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EU N�O SOU L�SBICA

- Eu n�o sou l�sbica! Sou heterossexual!

Esta foi a minha resposta, para uma das perguntas, à entrevistadora de um instituto de pesquisas. O objetivo da pesquisa era fazer um levantamento sobre a vida sexual de homens e mulheres. Perguntas sobre a quantidade de rela��es sexuais, n�meros de parceiros, usos de preservativos, satisfa��o ap�s a rela��o sexual, sexo anal, sexo com pessoas do mesmo sexo, consultas ao ginecologista, entre outras. Fui transparente nas respostas e contei um pouco sobre mim.

Meu nome � Maria Elisabete, tenho quarenta e quatro anos, casada, tr�s filhos, um menino de vinte e quatro anos e duas meninas, uma com vinte e dois e a outra com dezessete anos. Sou professora em uma universidade no estado de S�o Paulo. Sou realizada profissionalmente, como m�e e como mulher. Estou casada com meu marido, pai de meus filhos, h� vinte e cinco anos e o amo muito. Ele � o homem de minha vida! Somos felizes na vida a dois e tamb�m na cama. Ele ocupa um cargo de chefia numa multinacional. N�o somos ricos, mas vivemos bem, sem extravag�ncias! Acredito que ele me ame! Eu disse “acredito” porque n�s n�o conseguimos realmente saber tudo o que se passa na cabe�a de uma pessoa, mesmo depois de anos de conv�vio. Se ele j� teve algum caso fora do nosso casamento, n�o me importa. O que me importa � saber que eu o amo e me faz bem sentir isso por ele. Afinal, as tenta��es s�o infinitas!

A minha melhor amiga chama-se Denise. Ela � professora na mesma universidade que eu. Eu a conhe�o h� uns quinze anos. Ela sabe tudo o que se passa comigo e vice versa. N�s nos damos muito bem como amigas e como amantes. (a entrevistadora espantou-se) Ela � a mulher de minha vida! Voc�s est�o se perguntando: porque eu, tendo uma fam�lia bacana e amando meu marido fui me envolver amorosamente com a minha melhor amiga? Acertei? Eu respondo numa �nica palavra: intimidade! � isso que n�s temos!

A vida dela se parece com a minha. Ela tem quarenta e dois anos, casada h� dezessete, ama o seu marido, tem duas meninas, uma de quatorze e outra de treze anos. Ela � realizada em sua profiss�o e na sua vida conjugal. O marido dela ocupa um cargo de supervis�o numa empresa estatal. Eles tamb�m vivem bem e n�o s�o ricos. Moramos em bairros diferentes. Nossas fam�lias sempre est�o juntas. Nossos filhos e maridos se d�o bem! Claro, como em todas as rela��es humanas, sempre rolam ci�mes, vaidades, disputas por aten��o, etc. Isso faz parte da conviv�ncia humana.

Eu e ela nos consideramos heterossexuais. J� conversamos sobre isso. Sinto atra��o por homens. Amo a Denise. N�o sinto atra��o por mulheres, exceto ela! (risos) Um dia, na casa dela, est�vamos vendo um canal a cabo. Estava passando um filme sobre trocas de casais. Imaginamos a cena entre eu e o marido dela e entre ela e meu marido. Tivemos a mesma rea��o. Ci�mes uma da outra! Ela n�o aceita me dividir com ningu�m, nem com o marido dela. Eu a mesma coisa! Lembro-me da �poca que nos conhecemos. Eu n�o tinha gostado do jeito dela. Achei-a muito espalhafatosa. Ria alto e era a palha�a. Eu fui levando, fazendo caras e bocas. Um dia eu estressei com ela, na sala dos professores. Ela brincou comigo sobre a minha sexualidade. Estavam todas falando de suas experi�ncias sexuais e eu, t�mida e ainda novata na universidade, apenas escutava e acompanhava a conversa. Uma colega me pergunta:

- E voc�, Elisabete, tem alguma experi�ncia pra nos contar?

Eu respondi timidamente:

- N�o! Eu prefiro aprender com voc�s!

Em seguida, a Denise falou:

- Hum, meninas... Ela n�o deve gostar da mesma fruta que n�s! (risos) Quer aprender com a gente!

Todas riram e eu fiquei hiper nervosa com a Denise. Eu a olhei e disse:

- Qual o seu problema comigo, menina? Desde que eu cheguei aqui voc� tira com a minha cara! Porque isso?

