(Relato coletado por http:ana20sp.sites.uol.com.br)
�s vezes um conto er�tico n�o passa de uma verdadeira rela��o de palavras “excitantes”. �s vezes tudo � escrito na base da sutileza, convidando a imagina��o a entrar em a��o. Neste relato, parecem estar misturadas as duas coisas.Talvez agrade a todos os tipos de leitores.
(...)
Meu nome � Paulo e estou com Cristina j� faz quinze anos. Cristina � uma pessoa que amo demais e aprendi a respeitar como ser humano, como mulher, como tudo, e sei que ela tamb�m tem os mesmos sentimentos por mim.
Fisicamente, � morena, de corpo pequeno, mas tudo certinho, mesmo com a idade de agora- Ela tem 31 anos e eu 37 -, uma mulher que desperta a libido de qualquer homem.
Quando a conheci, com 19 anos, era uma garota t�mida, sem muitos amigos, e que vivia mais de aten��o para com seus pais e irm�os menores, do que para a sua pr�pria divers�o. Eu ia todas as noites buscar minha irm� no col�gio onde as duas estudavam, mas n�o se conheciam. