1a. TRAI��O: INICIO DE UMA VIAGEM SEM RETORNO
Vou me chamar aqui de Ver�nica, pq a hist�ria que relatarei � ver�dica, e minha inten��o n�o � expor a mim e aos outros, mas ouvir os coment�rios de vcs, pq realmente ando meio confusa depois do que aconteceu.
Tenho 27 anos, sou bonita, chamo aten��o geralmente pelos meus cabelos lisos e longos, meu rosto bonito, e pelo meu corpo bastante curvil�nio. Namoro h� 2 anos com um rapaz oriental, e somos bastante ligados um ao outro. �s vezes penso que precisamos das rela��es est�veis por causa da companhia e da depend�ncia que gostamos de ter. Pelo que eu vivi, penso que escolher algu�m para compartilhar a vida � uma combina��o entre o ranking de requisitos que cada um elege, e aquilo que o acaso coloca em nossa frente.
Sempre consegui ser fiel. Se j� tra� um par de vezes em minha vida, posso dizer orgulhosa que foram situa��es com atenuantes: um hiato de namoro adolescente, quando o casal concordou em dar um tempo (e a�, sei bem que ambos experimentaram novos parceiros), ou em um caso onde eu sinceramente nem sabia se tratar dum namoro... o coitado � que se iludiu. Mas tirando estas duas exce��es, sempre fui fiel, pq assim fui criada, valorizando o respeito num casal. E confio que meu namorado, que aqui chamarei de Carlos, tb sempre tenha sido. A id�ia � aos poucos progredirmos nesta rela��o, at� o dia em que moraremos juntos. Conversamos carinhosamente sobre um futuro onde teremos filhos, e nos declaramos um ao outro. Tudo parece certo.
Mas a estabilidade e a depend�ncia n�o s�o tudo que uma mulher precisa numa rela��o.
Eu trabalhava num dos grandes jornais de SP na �poca, e escrevia para o caderno de turismo. Frequentemente passei a ser enviada para outros estados, para cobrir festas gastron�micas, religiosas ou folcl�ricas, ou para avaliar novas pousadas, muitas vezes em recantos paradis�acos. Certa vez uma luxuosa pousada nova em Monte Verde - recanto apropriado para namorados se enfurnarem debaixo dos edredons dos chal�s, acenderem a lareira, e curtirem um ao outro -, ofereceu ao jornal uma visita com hospedagem de fim de semana para casal. Convenci Carlos e fomos l�, sabendo que eu entrevistaria rapidamente um par de h�spedes que encontrasse, faria um tour com o dono da pousada pelas depend�ncias, provar�amos o fondue da casa e passar�amos a maior parte do tempo curtindo mesmo, sem gastar um tost�o. Estava animad�ssima com isto, e achando que prestava um grande servi�o para o nosso relacionamento. Mas Carlos sempre foi bastante cr�tico em rela��o ao jornalismo, e se na maior parte das vezes eu concordava com ele, nunca imaginaria que isto algum dia se voltaria contra mim.
Chegamos l� no in�cio da tarde de um s�bado, e o lugar era muito chique, o que de cara deixou Carlos inibido. Ele n�o curte mesmo ostenta��o, e costuma se sentir mais à vontade em lugares simples, com gente simples, apesar de vir de uma fam�lia de classe m�dia-alta e ter forma��o privilegiada, assim como eu. Mas ali, de fato, tudo era um pouco demais da conta... nosso carro (ali�s, do Carlos) era o piorzinho: s� v�amos carros importados, jipes. Os casais vestidos como se fossem passar por sess�o de fotos de alguma revista de celebridades. A arquitetura da pousada era bastante moderna, um pouco discrepante em rela��o à apar�ncia r�stica que desejavam imprimir em certas coisas. Mas o local se valorizava pelo uso de pedras, m�rmore, granito, madeirames s�lidos, vidra�arias amplas, tudo de muito bom gosto. Estava tentando n�o me infectar com as cr�ticas muitas vezes engra�ad�ssimas que Carlos cochichava na minha orelha, pq tento sempre ser imparcial, descartando meu gosto pessoal da an�lise que tenho que fazer. O chal� era muito espa�oso, e realmente prop�cio para uma lua de mel adiantada. Carlos tentou me pegar de jeito antes do almo�o, mas eu quis criar uma expectativa nele, e disse que o dono da pousada me aguardava para o tour. A fome dele teria que esperar.
