Meu nome � Roberto, atualmente tenho 22 anos e fa�o faculdade de administra��o em Belo Horizonte.
Em 2006, quando come�ou meu curso eu estava muito contente porque finalmente voltara a estudar depois de algum tempo viajando pela Europa e portanto com os estudos parados. Decidi dar este tempo e viajar para colocar as coisas no lugar, minhas certezas balan�avam sempre que eu via um garoto bonito o que para mim era particularmente dif�cil, porque passei a vida inteira entre garotos e homens lindos.
Como n�o sabia o que estava acontecendo decidi me afastar de minha fam�lia e meus amigos por um tempo para ter condi��es de pensar melhor e tentar avaliar o que estava acontecendo com minha vida e como tinha me sa�do bem nos �ltimos anos de ensino m�dio, minha m�e me presenteou com uma viagem ao velho continente que posteriormente decidi prorrogar por algum tempo.
Devo dizer que a viagem foi incr�vel porque me fez perceber que efetivamente havia um mundo exterior ao meu, onde as pessoas podiam ser e pensar diferente, descobri que naturalmente tudo o que fazemos um dia traria algum tipo de consequ�ncia, mas que n�o era uma op��o deixar de fazer alguma coisa, ainda que n�o estiv�ssemos completamente seguros sobre o que gostar�amos de fazer, assim, depois de ver muita coisa e vivenciar diferentes e maravilhosas emo��es decidi que talvez fosse tempo de retornar à Belo Horizonte e seguir em frente de onde tinha parado minha vida.
Estava decidido a n�o cometer novamente os mesmos erros e por isso, tomei cuidado de me cercar pelas pessoas que eu gostava e naturalmente sabia gostavam de mim e continuei a vida, sempre fazendo tudo o que achava que me deixaria feliz, o que efetivamente representou alguns embara�os e tamb�m equ�vocos mas tudo isso estava convicto fazia parte da constru��o de minha personalidade, por isso nunca dei maior import�ncia a fatos aparentemente insignificantes.
O tempo foi se passando, e no meu retorno às aulas, fui introduzido à minha nova " turma de escola", era uma turma podemos dizer, realmente heterog�nea, onde posso dizer a �nica coisa em comum era que est�vamos todos na mesma turma e nada mais.
Como sempre, pudemos notar que as pessoas se dividiam em grupos de acordo com sua pr�pria conveni�ncia e eu como tra�o de minha personalidade ainda n�o tinha me decidido sobre com quem eu deveria me juntar, porque gosto muito de observar as pessoas e considero demais prematuro se reunir às outras pessoas antes de perceber qual � sua personalidade efetivamente.
Com o tempo, notei que tinha um garoto particularmente atraente que talvez estivesse na mesma situa��o que eu, embora eu pudesse jurar que ele encontrava dificuldades em entrosar com as pessoas, coisa que eu j� tinha feito à muito tempo.
O nome desse garoto era Jo�o Vitor, e naturalmente acabei me aproximando dele, n�o devo dizer exatamente com segundas inten��es, entretanto nesse instante comecei a considerar a possibilidade de que algo efetivamente poderia vir a acontecer entre n�s.
Dentre em breve, notei que Jo�o Vitor j� havia vencido algumas barreiras naturais e j� come�ava a se aproximar de Lucas (que at� ent�o n�o representava absolutamente nada para mim).
Com o passar do tempo, notei que Jo�o Vitor e Lucas estavam cada dia mais pr�ximos e achei que a amizade dos dois talvez pudesse n�o se resumir a isso, e portanto, achei por bem me afastar de Jo�o Vitor, porque j� sentia por ele algo muito forte e n�o queria sobre tudo faze-lo passar por problemas, porque sabia acima de tudo a confus�o que se instalaria em sua mente, caso se estabelecesse um triangulo amoroso entre nos, mesmo porque tamb�m, j� era bastante ruim para ele a sensa��o de descobrir tudo isso que estava come�ando a turbar suas belas express�es, j� que uma vez me confessou que nunca teve realmente chance de enfrentar o mundo, porque sua m�e divorciada sempre o protegera do mundo, do padastro e do pai fracassado principalmente.
Bem o fato � que n�o me deixei enganar e em breve ouviria alguns borburinhos falando a respeito de sua vida intima ( sobre o fato de ele ser gay e ningu�m nunca ter percebido, e sobre como era um desperd�cio um carinha t�o bonito e etc), eu naturalmente me mantinha o mais discreto poss�vel, porque acredito que apesar de ser muito bem resolvido n�o tenho nada a ganhar saindo por ai e alardeando minha vida intima, e sempre que algu�m me contava alguma coisa, logo tratava de n�o dar conversa e at� de informar que isso n�o era da minha conta e que me admirava que a pretensa elite intelectual do pais realmente se preocupasse com coisas t�o desiteressantes quanto a vida alheia.
