Conversava com umas amigas num barzinho, happy hour de quinta passada, quando surgiu o assunto de sexo no trabalho. Uma de minhas amigas estava indignada com uma coleguinha casada de 28 anos que resolveu satisfazer rotineiramente os instintos do chefe. A cerveja descia e a indigna��o dela aos 42 anos subia.
Eu sei que sou uma mulher dura e dif�cil, de temperamento forte. Tem amigo que me chama carinhosamente de venenosa. E n�o levo desaforo de homem para casa. Mas sei tamb�m que sou bonita e atraente, gosto de sexo e se eu quiser � f�cil. Aos 19 anos j� tinha corpo de mulher, loira de olhos verdes, muito peito, muita bunda, os homens n�o tinham como advinhar minha idade e eu s� contava quando queria.
Na mesa empres�rias e executivas bem sucedidas, casadas, m�es de fam�lia, todas bonitas, bem fornidas e experimentadas na cama. Fechou-se o cerco contra a ad�ltera. Uma disse que ela devia ser ninfoman�aca. A outra contou que em seu ambiente de trabalho se algu�m disser que vai chover pica as mulheres correm para tomar chuva de pernas abertas. Baixo astral. Moralismo irrita. S� quem pode gostar de sexo � homem.
A indigna��o dela passou para mim invertida. Mas eu sou fria, n�o me exalto facilmente. Garota rica, mimada, cobi�ada, mas sempre batalhei. Recebia mesada maior que meus sal�rios e n�o desistia de trabalhar. Comecei aos 19 anos e independemente de vir de uma fam�lia rica, cedo j� era dona de meu nariz por mim mesma.
Mais umas cervejas ouvindo aquilo eu disse que ia confessar um segredo bem baixinho. Sil�ncio imediato. Todas coladinhas para ouvir. Ficaram de boca aberta. Contei que minha primeira experi�ncia como amante de um homem foi aos 21 anos, ele era meu chefe e acontecia no ambiente de trabalho. Elas ficaram me olhando sem saber o que dizer. A� completei que nessa �poca eu tamb�m tinha namorados e de vez em quando transava com eles. At� essa informa��o ele era um ad�ltero tarado e eu uma jovem inocente. Quando eu disse que transava com meu chefe mesmo tendo namorado, inferno.
Eu me divertia com as contor��es do moralismo na conversa de minhas amigas. N�o havia ali inocente, nenhuma de n�s podia reclamar de falta de pica na vida. Mas a vontade de condenar a jovem que eu fui rapidamente ficou maior, o foco j� era eu, se eu dava mole, como eu ia vestida. Ele me dava tes�o, eu dava tes�o a ele, s� isso. Fui curta e grossa, para mudar o astral. A combina��o de pau duro e buceta molhada � foda. A� a barreira do moralismo n�o aguentou. Riso geral, mudou o clima. Ufa.
Mas para n�o deixar barato a coisa, chamei todas novamente para perto e confessei baixinho que mesmo depois, j� em minha carreira de executiva transei com "chef�es" e fechei neg�cios na cama. Todas de boca aberta novamente. Ohhhh! Mas voc� j� estava casada! A� eu piorava a situa��o. Sim, mas a ocasi�o faz o ladr�o e eu escolhia bem, eram na marioria gringos, lindos de morrer, homens BBB. Todas intrigadas. Homens BBB? Fiz charme e revelei: bons, bonitos e bem-dotados! A gargalhada foi t�o alta que chamou a aten��o das mesas ao lado, o barzinho lotado de homens. O que restou do moralismo desceu na sess�o de xixi. Cada uma que se levantava rebolante recebia a homenagem de todos os olhares na ida e na volta.
Reunidas novamente pedimos as �ltimas cervejas, mas o assunto ainda incendiava. Uma mulher casada e bem casada, profissional de sucesso, vida feita, m�e de fam�lia, satisfazendo sexualmente gringos e fechando neg�cios na cama. Era demais para elas. Lancei meu olharzinho de pantera, todas se aproximaram novamente e confessei que em minha carreira de executiva tinha feito mais sexo no ambiente de trabalho com subordinados do que com "chefes". O jogo da verdade foi longe demais. A assunto consumiu nossa noite. Eu estava bem, elas n�o sei.
Percebi o momento e pedi a conta. Ainda � cedo, disseram. Liguei no celular de meu motorista. Minutos depois ele apareceu, um gato. Fiz quest�o de apresent�-lo. Todas admiradas. Enquanto ele resolvia nossa conta, nos desped�amos. Ele voltou, me deu o bra�o, eu o tomei, me virei para elas e tenho certeza de que deixei todas na inveja e na indigna��o, disse que ainda tinha umas coisas para fazer antes de chegar em casa.
Vou esperar sentada o pr�ximo convite para nossa happy hour.