O dono da pousada foi muito simp�tico, obviamente ele queria ver na semana seguinte uma bela mat�ria que o ajudasse a lotar aqueles chal�s. Tirei muitas fotos, perguntei detalhes sobre a arquitetura, depois tentei ligar um pouco da trajet�ria de vida dele ao nascimento da pousada. Ele me apresentou a toda sua equipe. Fiquei meio chocada, pois Carlos tinha raz�o: a maioria das pessoas que ali trabalhavam no atendimento ao p�blico era realmente produzida, desde a mo�a da recep��o at� os gar�ons. Carlos havia me cochichado: as madames e os casais dessa burguesia pervetida devem adorar corromper belos e jovens matutos. De fato, quando o dono da pousada levou-me para conhecer a academia, pude notar que uma h�spede de seus quarenta anos puxava conversa com o rapaz que lhe trouxe um suco na bandeja, e sugestionada pelas palavras de Carlos, quis ver coisas ali, num simples ato de simpatia.
Voltei ao quarto e Carlos n�o estava l�. Aproveitei para relaxar na banheira quente, o frio estava chegando com a noite, e queria abrir meus apetites... a �gua quente, a espuma, a hidromassagem e aquele jogo subterr�neo, sensual e hierarquizado entre h�spedes e empregados n�o sa�a de minha cabe�a. Meu pr�prio corpo come�ou a me excitar naquele momento. Carlos chegou, tinha dado um passeio a cavalo. Desta vez ele � quem moderava, tinha entendido meu jogo de sedu��o e estava mesmo disposto a esperar at� depois do jantar. Pena, porque naquele momento eu queria, muito... mas a conviv�ncia e intimidade tamb�m nos priva de qualquer novidade e afoba��o, e acho que para Carlos foi f�cil segurar o desejo. Tomou banho, n�s nos arrumamos e fomos experimentar o fondue.
Enquanto est�vamos na mesa comentei que deveria ainda tentar falar com mais algum casal de h�spedes, n�o estava plenamente satisfeita apenas com a simpatia da madame na academia. Carlos n�o queria mais se separar de mim, ent�o prop�s que eu entrevistasse a ele. Eu ri. Mas logo em seguida ponderei: "realmente, voc� n�o deixa de ser um h�spede... e como tal, tem sua opini�o". Entrei na brincadeira e perguntei qual era o motivo de sua vinda àquela pousada. Carlos olhou fundo em meus olhos e disse, com muita firmeza, que tinha encontrado a mulher de sua vida, e queria lev�-la para todo lugar onde tivessem a chance de construirem juntos uma mem�ria em comum. Fiquei arrepiada. Estava adorando aquilo. O vinho chegou no momento exato, fazendo-me n�o estragar o faz de conta ainda, mesmo que naquele momento tudo que queria fosse beij�-lo. Perguntei ent�o quais eram as impress�es mais marcantes daquela pousada para ele. Ele ent�o respondeu que a pousada parecia um "placebo": enganava os ot�rios como se fosse um rem�dio, mas era s� farinha; no entanto, parecia funcionar para a maioria, porque todos ali eram muito sugestion�veis. Aquela resposta me deixou irritada. Eu j� tinha tirado meu caderninho da bolsa e estava anotando suas respostas, mas a� vi que aquela "entrevista" jamais daria certo. Ele estava claramente me usando para tentar fazer publicar suas ironias �cidas, e aquilo n�o s� pegaria mal para o jornal (que Carlos sempre atacava), certamente deixaria o dono da pousada furioso, e tamb�m fez eu me sentir uma trouxa, sendo usada por ele e feita de palha�a. Sem conseguir esconder meu humor contra-ataquei: disse que o que me encantava nele no in�cio da rela��o - sua intelig�ncia, sua acidez -, aos poucos se transformava num labirinto desagrad�vel. Ele n�o deixou barato, como eu esperava: afirmou que minha auto-censura sequer me permitia tentar publicar algo fora da linha de meu jornal, eu mesma me castrava antes que o editor o fizesse. Ele estava certo, de novo. Eu realmente estava sendo moldada pelo jornal, e fazia o trabalho como era de se esperar. Mas n�o admitiria isso naquele momento, ent�o perguntei o que ele faria em meu lugar - desafiaria um jornal cobi�ado por todos rec�m-formados em jornalismo do pa�s? Arriscaria ficar desempregada? E viver de qu�, ent�o? Eu