E assim, se sucedeu muito tempo at� que notei que algo realmente n�o andava bem com Jo�o Vitor, porque ele apesar de sempre muito discreto, estava sempre de bom humor e ultimamente, ele demonstrava um certo amargor no jeito de levar a vida, e em conversa com ele descobri que estava trabalhando demais e que isso n�o deixava mais tempo para nada inclusive para namorar ( n�o entrou em detalhes, todavia, n�o era nenhuma crian�a e sabia perfeitamente com quem namorava), ao que arrematou dizendo que talvez o mais sensato fosse romper com a empresa onde estava e continuar sua vidinha, indaguei-lhe se de fato, achava que era a decis�o mais acertada, e expliquei para ele que as escolhas que fazemos na vida refletem diretamente em nossa vida particular e que se ele achava legal trabalhar na empresa onde estava e se achava que tinha algum futuro por la, n�o deveria desistir assim t�o facilmente, porque certas renuncias fazem parte da vida.
Achei mesmo que o que ele precisava era de um colo amigo, com quem desabafar, e disse para ele que sentia por ele uma certa simpatia, como se fossemos amigos de longa data ( e olha que nem amigos �ramos de fato, mas o sentimento era verdadeiro), e que poderia contar comigo para o que necessitasse apesar de nunca termos sido assim t�o �ntimos, ent�o num momento de devaneio, come�ou a me contar que seu namoro tamb�m o sufocava, e que n�o sabia exatamente se queria continuar com a pessoa e tudo, nesse ponto parou de falar como se tivesse se arrependido de come�ar e deu um longo suspiro.
Disse para ele que sabia como se sentia, seu rosto foi imediatamente tomado por uma express�o triste e disse, que n�o imaginava como eu poderia saber e que provavelmente eu nem sequer entederia pelo que estava passando, ao que imediatamente retruquei que se ele n�o se importasse poderia tentar explicar que o m�ximo que aconteceria era ele se livrar de um peso na alma.
Ele me olhou por poucos instantes, como se avaliando se valia a pena e como se conclu�sse que realmente n�o tinha nada a perder, come�ou a contar como come�ou seu caso com Lucas.
Disse que desde cedo descobrira sua atra��o por garotos e que passava horas a fio na internet vendo sites de revistas gays, vendo fotos, lendo contos er�ticos e outras praticas incomuns à um garoto de sua idade, segundo ele, n�o tinha um comportamento afeminado, n�o gostava de brincar de bonecas por exemplo, sempre jogava futebol com os colegas, mas sentia que n�o era de todo igual à eles.
Nesse ponto voltou a me olhar como se esperando que algo denunciasse que eu estivesse prestes a lhe insultar ou a sair correndo para contar para todos o que acabara de me revelar. Como continuei impass�vel, ele parou por um instante como para tomar f�lego e continuou a contar sua historia, entrementes, como sabia como era dif�cil para algu�m fazer este tipo de revela��o e falar a respeito de coisas t�o intrissecas, apenas dei-lhe um tapinha nos ombros como, consolando-o e avisando que n�o precisava continuar se n�o quizesse, ao que ele parece ter entendido e disse em resposta que estava tudo bem, que achava que aquilo lhe faria bem.
Continuou dizendo que nunca se sentira a vontade par dizer aquilo tudo à ningu�m e que se algu�m de sua fam�lia simplesmente disconfiasse ele estaria liquidado, e que nunca conseguiu se sentir normal, que se sentia bem quando estava com seu namorado, mas que se sentia terrivelmente culpado quando se separavam e que isso n�o era certo, disse, que precisava ser feliz, mas que n�o conseguiria enquanto sentisse que sua felicidade era algo imoral, talvez at� pecaminoso, e que por isso achava que precisava dar um basta em tudo isso, que estava avaliando a possibilidade de terminar com seu namorado, para come�ar a namorar uma garota e ver se era tudo invens�o de sua cabe�a, pois afinal de contas nunca tinha se relacionado com mulher.