Denise, assustada e rindo, me respondeu:

- Nossa!? Calma, voc� � muito esquentadinha, amor! Relaxa!

As outras meninas me pediram calma. Era apenas um momento de descontra��o! Esfriei a cabe�a e depois fiquei com sentimento de culpa! Mesmo assim, fiquei uns vinte dias sem falar com ela. At� que uma noite, na hora de ir embora, na universidade, percebi que havia deixado meu carro trancado com a chave dentro. Passavam das 22h48m e o estacionamento j� estava quase vazio! Meu marido estava viajando! Chovia! Denise chega ao estacionamento e me v� do lado de fora de meu carro, na chuva. Ela se aproxima e pergunta:

- Posso ajudar?

Eu respondi:

- Esqueci a bosta da chave dentro do carro! (quase chorando)

Ela:

- Voc� tem outra chave?

Eu:

- S� em casa!

Ela:

- Vamos! Meu carro est� logo ali! Eu te levo at� em casa e volto contigo!

Entrei no carro dela. Fechei a porta! Ela me olhou e disse:

- Mas voc� n�o ir� ficar esquentadinha, n�o �? (risos)

Eu respondi sorrindo:

- N�o! Pode ficar tranquila!

A partir da� n�o nos desgrudamos mais! Eu comecei a admir�-la e a respeit�-la! A nossa amizade e amor cresceram tanto que muitas pessoas nos acham parecidas fisicamente. Elas acham que somos irm�s! (a entrevistadora fica encantada com a hist�ria) Raros s�o os dias que n�o nos falamos! Mesmo tendo todo este conv�vio, temos nossa privacidade. Uma respeita o espa�o da outra. Muitas vezes discordamos sobre algum assunto, mas logo relevamos!