estava morando em outro estado, n�o com minha m�e e pai, como ele. Ele disse que algumas coisas nos parecem imprescind�veis, mas n�o o s�o: sobreviver�amos sem elas. Ele tentava me convencer, agora sem a acidez de sempre: pegou em minha m�o e disse que temos a impress�o de depender de certas coisas, mas ao mantermos estas coisas estamos fazendo uma escolha, n�o somos exatamente passivos. Ele se referia a meu emprego, queria que eu tentasse outra coisa, achava talvez que eu tinha me acomodado. Mas enquanto ele falava, eu aplicava aquilo tudo à nossa rela��o: ela me parecia indispens�vel, mas at� que ponto? Deixaria ele me humilhar daquela forma? N�o seria f�cil me domar àquela altura, ent�o eu continuei dura. Perguntei que mais ele gostaria que o jornal publicasse. Ele mandou esquecer a estrevista, aquilo era um jab�, e ele n�o tinha esperan�a alguma de que eu escrevesse algo que n�o fosse elogioso. Eu me revoltei de vez. Jab�?? Sim, ele continuou, jab�: a pousada oferece estadia e comida de gra�a num lugar luxuoso para uma jornalista pobre, j� contando que isto seja um investimento em publicidade; o jornal aceita este tipo de jogo porque exige tanto trabalho da jornalista que aquilo soa como f�rias remuneradas para ela; quem � a jornalista que n�o completaria o ciclo? O sangue, j� devidamente aquecido pelo vinho, subiu-me às faces, e rangendo os dentes, segurando-me de �dio, eu finalmente perguntei: "voc� me acha por acaso anti-�tica??" Ele reclinou-se de volta à sua cadeira. Pensou com um suspiro, calculando os efeitos de sua resposta. Eu, nestes segundos que pareciam se prolongar, estava por dentro lhe suplicando: vamos voltar, ainda d� tempo... mas ele s� fez um gesto simples com a cabe�a, concordando. Eu me levantei sem dizer uma palavra, trincando de �dio. Quase esbarrei no sorridente gar�on que trazia nosso fondue, e que me acompanhou com o olhar incr�dulo enquanto eu deixava o restaurante, visivelmente abalada.
Fiquei ali, no frio, andando ao redor da piscina. Vi de longe Carlos deixando o restaurante logo em seguida, apressando-se em dire��o ao chal�, certamente para tentar remediar o irremedi�vel. Ele sempre soube o quanto eu tenho esperan�as de algum dia ter orgulho de meu trabalho, mas nunca conseguiu demonstrar muita sinceridade quando eu lhe mostrava uma ou outra mat�ria mais s�ria, dif�cil ou pertinente, da qual me orgulhasse. Sabia muito bem que aquilo importava para mim.
N�o sabia para onde ir àquela altura. N�o queria retornar ao chal�, seria como dar o bra�o a torcer, porque ele me dobraria, como sempre fez. Tampouco conseguiria voltar à casa central, onde ficava uma sala com televis�o e jogos, pois certamente encontraria por l� os casais que testemunharam tudo no restaurante, bem como os funcion�rios - a quem eu tinha sido apresentada naquela mesma tarde, e notei ter causado certa impress�o, tamanho foi o respeito e cuidado de tratamento dispensado pelo dono do lugar. Agora n�o poderiam me ver naquele estado... ah, que raiva!
Em meio a estes pensamentos bestas nem me dei conta que o mesmo gar�on que trazia nosso fondue tinha vindo ver se eu estava bem. Ele parecia preocupado de verdade. Desculpei-me pelo vexame, pela desfeita, perguntei o que fariam com toda aquela comida, desculpei-me de novo, e de novo por faz�-lo sair assim, ele deveria voltar para dentro, estava frio, desculpa pelo frio, voc� n�o pode perder seu emprego, desculpa por isto tamb�m... e sem me conter mais, chorei. Ele me abra�ou fraternalmente e foi muito fofo. Em sua simplicidade, dizia-me: "que se foda aquilo, que se foda o que os outros pensam, que se foda a apar�ncia, e que se foda meu emprego - ali�s, meu patr�o sempre nos orienta a tratar bem os h�spedes, e me parece que � isso que estou fazendo!" Eu achei gra�a naquilo, ele retribuiu o sorriso, mas nem desconfiava de onde vinha a gra�a que eu via. Vinha dos coment�rios maldosos de Carlos sobre a "presta��o de servi�os" daqueles rapazes.