Nesse ponto, senti que seria interessante fazer algum tipo de interven��o e disse quase que automaticamente que isso realmente n�o era necess�rio, quero dizer, abrir m�o de algo que realmente o fazia bem, porque sentia que n�o estava certo, que se ele realmente queria fazer um teste, havia outras maneiras e que n�o precisavam ser assim t�o radicais e potencialmente traum�ticas.
Disse que bastava que conversasse com seu namorado e explicasse para ele o que vinha sentindo e com certeza ele concordaria e at� ajudaria, porque com certeza estava mais preocupado com seu bem, para sentir ci�mes de uma garota.
Ele disse que n�o tinha coragem que n�o sabia se o namorado concordaria.
Nesse momento por um certo tipo de imprud�ncia que sempre me acomete, disse para ele que n�o precisava se preocupar porque Lucas era um cara bacana e que eu dava uma m�o como ele concordaria sem reclamar.
Jo�o Vitor ao ouvir a men��o do nome de Lucas ficou completamente p�lido, porque n�o o havia mencionado at� ent�o e estava mortificado com a perspectiva de expor o companheiro por sua indiscri��o.
Expliquei lhe que como dissera antes, n�o tinha o que recear, e nesse instante contei a ele que tamb�m era gay e que passei por algo muito semelhante antes de minha incurs�o pela Europa, mas que sofri tudo sozinho porque simplesmente n�o tinha para quem contar, e lamentavelmente nunca fui forte o bastante para procurar algu�m com quem desabafar e que ao contrario eu preferi fugir para um lugar onde ningu�m me conhecesse para que eu pudesse descobrir meu pr�prio caminho, longe de todos que poderiam ter me ajudado se eu tivesse ousado, contar à algu�m.
Nesse instante ele finalmente percebeu que realmente estava seguro porque eu jamais contaria nada do que est�vamos conversando à ningu�m, mesmo porque agora ele j� sabia sobre mim tamb�m e ningu�m mais na faculdade sabia.
Mas naturalmente ele quis saber como eu sabia sobre Lucas e eu disse displicentemente que eu tinha certo talento para perceber as coisas no ar e que eu prestava especial aten��o aos dois porque certo tempo eu mesmo cheguei a me sentir atra�do por ele ( Jo�o Vitor).
Ele ficou muito rubro, mas logo recuperou as cores costumeiras e continuamos nosso papo, o que certamente o ajudou muito, pois nas semanas seguintes, n�o se via nem de longe os tra�os de cansado que havia ostentado ultimamente, e de certa forma, acho que nunca comentou nem com Lucas nossa conversa, porque nunca consegui surpreender uma express�o em Lucas que denunciasse isso e modestia a parte, sou realmente muito bom em ler express�es nas pessoas.
Ap�s algum tempo, Jo�o Vitor e Lucas romperam, aparentemente sem maiores traumas, continuamos todos amigos, Lucas logo apareceu namorando uma garota de um per�odo anterior ao nosso, e Jo�o Vitor encarou tudo com a maior naturalidade, mais tarde me confessou que n�o sentia mais atra��o por Lucas e que ele estava passando por problemas similares aos seus, porque embora fosse extremamente discreto um dia seu pai reclamou que nunca aparecera em casa com uma garota e que ultimamente Jo�o Vitor costumava visitar sua casa mais que o normal para um amigo.
Jo�o Vitor tamb�m me disse, que apesar de Lucas nunca ter comentado nada com ningu�m seu pai era particularmente astuto e inquisidor e que adorava deixar claro em casa quem ditava as regras e certa vez insinuou que seria capaz de matar um de seus dois filhos caso descobrisse que algum deles era gay ou que por algum motivo j� tinham se relacionado com gay, tanto que os detestava.
Intimamente, senti que Lucas, talvez precisasse mais de minha ajuda que Jo�o Vitor ( porque este pelo menos n�o tinha que se preocupar com esse tipo de coisa em casa, ou pelo menos nunca disse que tinha), naturalmente n�o teci maiores coment�rios porque nunca considerei muito �tico falar a respeito de algu�m que n�o estivesse presente, menos ainda sendo o assunto assim t�o intimo.
Bem o fato � que o tempo foi passando, e o namoro de Lucas com a garota ia cada dia melhor os dois nunca paravam de se agarrar pelos corredores e frequentavam juntos, todas as baladas de Belo Horizonte, inclusive as festinhas que promov�amos so para nossa turma.