Durante os seis primeiros anos �ramos apenas amigas. N�o t�nhamos rela��es sexuais. Eu comecei a descobrir, por acaso, que estava sentindo atra��o por ela. Acredito que meu subconsciente sempre a desejou e a amou! Mas minha cabe�a n�o enxergava isso e, quando percebeu, negou! Talvez por medo, orgulho ou o fato de ela ser mulher! A mesma coisa acontecia dentro dela! Quando fez quatro anos que �ramos amigas, teve um dia que eu estava com minhas filhas na casa dela. T�nhamos almo�ado e est�vamos assistindo televis�o, deitadas na cama, no quarto dela. As nossas crian�as brincavam no quintal. Passavam das 16h41m quando ela resolveu ir tomar banho. Naturalmente, como ela sempre fez, despiu-se na minha frente, ficando apenas de calcinha e suti�. Ela me excitou muito naquele momento! N�o consegui deixar de admirar seu corpo enquanto convers�vamos. Ela notou! Pude sentir, de longe, o seu cheiro que entrou pelo meu nariz e me embriagou! Senti minha calcinha molhar! Uma sensa��o diferente! Enquanto eu disfar�ava e olhava a televis�o, ela tirou o suti�, a calcinha e deixou-os sobre a cama, junto com as roupas que ela levaria para lavar. Pegou a toalha e foi para o banho! Eu n�o consegui me controlar! Levantei-me, na cama, peguei a calcinha, o suti� e comecei a cheir�-los. Que cheiro inesquec�vel! As pe�as ainda estavam com o calor do corpo dela. O suti� cheirava seu corpo misturado com seu gostoso hidratante de p�ssego. A calcinha cheirava seu corpo suado, misturado ao aroma de sua vagina. Um cheiro, e sabor (porque eu passei minha l�ngua), levemente de suor, misturado com o sabor adocicado e �cido de sua vagina. Inesquec�vel! Tive a certeza que ela me excitava muito! Estava come�ando a amar minha melhor amiga. Minha vagina inundou-se e pude sentir meu l�quido escorrer na calcinha. Enquanto ela se banhava, eu sentia o cheiro de sua calcinha e mexia em meu clit�ris. N�o deu outra! Rapidamente cheguei ao orgasmo escutando a �gua do chuveiro cair sobre o corpo de Denise. (a entrevistadora est� atenta) Quando ela saiu do banho, eu j� tinha me recomposto e colocado a lingerie no mesmo lugar que ela havia deixado. Deste dia em diante, comecei a me questionar sobre a minha sexualidade. Eu n�o aceitava estar desejando a minha melhor amiga e oras queria fazer amor com ela! Um drama! Comecei a sonhar com ela. Tocando seu corpo, sentindo seu calor, sua pele sobre a minha! Eu sempre me pegava molhada pensando nela! Quando fazia amor com meu marido, na hora do orgasmo, vinham imagens dela na minha cabe�a. Era tudo t�o real! Parecia que ela estava ali me olhando fazer amor com meu marido! Ele sempre foi, na cama, um homem com certos pudores. Ele n�o me chupa. Tentou, mas disse que n�o consegue (tem nojo)! Mas sempre quer que eu chupe o p�nis dele (injusti�a, mas eu chupo porque adoro). Sexo anal ele disse que � contra os mandamentos da igreja! Sexo vaginal ele sempre fez gostoso! � carinhoso, sabe manejar seu belo instrumento dentro de mim. Faz-me gozar diversas vezes numa mesma rela��o. Mas, como eu j� disse, sempre senti, com ele, falta de uma intimidade maior. N�o o culpo. Por mais que nos amemos, n�o consigo ter o mesmo grau de intimidade que eu tenho com Denise. Mas voltando a minha hist�ria com ela, o tempo foi passando. Eu, sempre que estava na casa dela, tentava arrumar um jeito de cheirar alguma pe�a de roupa usada por ela. Eu ficava nas nuvens! Sentia-me culpada por ser casada e estar desejando a minha melhor amiga. Era um conflito em minha cabe�a! A coisa chegou a tal ponto de eu ir ao banheiro, quando estava na casa dela, me masturbar pensando nela. (mal eu sabia que ela fazia o mesmo) Sempre tinha calcinha dela pendurada no registro do chuveiro! Estava l�, me esperando! (risos) Eu a cheirava e passava na minha vagina. (depois devolvia no mesmo lugar) Passaram-se mais dois anos nesta situa��o. Eu j� n�o aguentava mais apenas desej�-la! Meu corpo queria contato f�sico. Um dia, est�vamos sozinhas em minha casa. Almo�amos e fomos ver a novela da tarde em meu quarto. Deitamos na cama. Eu, propositadamente, reclamei que estava com frio. Ela, como sempre, foi cuidadosa e pegou um edredom para n�s duas. Ficamos abra�adas. Ela me abra�ava por tr�s e suas m�os tocavam em minha cintura. (a entrevistadora nem pisca) Eu podia sentir a respira��o dela tocando em meus cabelos e orelha. Senti mais uma vez minha vagina molhar a calcinha! Aconteceu uma cena engra�ada na novela e ca�mos na gargalhada. Neste momento, eu virei meu rosto para ela. Ficamos nos olhando! O desejo falou mais alto! Beijamo-nos! Eu sentia aquela boca molhada esfregando em minha boca. Aquela l�ngua �vida de prazer ro�ando a minha. Aquela respira��o ansiosa por amor e desejos. Aquelas m�os que desciam a minha roupa e me provocavam fortes arrepios. Aquele corpo quente e macio que me apertava contra a cama. Aqueles seios que ora ro�avam as minhas costas e ora se encontravam com os meus. Que del�cia fazer amor com Denise! Enquanto me beijava, ela dedilhava minha vagina e introduzia seu dedo indicador. Sua l�ngua dentro de minha boca e seu dedo revirando minha vagina. N�o pude resistir! Deixei meu l�quido escorrer por entre seus dedos curiosos! Era do jeitinho que eu sempre tinha sonhado! Estar com Denise em minha cama, fazendo amor! Ela foi descendo sua boca e chupando os bicos de meus seios. Suas m�os descobrindo cada pedacinho de meu corpo excitado. Ela desceu minha calcinha e come�ou a chupar minha vagina. Eu fiquei na posi��o deitada com as pernas abertas, sobre um travesseiro. Ela passava os dedos na minha vagina e lambia meu clit�ris. Enfiava a l�ngua dentro de mim enquanto eu tinha mais um orgasmo na boca dela. Ela recebia todo meu l�quido e engolia. Que sensa��o fant�stica! Ela me levantou, segurando em minhas m�os e nos beijamos. Ela deitou-se, de frente para mim, abriu suas pernas e me chamou com seu belo dedo indicador. Fui para cima dela e nos beijamos ainda mais. Eu sentia o cheiro de seus cabelos, de seu perfume, de seu corpo e me lembrava de tantas vezes que eu tinha apreciado seu corpo nas suas roupas e lingeries. Quando toquei em seus seios parecia estar tocando em almofadas, tamanha era a sua maciez! Sugava seus bicos como um beb� faminto. Olhava a express�o de amor estampada em seu belo rosto angelical. Ela contorcia-se na cama. Fui descendo pela sua barriga com minha boca at� chegar sua vagina. Pude sentir, agora de perto, aquele aroma que h� dois anos entorpecia meu nariz. Fiquei cheirando e curtindo aquele aroma do amor. Comecei a passar minha l�ngua em seus l�bios vaginais. Toquei-a com meus dedos e comecei a introduzir o indicador enquanto manipulava minha l�ngua em seu grelinho! Ela gemia! Eu gemia! Ela me pediu que sentasse sobre o rosto dela. Eu virei meu corpo e ofereci meu bumbum. Ficamos deitadas fazendo meia nove no centro da cama! Enquanto lambia sua vagina podia sentir a l�ngua dela me penetrando e me fazendo mulher! N�s gozamos diversas vezes e curtimos muito este primeiro dia de amor! A partir desta tarde, come�amos a nossa hist�ria de amor. Estamos h� nove anos juntas. Somos discretas! (a entrevistadora est� hiper excitada) Algumas vezes por m�s fazemos amor! Isso nos faz um bem danado! Duas mulheres casadas, felizes e que se completam! � um segredo nosso! Provavelmente, levaremos para o t�mulo! N�o nos consideramos l�sbicas, nem bissexuais e na verdade, nem heterossexuais. Somos mulher! No nosso mundo n�o existem r�tulos e nem aglomera��es para pedir o que Deus j� nos deu, o nosso amor! Para aqueles que teimam em perguntar o que duas mulheres fazem na cama, eu respondo: n�s fazemos amor! Eu e Denise somos amigas, companheiras, amantes, c�mplices e temos muita intimidade, amor, carinho, respeito e afeto uma pela outra! N�s n�o precisamos largar tudo para ficarmos juntas! Nossos maridos (risos) nunca comentaram nada sobre n�s duas! Acho que nem suspeitam! Mas, se suspeitam, nunca disseram nada e nos respeitam! Coisas de mulher! (a entrevistadora me agradece por participar da pesquisa e, em seguida, vai ao banheiro, masturbar-se) (risos)

