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SETENTA E SETE COISAS IMORAIS - PARTE 8

VIIIrnrnCerta vez, quando era jovem e costumava ler revistas de pornografia, li uma entrevista de uma atriz porn� da �poca. Metade da entrevista era feita com as fotos dela mostrando a bunda, a buceta ou qualquer outra parte do corpo que fosse interessante. N�o consigo hoje me lembrar exatamente de como era o corpo daquela long�nqua beldade, mas lembro-me perfeitamente de algumas das palavras dela. Algumas das frases j� naquele tempo me soavam completamente falsificadas, colocadas naquele contexto unicamente para deixar n�s, os adolescentes, de pau duro e com vontade de comprar filmes, revistas, qualquer outro material de putaria que eles estivessem vendendo. Mas algumas outras coisas naquela entrevista realmente me soavam como verdadeiras. Dentre elas uma resposta que a atriz dava a um pequeno question�rio. A revista perguntava: ?Qual a parte do corpo do homem que mais lhe excita? e a atriz respondia secamente ?A Cabe�a?, sendo que a revista continuava logo com um ?do pau?? e ela respondia ?n�o. O c�rebro mesmo.? Isso na �poca me soava completamente verdadeiro, n�o uma coisa que uma maquina de trepar responderia, mas sim uma mulher que, por culpa do destino, da biologia e da cultura imperante na �poca em que vivia, era uma maquina de trepar. Embora n�o tenha percebido grande parte da profundidade da resposta at� muito tempo depois, me ficou claro j� naquela �poca que o �rg�o que mais da tes�o e que mais fica com tes�o e a cabe�a das pessoas.rnOu, como eu hoje entendo, ao olhar meu passado e meu dia a dia, � o contexto. Tudo � contexto. Comer uma buceta aleatoriamente � bom? Claro que �. Mas coma uma buceta num contexto completamente diferente, nalgum lugar que faz seu pau explodir de dentro das cal�as, sentindo a garota se derreter de l�nguas e pele e gostos em cima de voc�, o tes�o a flor da pele, nalgum momento relevante para ambos? Voc� nunca ir� se esquecer dessa trepada.rnrnE basicamente foi isso que acontecia comigo naquela �poca da escola, quando estava saindo junto de Lucille, a estrangeirinha. ?Saindo? � modo de dizer, j� que apenas nos comiamos de qualquer jeito, nas condi��es mais improv�veis poss�veis, mas nada alem disso. Nenhum tipo de ?contato de esp�ritos? nada de romancejos, de namoradisses ou de qualquer tipo de conviv�ncia rotineira. Apenas aproveit�vamos qualquer oportunidade para nos excitarmos o m�ximo poss�vel.rn� claro, isso era exatamente o que Lucille tinha em mente, mas eu n�o estava reconhecendo exatamente este tipo de relacionamento que est�vamos tendo. Sabe, embora a mente seja o �rg�o mais sexual que existe, ele � somente isso, um �rg�o. E assim como um pau pode gozar r�pido demais, ou falha, assim como uma buceta pode ficar seca, frigida, assim o c�rebro pode n�o perceber todas as coisas que acontecem em sua volta. Culpa disso, imagino, seja pelo fato de naquela �poca ser um pobre molecote inocente, ou porque sou um eterno idiota. Mas se para Lucille estava evidente que apenas est�vamos aproveitando o corpo um do outro pra conseguir o m�ximo de prazer poss�vel nas poucas horas que est�vamos juntos, para mim ainda acreditava estar nalgum relacionamento comum e normal. N�o que estivesse apaixonado, mas havia certas coisas que eu imaginava estarem asseguradas, mas que as estavam apenas na minha mente cheia de tes�o.rnrnBasicamente nosso dia se resumia aos encontros na escola. Desde que tinha me disposto a ajud�-la, est�vamos passando muito tempo juntos, sent�vamos em carteiras juntas. E sempre que est�vamos sentados, um dava algum jeito de masturbar o outro, de tocar nos locais aonde o outro sentia-se bem, enquanto os professores tagarelavam sem parar. Ou era eu que, com t�cnicas que melhoravam cada vez mais, dan�ava meus dedos por entre seu clit�ris ou dentro de sua buceta, melecando-me com a excita��o que saia do meio das pernas dela e logo em seguida, quando ningu�m percebia, secava na saliva de sua boca, ou era ela que, em movimentos r�pidos mas seguros de si, me masturbava sem parar, punhetando com todo o cuidado de n�o me fazer gozar, mas ainda sim me fazendo ter del�rios que teimavam em sair de mim em pequenos espasmos de tes�o, n�o mais que ligeiras gotas dum orgasmo contido. Lucille era, evidentemente, uma garota tesuda que sabia exatamente como agir, e olhando agora creio que tudo isso pela cultura que ela estava acostumada a ter em casa. Mesmo que n�s brasileiros sejamos todos sexualizados nos momentos de carnaval, h� muito receio sobre sexo. Medo mesmo. E se por um lado isso aumenta totalmente o tes�o, por sexo sempre ser alguma coisa proibida, estamos sempre num contexto de cerceamento, por outro lado � sempre muito bom estar em contato -e em contato pr�ximo, enterrando dois dedos no meio das pernas e remexendo no ritmo das coxas que pedem sempre mais um pouco- � muito bom estar em contato com algu�m de alguma cultura que ignora essas amarras sociais toscas, impostas apenas por algum tipo de conceito religioso anacr�nico. E Lucille gozava discretamente desses conceitos enquanto eu enfiava meus dedos, minha m�o, dentro dela, gozava de tes�o e gozava ironicamente, j� que provavelmente todo mundo da sala, da escola, sabia exatamente o que est�vamos fazendo ali embaixo de nossas roupas. Sabiam e morriam de vontade de saber t�o bem quanto n�s dois.rnrnNosso sexo ia muito bem, obrigado. A todo instante em que parecia que est�vamos sozinhos, em que ningu�m estava olhando, havia alguma sem vergonhice de nossa parte. Lucille aproveitava as aulas de educa��o f�sica para me chupar discretamente, minha cal�a semi aberta, ela com a boca todo no meu pau duro, lambendo com a l�ngua tudo que conseguia tocar dentro de sua boca, eu encostando no final de sua garganta. Aproveitava os intervalos pra encostar comigo num canto dos fundos da escola, onde outros iam fumar, conversar, fingirem ser adultos, e l� cheg�vamos a algo que, ainda hoje, nomeio como sexo. Esfreg�vamos por sobre as roupas um do outro, mordidas, pequenas mordidas, a m�o que teima em escorregar para dentro das cal�as um do outro, o tes�o de perceber que todos estavam nos olhando. Meu pau entrava em alguns momentos dentro dela, nada muito profundo nem confort�vel, ainda mais pelo pouco tempo que t�nhamos, mas mais de uma vez acabei gozando levemente, e o olhar de Lucille enquanto via o qu�o dominado estava por suas belezas f�sicas e morais era incr�vel. Ela sabia exatamente o que estava fazendo.rnrnSabia exatamente o que estava fazendo. E sabia exatamente para onde isso iria seguir.

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