Tanto assim, que com o tempo as mesmas pessoas que antes vinham dizer que suspeitavam de Lucas e Jo�o Vitor serem gays, logo come�aram a vir dizer que tinham estado muito enganadas e que n�o sabiam de onde tinham tirado uma id�ia t�o estapaf�rdia, eu secretamente me divertia com este tipo de confiss�o e logo dizia, muito bem, eu bem que avisei, n�o sei como as pessoas podem inventar coisas t�o mirabolantes e sempre acabava me divertindo muito com o constrangimento das mesmas pessoas, que n�o suspeitavam que agora estavam t�o longe da verdade como jamais estiveram, porque eu sabia intimamente que apesar de tudo que fazia parecer, o que Lucas fazia n�o era nada, se n�o tentar maquiar a verdade para seu pai.
A vida corria sem maiores acontecimentos, mas em algum momento entre o final do quinto per�odo e inicio do sexto, Jo�o Vitor decidiu que faria um intercambio e em fun��o disso deixaria a faculdade por um ano ( provavelmente quando voltassse j� ter�amos nos formado), por isso senti um pouco quando se foi, mas naturalmente a vida continuaria, para quem se foi e para quem ficaria, por isso logo todos acabamos nos conformando com a partida de Jo�o Vitor, mas este fim n�o foi mais que um novo come�o.
De repente acordei de madrugada, ligeiramente perturbado tentando me lembra o que acontecera durante o sono, que me fizera acordar, ent�o com algum esfor�o me lembrei de um sonho er�tico que tive durante a noite cujo personagem principal era Lucas.
Confesso que mesmo sendo um rapaz muito atraente de aproximadamente 21 anos, 1,80 de altura uma maravilhosa cor de caramelo e um corpo todo definido de academia como � bastante t�pico em seu tipo ( como cham�vamos, playboyzinho), nunca cheguei a me sentir particularmente atra�do por ele, pelo menos n�o mais que por qualquer carinha gatinho e que tamb�m satisfizesse a certos requisitos que impunha. Talvez por isso nunca tenha tentado uma aproxima��o dele.
Mas o fato � que ap�s o sonho que sempre me voltava a cabe�a comecei a prestar mais aten��o à ele, e percebi que invariavelmente sempre que passava por perto cuidava para esbarrar "acidentalmente" em mim, na verdade n�o sei exatamente quando isso come�ou o fato � que eu t�o n�o sou de jogar fora, sou moreno claro, 1,78 de altura, cabelos castanhos encaracolados ( como de um anjinho), olhos verdes e tamb�m aquele visualsinho sexy de academia.
O caso � que n�o estou certo se era porque nunca tinha reparado ( por realmente n�o nutrir nenhum interesse por Lucas), ou realmente depois do sonho � que ele come�ou a encostar em mim com essa inocencia for�ada.
Para falar a verdade, nem sabia se ele j� tinha sacado que eu acabei entendendo o que estava por tr�s de todos estes "acidentes", o fato � que um dia, fui pegar minha prova depois da aula com um professor e seu nome foi chamado a seguir para ir buscar a prova, ele com todo o espa�o dispon�vel, fez quest�o de vir por tr�s de mim, para pegar sua prova e n�o a pegou e foi embora, at� pelo contrario, ficou ali alguns instantes ro�ando em mim. Confesso que a sensa��o era maravilhosa, mas como preso muito pela minha " reputa��o", n�o podia me dar ao luxo de algu�m perceber, me virei para sair e colidi com ele que n�o estava esperando, nesse instante, fiquei visivelmente abalado porque com a colis�o maquinalmente acabei trombando em seu peito forte e durinho ( nunca antes hav�amos estado t�o perto um do outro), e ainda como uma dessas conspira��es do destino acabei me desequilibrando e caindo em seus bra�os, foi quando senti o delicioso aroma de seu perfume.
Todos vieram sol�citos acudir e eu meio atorduado, informei displicentemente que n�o houve nada apenas me desequilibrei, devo ter embolado meus p�s em algo mas que estava bem.
Naturalmente n�o convenci muito, porque aparentemente n�o fazia nenhum sentido aquele desequil�brio, chegaram inclusive a sugerir que comparecesse à enfermaria, ao que Lucas solicitamente se ofereceu para me acompanhar caso eu estive de fato me sentido mal e voltasse a me desequilibra por algum motivo.
Disse à todos que n�o via necessidade para tanto e que seria bacana que parassem de se preocupar, porque n�o tinha acontecido nada demais, ou do contrario eu iria come�ar a me preocupar realmente.
Ap�s muitos protestos concordaram em me deixar em paz, mas n�o antes de recomendarem que n�o voltasse dirigindo para casa, eu realmente n�o levei a serio e finalmente tudo voltou ao normal.
