est�vamos fazendo. No escuro, passei as m�os na sua bunda firme e lisa e me coloquei sobre seu corpo. Com dificuldade procurei o lugar certo mas ele me ajudou com sua m�o e recomecei a penetr�-lo. Sempre devagar como ele havia pedido, mas agora deitado sobre seu corpo, sentindo o cheiro do seu cabelo, da sua pele macia. Enquanto comia aquele anjo que me apareceu em plena rodovi�ria, beijava seu pesco�o, seus ombros, suas costas. Rafael, se mexia bem devagar, deitado sobre seu peito, com as pernas ligeiramente afastadas, apenas o suficiente para eu me alojar dentro dele. Ele parecia que estava aproveitando o momento, como se eu tivesse alguma compet�ncia naquelas artes muito novas para mim. Procurei suas m�os. Meus dedos se entrela�aram com os dele e senti quando ele apertou minha m�o com for�a e gemeu dando um longo suspiro. Ele estava em pleno orgasmo. Foi t�o bonito que eu esqueci de mim. S� pensava que tinha conseguido dar aquele anjo um momento m�gico de prazer. Eu procurava perceber o que ele estava sentindo, que prazeres ele tinha tido comigo. Mas foi s� at� perceber que eu estava quase gozando tamb�m. Acelerei um pouco mais os meus movimentos, era imposs�vel continuar sem chegar ao cl�max. Tentei ir mais fundo, n�o parar nunca de penetr�-lo, mas tinha medo de o machucar e retomava o ritmo que ele havia ensinado. E logo explodi dentro dele em um gozo nunca sentido em minhas masturba��es solit�rias. Como ele, eu tamb�m gemi de prazer e ao fim, fiquei prostrado, deitado sobre ele e, mais importante, ainda dentro dele.
Assim ficamos por alguns minutos at� que a necessidade de conforto nos colocou de volta, cada um no seu lado da cama improvisada. Ele virou-se para mim e disse que eu tinha me sa�do muito bem para um principiante. Entretanto, ficou s�rio e disse que amanh� ir�amos procurar os amigos dele e ningu�m poderia saber de nada do que tinha acontecido entre a gente. Por isso a gente tinha que se vestir para o caso de algu�m aparecer antes de acordarmos. Antes de dormir, beijou me na boca novamente e disse que gostou de mim. Fiquei acordado olhando o escuro, pensando no que havia feito. Como aquilo havia acontecido? Como a minha vida mudaria depois de tudo isso? Por fim, dormi.
Acordei às seis da manh� com a claridade que entrava pela abertura da barraca. O dia estava muito bonito com aquela tonalidade de azul bem clara que s� v� quem acorda muito cedo. Do lado de fora da barraca os cachos louros do cabelo de Rafael brilhavam ao sol e seus olhos azuis pareciam refletir a cor do c�u. Sorriu para mim e disse um bom dia como se nada tivesse acontecido. Ele vestia um jeans desbotado e uma camiseta regata branca bem justa. Acho que ningu�m tinha o direito de ser t�o bonito assim. Deus caprichou quando fez aquele rapaz.
N�o falamos sobre nada do que aconteceu na v�spera embora eu tivesse uma necessidade enorme de esclarecer coisas, tirar d�vidas de dentro de mim, entender o que aconteceu. Desarmamos a barraca falando sobre bobagens e, quando tudo estava empacotado nas mochilas, andamos de volta para a estrada principal de B�zios onde pedimos carona para Azedinha, outra praia paradis�aca que era uma alternativa para encontrar o grupo. De fato, encontramos seus amigos do col�gio Santo In�cio e passamos o resto do final de semana nos divertindo como se nada tivesse acontecido entre a gente.
Foi um final de semana surpreendente para mim, sob todos os aspectos e quando j� est�vamos de volta à rodovi�ria no Rio, ele se despediu de mim de forma carinhosa, como se f�ssemos velhos amigos, me abra�ando. Depois, me olhou nos olhos e disse em voz baixa, para s� eu ouvir:
– “Gostei muito de voc�”.
Virou-se e foi embora com os colegas.