Gustavo - este era o nome do gar�on - disse que se eu quisesse falar, sobre o que fosse, ele ouviria. Eu n�o me senti bem para relatar exatamente o que tinha acontecido. Achei que ele jamais entederia as sutilezas destas discuss�es em torno de carreira e profiss�o, ali�s seria pr� l� de deselegante de minha parte, sendo ele um simpl�rio gar�on... a verdade � que o abra�o dele estava muito mais reconfortante e quente que mil palavras que ele poderia me dizer naquele momento. Deixei-me levar por estas sensa��es e fiquei agarradinha a ele, que sendo bem maior e mais forte que meu namorado, me dava uma sensa��o boa, de seguran�a. Talvez sentisse isto tb pq ele n�o era superior a mim em nada. Ao me desgrudar dele aos poucos, de fato pude notar que ele era, na verdade, um garot�o, cheio de veias e dentes; carnes e m�sculos em torno de cada peda�o do corpo, bem mais que meu namorado, uma certa fei��o boba, vazia, que me deixava à vontade finalmente. Notou que voltei a sentir frio, e ent�o me perguntou se eu n�o preferia entrar na academia, logo ali ao lado.
Tudo estava escuro ali dentro, a luz que t�nhamos vinha da piscina, refletida e dan�ante. Ele perguntou se eu beberia um pouco de conhaque para aquecer, eu fiquei maravilhada: tem isso aqui? Ele, sem responder, foi para detr�s do balc�o, e logo de l� surgiu novamente, com uma garrafa e duas ta�as. Sentamos num aparelho de abdominal e ele nos serviu, como estava acostumado a fazer, mas cheio de gra�a. Eu me deixei sorrir por qualquer besteira que ele fizesse, pois estava achando-o muito fofo por se esfor�ar tanto para me fazer apenas feliz. Era disto que sentia falta. Esta simplicidade. Bebemos e t�nhamos pouco para conversar, mas ele sempre dava um jeito de tornar as coisas leves. Disse que relacionamentos n�o s�o para a gente pensar, pensar demais � chato e d� dor de cabe�a, as pessoas deveriam apenas curtir. Naquele momento tudo isso fazia sentido, ou pelo menos vinha bem a calhar, e fui assim descobrindo que Gustavo n�o tinha nada de bobo. Sabia muito bem dosar suas brincadeiras com algumas cantadas, que sempre soavam como coisas leves, ditas para agradar, envaidecer, sorrir. Um servi�al completo. Elogiou, por exemplo, meu sorriso, que ele dizia n�o ver em mim desde o tour da tarde, pois ao aparecer ali no jantar com meu namorado, estava novamente de cara fechada, s�ria, tal e qual quando cheguei com ele no hor�rio do almo�o. Isto me fazia pensar, fazia sentido, estava me fazendo perceber meu relacionamento. O olhar de algu�m de fora ajuda. Ele continuou sol�cito: afirmou que todos os demais h�spedes homens estavam me secando dos p�s às cabe�as, porque todos sabem que uma namorada assim n�o cai do c�u. "Ou melhor: s� pode vir do c�u mesmo!". Eu ria, embalada pelo conhaque. Eu disse que Carlos tinha uma teoria para explicar isso, mas logo depois me arrependi, porque teria que contar como era essa tal teoria. Gustavo naturalmente ficou curioso, e insistia para que eu lhe contasse. Mas eu fiquei vermelha, e me recusava a todo custo. Ele afinal desistiu. Mas ap�s um par de segundos no sil�ncio, ele me olhou com cara de pid�o e ca�mos na risada. Ele pediu novamente, mas desta vez eu resolvi ceder. Contei que Carlos e um amigo negro partilhavam da mesma sensa��o de precoceito racial: quando andavam com suas respectivas namoradas, os brancos olhavam descaradamente para elas. Isto porque, no caso do amigo negro de Carlos, os brancos pensam: essa vadia gosta de pau grande, � safada, vou olhar mesmo. No caso do meu namorado, � o contr�rio: essa coitadinha s� v� o pintinho pequeno do namorado japon�s, precisa dum pinto de verdade! Gustavo n�o sabia se era de bom tom rir, ou se eu o testava. Como eu ca� na risada, ele se deixou soltar numa gargalhada que dava gosto. Eu mesma me senti mal de estar rindo de algo que, h� poucos meses atr�s, me fazia sentir nojo e raiva, solid�ria a meu namorado. Ali eu estava come�ando minha trai��o.