Mas o caso � que de fato minha queda foi um acidente, mas Lucas estar ali para me aparar n�o era, e se por algum motivo eu ainda duvidasse que ele estava atra�do por mim, nesse momento minha duvida acabaria.
O que eu precisava agora era bolar um plano para ficar com Lucas sem ningu�m perceber, porque n�o queria cometer nenhum erro e acabar com nossos disfarces, ent�o pensei um plano mirabolante que � bem a minha cara, passados alguns dias decidi ir para a faculdade de �nibus, planejando pedir uma carona casualmente para o Lucas, quando ele fosse embora, de certa forma n�o teria problemas com sua namorada, porque ela sempre ia embora de van, mas havia um empecilho pratico bastante serio, � que Lucas morava de um lado da cidade e eu em outro e n�o tinha como forjar que estivesse em seu caminho, porque naturalmente n�o estava, alem do mais, havia pessoas perto de mim e que poderiam me deixar na porta de casa sem sequer desviar do caminho, por isso, inventei que meu carro tinha quebrado e que eu ia me encontrar com um amigo que morava no caminho da casa de Lucas para sairmos para uma balada.
Ele naturalmente concordou em me dar a carona, mas n�o demonstrou nenhuma ousadia, depois que sa�mos do meio da turma da faculdade, acho que a perspectiva de estarmos a sos o intimidou um pouco n�o sei se por medo de descobrir que eu n�o estava afim, e de denuncia-lo para o resto da galera, ou n�o sei mais porque, o fato � que certamente ele n�o tomaria nenhuma iniciativa e eu n�o estava disposto a perder a ocasi�o, mesmo porque isso seria muito fora de m�o para mim, dado o destino que tomamos e o pior � que eu n�o tinha muito tempo para ataca-lo porque a distancia n�o era assim t�o longa, ent�o fui logo ao assunto.
Pedi que colocasse uma musica a seguir disse à ele que gostava muito de seu perfume e perguntei à ele qual era, mas ele n�o respondeu, disse que eu precisava descobrir sozinho, naturalmente ele percebeu onde eu queria chegar, mas eu n�o queria fazer uma pequena sacanagem com ele, por isso disse que n�o era justo porque so tinha sentido realmente uma vez quando cai em seus bra�os, ent�o ele me olhou com uma cara confusa e eu disse n�o seja hip�crita, voc� acha que eu n�o percebi que voc� sempre se encosta em mim de prop�sito?
E que aquele dia, n�o percebi que voc� chegou se encostou em mim e ficou ro�ando?
Acho que nesse momento ele ficou um pouco chocado, ent�o eu disse para ele que tentei fugir porque n�o queria que as pessoas percebessem e que fiquei nervoso e acabei me desiquilibrando, mas que depois daquilo estive pensando em uma forma de ficar à sos com ele para podermos, bem... nos divertir um pouco.
Nesse momento ele deixou a timidez de lado, pegou o primeiro retorno e rumou para um motel, n�o antes de me perguntar para onde eu realmente estava indo ao que respondi sugerindo que me fizesse uma surpresa.
Mas vinte minutos e est�vamos estacionando em um motel da cidade, subimos para o quarto rapidamente e ao fechar a porta atr�s de se j� come�ou a se despir, a me beijar e a me jogar na cama.
Pedi que tivesse calma nesse instante, mas ele me disse que calma era algo que ele tinha tido nos �ltimos tr�s anos e que n�o queria mais ter, sem argumento, nos amamos a noite inteira, confesso que foi uma das melhores noites de minha vida, pois para minha sorte nunca cheguei ao destino que informei quando pedi a carona.
No outro dia, nos despedimos no centro da cidade pela manh�, tomei um t�xi e fui embora para casa leve, como h� muito n�o me sentia.
Ao nos encontrarmos à noite ele ficou um pouco desconfort�vel, pois estava com sua pseudo-namorada, eu naturalmente me diverti muito com a cena ao passar sorrindo e cumprimenta-los, parando logo à frente para apreciar o efeito de minha chegada. N�o pude deixar de notar seu olhar quarenta e tr�s enquanto a beijava.
O sinal tocou e Lucas logo cuidou para que sua namorada fosse para sua sala e veio para a classe anormalmente antes da chegada do professor, que por sua vez pediu que fiz�ssemos duplas para fazermos os exerc�cios que ele daria, preparativos para a prova na pr�xima semana, eu com muita naturalidade me retirei da sala enquanto todos se organizavam, e ao retornar encontrei as duplas j� montadas e notei que Lucas ainda estava s�, cuidou para que ningu�m o convidasse para uma dupla, engendrando uma conversa meio for�ada com o professor enquanto todos se movimentavam, ao voltar era o �nico sem par ent�o convidei-o tealtramente para se juntar à mim em um ponto afastado no fundo da sala.