Uma dica a todas as mulheres: v� regularmente ao seu ginecologista. Fa�a exames ginecol�gicos. Teste de papanicolau: exame de triagem de citologia cervical realizado como preven��o ao c�ncer do colo do �tero. A maioria destes casos de c�ncer tem a presen�a do HPV (V�rus Papiloma Humano). Este exame tamb�m pode diagnosticar doen�as sexualmente transmiss�veis ou o condiloma, uma afec��o que pode levar a uma doen�a maligna. Mamografia (a partir dos 40 anos): exame de diagn�stico por imagem com a finalidade de estudar o tecido mam�rio e com a capacidade de identificar les�es de tamanho m�nimo. Detecta c�ncer de mama antes de ser palp�vel ou se manifestar clinicamente. Exame p�lvico: exame de toque profundo, mediante a utiliza��o de um espelho, na vagina para constatar o estado dos �rg�os reprodutivos da mulher (o �tero, a vagina, os ov�rios e as trompas de Fal�pio). Pelo meio do toque, pode-se identificar poss�veis tumores. Exame p�lvico de imagem: atrav�s deste exame de imagem diagn�stico pode-se visualizar os �rg�os genitais internos femininos e detectar enfermidades tumorais, benignas ou malignas, de ov�rio ou �tero e tamb�m infec��es agudas ou cr�nicas. O exame chama-se ultrasonografia ou ecografia transvaginal. Consiste num aparelho que � introduzido na vagina da paciente e este emite uma frequ�ncia de som que ao chocar-se com um �rg�o s�lido, �tero ou ov�rios, nos d� uma imagem tridimensional. Bi�psia e curetagem do endom�trio: s�o exames em que uma amostra, de material de dentro do �tero, � coletada e examinada por um patologista, nos casos de exame preventivo de c�ncer de endom�trio, c�ncer do �tero.

Fique em paz e obrigado pela leitura. Beijos.

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