Gustavo se recuperou, tinha quase ca�do de tanto rir, e mesmo sem f�lego, perguntou timidamente: "mas � verdade?" Esta pergunta obcecada j� tinha ouvido umas 19 vezes desde que come�ara a namorar com Carlos. Todas minhas amigas mais �ntimas, e mesmo algumas conhecidas curiosas, faziam-me a mesma pergunta. Eu sempre tinha respondido que n�o, que era um pau mediano, mas que ele sabia usar muito bem. Em uma certa festa, com todos muitos b�bados, um desconhecido n�o se deixou intimidar pela presen�a de Carlos e quando eu fui ao banheiro chegou a me agarrar no corredor, dizendo que eu era muita areia para o caminh�ozinho do japon�s. Confesso que esse cara me deixou dias e dias como a verdadeira mulher-aranha, subindo pelas paredes... mas na hora me emputeci e o empurrei com toda for�a, e ao voltar do banheiro inventei uma dor de cabe�a e fomos embora para evitar maiores confus�es. Mas naquele momento, n�o tinha mais compaix�o, tinha sido infectada pela acidez e cinismo de Carlos, e respondi para Gustavo: "�, � um pauzinho pequeno sim". Perguntou quanto media. Eu o olhei repreensivamente. Ele pediu desculpas. Depois dum sil�ncio constrangedor disse que tinha apenas 19 cm. Gustavo deu aquela cl�ssica risada-espirro, quando se tenta segurar algo incontrol�vel. Eu n�o me aguentei e ri, ent�o ele se soltou tamb�m. H� muito tempo n�o ria de coisas bestas, e aquilo estava me fazendo bem: poder ser leviana. Bem demais. "12 cent�metros... cara... n�o acredito... voc� goza com isso?" Eu disse que sim, que a mulher na verdade tem uma adaptabilidade a grande parte dos tamanhos, contanto que n�o sejam ridiculamente pequenos ou exageradamente grandes. "Mas se isso n�o � rid�culo, quanto mediria um rid�culo?" Pensei um pouco e disse que j� tinha ouvido falar em coisinhas menores, de 19 ou menos cent�metros. Gustavo n�o acreditava. Ele confessou que o que o deixava admirado n�o era tanto o tamanho pequeno, mas que Carlos tivesse tanta sorte de ter uma namorada t�o gata. Eu fui às nuvens. Gustavo pediu desculpas, senti que ele recuava quando eu, ao contr�rio, estava querendo ir adiante com esta conversinha safada. Ela estava me deixando excitada, como h� muito n�o sentia, est�vamos sentados um ao lado do outro, com as pernas se tocando. A excita��o com algum estranho, algu�m novo em nossa vida, � muito diferente da excita��o que sentimos pelo namorado. Pedi que ele me contasse ent�o quanto media o seu p�nis. Ele riu. Depois viu que falava s�rio. Ele disse que n�o era nada gigante, mas deixava o do meu namorado no chinelo. Eu fiquei mais curiosa ainda, e insisti para que ele me contasse. Ele nunca tinha medido. Isto me deixou por um segundo desapontada, mas logo que o conhaque me deixou pensar mais claramente, vi que era a deixa perfeita. "Deixa eu ver, ent�o?" Gustavo sorriu sem gra�a, como tentando adivinhar se estava falando s�rio. Eu o olhei cheia de vontade. Ele se levantou lentamente na minha frente. Eu pousei uma m�o sobre sua cal�a. J� deu pr� sentir um certo volume, que se espalhava para o lado, seguindo a dire��o da perna. Quando a minha m�o voltava para a virilha, j� sentia algo mais r�gido que antes. Com os dedos tentei desenhar aquele pau, afundando a cal�a ao redor dele, para ter uma impress�o do pinto sobre o tecido. O pinto parecia ir adquirindo vida, protestando pelo aperto. Eu estava com a respira��o presa. Jamais tinha feito aquilo, pegar num pau de outra pessoa enquanto namorava dedicadamente. Aquilo era errado, eu sabia, eu iria me arrepender, tudo muito feio e errado. Mas era t�o bonito sentir aquilo ficando duro em minha m�o... minha vontade era de ficar ali, adorando aquele pinto que parecia ser grande e grosso, pela noite inteira, beijando sua cabe�a, esfregando no rosto, na minha maquiagem, pelos cabelos. Usei minha outra m�o para apalpar direito aquele membro, porque uma m�o n�o dava conta do recado. Gustavo