Enquanto todos se impertigavam com os complicados exerc�cios, convers�vamos a respeito do acontecido na noite anterior, ele me disse que estava confuso e me contou tudo o que j� sabia atrav�s de Jo�o Vitor, eu o acalmei dizendo que j� sabia de tudo e que ele n�o precisava se preocupar, pois eu n�o iria for�ar a barra e que se para ele n�o tivesse sido bom, n�o precisar�amos nos encontrar novamente.
Ap�s fazer breve pausa, ele conclui que era a meu respeito que Jo�o Vitor tinha falado, me disse que Jo�o Vitor, disse a ele que t�nhamos conversado à algum tempo atr�s mas que n�o concordou em revelar meu nome, disse que eu o tinha ajudado e por isso n�o achava justo me expor, mesmo que confiasse plenamente em Lucas, era algo que ele sentia que n�o era justo.
Lucas disse, que sofreu muito ao se separar de Jo�o Vitor e que sua namorada ele arrumou na verdade com duplo intuito, despistar o pai e fechar o vazio deixado pelo ex-namorado, e que na verdade, sempre tinha se sentido atra�do por mim, desde o dia em que nos conhecemos mas que nunca imaginou que eu fosse gay e que tinha passado a me assediar ultimamente mas sem esperan�a de um dia eu retribuir, porque me via sempre rodeado por lindas garotas e que sempre que eu passava pelos corredores as meninas estavam sempre olhando e que at� certa vez, viu duas bichinhas ( entenda-se pintosas), dizendo uma para a outra que dariam tudo para eu beija-las um dia.
Me diverti muito com tudo o que me contou aquele dia, e disse à ele que à muito eu estava bem resolvido a respeito de minha condi��o sexual, que nunca quis ser uma fraude e por isso n�o ficava com garotas ( j� que era sabido que n�o era por falta de oportunidade), apesar de muita gente achar que sim, mas que tamb�m n�o via sentido em me tornar uma bichinha na faculdade, pois devia toda a minha popularidade à minha abordagem pragm�tica da quest�o.
Disse à ele que n�o estava namorando, do contrario nunca teria ficado com ele ( n�o que ele n�o fosse atraente o bastante, expliquei, mas porque eu sou muito honesto), ele disse que estava muito confuso e n�o sabia o que dizer.
Falei que n�o precisava dizer nada, porque as vezes precisamos de silencio para nos encontrar, e que n�o o estava pedindo nada, apenas que pensasse sobre o que queria, porque n�o queria me prejudicar, e se ele achasse que n�o valia a pena, n�o tinha porque nos encontrarmos novamente, porque eu n�o queria perder a minha reputa��o.
Logo chegara o intervalo e a pretexto de irmos ao barzinho pr�ximo à faculdade, acabamos saindo na hora do intervalo e fomos beber realmente mas em um bar muito distante para ficarmos mais a vontade, fomos dessa vez cada qual em seu carro, no caminho ele ligou para a namorada e informou que iria embora pois n�o estava se sentindo bem.
Naquela noite conversamos at� de madrugada no mesmo bar, ao nos despedirmos concordamos em pensar um pouco no final de semana que se avizinhava e voltarmos a conversar na outra semana.
Fui para casa naquele dia, pensando o que aconteceria a seguir, pela primeira vez na vida acho que estava realmente apaixonado, n�o conseguia deixar de pensar em Lucas e ao chegar a pr�xima semana, nos encontramos ele correu a me avisar que achara melhor dispensar a namorada, e que gostaria de tentar algo comigo.
Disse que estava disposto, mas que precis�vamos ser completamente discretos, o que inclu�a n�o sermos vistos com muita frequ�ncia na faculdade, porque nunca fomos assim t�o amigos, por isso n�o justificava n�o nos desgrudarmos mais de uma hora para outra.
Desde ent�o come�amos nosso romance clandestino, com algumas viagens furtivas aos finais de semana e nas f�rias, aparentemente desconexas � claro.
Estamos planejando seguir para a Nova Zel�ndia ao nos formar, e pretendemos sair da obscuridade, talvez um dia quando voltarmos.
Todos os nomes foram trocados, para garantir a privacidade dos verdadeiros personagens (a minha inclusive).