s� me observava, sem coragem para dar um passo adiante, ou curtindo exatamente aquele ritual meu. Eu mesma me dei conta de que ele era um mero funcion�rio ali, poderia se complicar e n�o apenas no trabalho caso eu me sentisse ofendida, e aquilo me deu uma sensa��o de poder sobre ele e sobre aquele caralho grande. Dona da situa��o, abri a fivela de seu cinto, e Gustavo passou a respirar pesadamente. Desci o ziper de sua braguilha, lentamente, como se tivesse medo, como se hesitasse. Mas na minha cabe�a, n�o adiantava mais pensar em parar, era tarde, eu j� estava traindo, era melhor gozar e me esbaldar. Desci a cal�a at� o calcanhar dele. A cueca era branca e colada ao corpo. O desenho de seu pinto agora era claro. Estava j� com muita rigidez, e a cabe�a j� se descolava da perna, projetando-se para a frente, apesar do pano da cueca. Fiquei assim, admirando aquela ferramente que iria ser minha, espantada com o tamanho. Incrivelmente desenhada sob o tecido, a cabe�a parecia um cogumelo, redonda, bojuda. Provavelmente tinha me acostumado demais ao pau do meu namorado, aquilo para mim era m�sica. N�o aguentei mais fazer o papel de santinha diante de tudo aquilo, e me dei a liberdade que n�o costumava me dar: deixei-me levar instintivamente ao papel de vagabunda. Esfreguei meu rosto em sua cueca, freneticamente, descobrindo um jeito quase higi�nico de punhet�-lo sem arriar a cueca, tamanha a minha obsess�o em esfregar com for�a aquele pinto em toda a minha cara. Ele come�ou a gemer e ajudava-me a criar um movimento de vai e vem com o rosto sobre o pano, pressionando seu pinto contra o corpo. Eu um destes movimentos aquela proje��o da cabe�a veio parar em minha boca, e eu comecei a chup�-lo assim mesmo, por cima da cueca, como se aquilo sim fosse permitido, contanto que eu n�o pegasse na carne em si... eu puxava o pano todo para a frente, sob protestos dele, l�gico, porque a cueca j� era apertada, deveria estar esmagando seus ovos, mas eu precisava de mais pano para deixar aquele pau o mais desgrudado do corpo de Gustavo poss�vel, a fim de coloc�-lo melhor dentro de minha boca. Ele misturava suas reclama��es aos gemidos, ent�o eu me dava mais e mais liberdade para ir adiante. Consegui desta forma abocanhar a cabe�a inteira com aquela camisinha grossa e branca de pano, punhetando a cabecinha com meus l�bios. Ele se deixou usar desta maneira. Meu frenesi era tanto que de vez em quando queria variar, fazer coisas loucas com minha boca, ent�o eu fazia unicamente movimentos de abrir e fechar os l�bios sobre a cabe�ona enacapada dele, o que dava uma sensa��o de estar mamando aquela pe�a. Neste movimento, descobri que a l�ngua ficava em posi��o ideal para investir diretamente na fenda da cabe�a do pau, em pontadas que eu dava ritmadamente com o abre-e-fecha dos l�bios. Aquele ponto da cueca ia assim se umedecendo com minha saliva, tornando o pano ali mais el�stico, e mais aderente à pe�a. Isto foi deixando ele louco. As duas m�os apalpavam histericamente o tronco daquele pinto e seu saco, ele deve ter se sentido o mais desejado pinto do mundo naqueles minutos. Ai, que coisa boa lembrar daquele pau enorme... da� eu parava com o abre-e-fecha e voltava a abocanhar o m�ximo que conseguia daquela cabe�a, babando em sua cueca, deixando-a toda marcada pelo meu batom. Eu dizia que ele tinha um pinto muito grande, muito maior que o do meu namorado, que eu n�o lembrava como era bom sentir um pau grande assim. Ele fez men��o de tirar o pau pra fora da cueca, mas eu segurei sua m�o a tempo. No entanto, meio caminho j� estava andado, e a parte superior da cueca, seu el�stico, j� tinha se desgarrado da cintura, fazendo o pau projetar-se agora n�o mais para o lado, e sim para a frente. Sem perder tempo nem dar margem para protestos dele, eu passei a chupar agora um pouco mais que apenas a cabe�orra daquele membro, chegando a abocanhar mais facilmente um primeiro ter�o da extens�o total devido à umidade que minha saliva provocou sobre o pano. Fiquei ali chupando e adorando aquele pau, absorvendo-o sobre a cueca, dando mordidas, cada vez com a boca mais aberta, dedicando-me com fervor, mostrando o quanto aquele pinto me deixava doida e feliz. A saliva ia dominando o tecido, sendo absorvida, e assim, o pano ficava mais male�vel. Pude enfiar come�ar a chupar parte do pau dele sem a cueca, pois fora a ponta, ainda coberta, uma boa parte do corpo de seu pau estava ao ar livre. Eu abocanhava cada vez mais, e sentia j� a pele do pinto, uma veia saltada, um pentelho ou outro. Sem perceber que estava punhetando r�pido e gostoso demais, de repente entendi um par de gemidos mais altos sincronizados a um s�bito borr�o de umidade viscosa que come�ou a se formar na cueca e a causar um gosto velho conhecido meu na l�ngua e pelo l�bios. Era um gosto pegajoso e salgado, como mocot�, que fazia a l�ngua grudar e n�o se mistura à saliva, denso demais. As golfadas vinham se esborrachar no tecido e imediatamente o atravessavam em milhares de got�culas que varavam os poros do tecido, e chegavam peneirados at� minha boca, que as recolhia com vontade doida, sugando aquele pano salgado. Eu ia assim degustando o s�men daquele pau enorme, que o liberava aos saltos, saltos que me assustavam, pareciam agressivos, socos de pinto contra minha boca, mas eu assimilava tais golpes com a sede de experimentar aquele visco, sem paci�ncia, sem desperd�cio. Em abund�ncia. Ele parecia n�o terminar nunca de gozar. Mesmo depois de algum tempo, fazia magicamente seu pau dar um salto em meus l�bios, e uma nova gota vinha perfurar sua cueca, e eu, fiel, sugava tudo que aparecia.
Um barulho no trinco da porta de vidra�aria do academia me empurrou de volta à dimens�o do real. Tomamos um susto juntos, eu e o Gustavo, que estava de olhos fechados, ao vermos Carlos ali na porta, tentando desajeitadamente abri-la, tomado de raiva. Eu me levantei num salto que derrubou a garrafa de conhaque ao ch�o, e Gustavo levantou suas cal�as rapidamente, branco. Carlos ficou ali, silhuetado, aparentemente nos olhando, mas eu n�o conseguia distinguir suas fei��es. Virou-se e foi embora, eu atr�s dele, desesperada. N�o imagino minha vida sem ele...
Passaram-se dois meses deste epis�dio, e alguns eventos que relato numa pr�xima oportunidade caso algu�m ache pertinente. Experimentamos algumas coisas, mas at� agora a rela��o n�o voltou a ser sombra do que j� foi. Passamos dum respeito formal a uma fase despudorada, de humilha��es m�tuas, de verdades arremessadas na cara um do outro, mesmo durante nossas transas. Tentamos admitir gente desconhecida em nossas rela��es, por um tempo funcionou muito bem, acendendo como jamais antes o fogo entre n�s. Mas o desrespeito parece ter causado um estrago e ser irrepar�vel. Nem ele nem eu conseguimos mais imaginar uma rela��o de casal, com filhos, onde os pais n�o se respeitem, ofendam-se, mesmo que para provocar sexualmente um ao outro. Tampouco imaginamos, agora que j� experimentamos menage, swing, orgias, que algum de n�s consiga voltar a sentir o tes�o que agora chamamos de infantil, simpl�rio demais, por algu�m que apenas transe, sem provocar, sem acender pela ofensa, pelo ci�mes, pela raiva. Algo em n�s mudou definitivamente a partir daquela noite, e n�o pode ser refeito. Assim nos parece. E presos nesta ilha libidinosa e herm�tica ainda estamos, sem perspectivas. Preciso ouvir opini�es, comentem aqui, por favor, pq gostaria muito que os demais leitores lessem as demais opini�es tb, como num debate, e at� rebatessem coment�rios. N�o sei avaliar muito bem o que quero, o que ando vivendo, e o que fazer. De verdade. Para quem sabe do que falo, digo algo comum: n�o � apenas sexo. Agora infecta a tudo, e a quem somos.
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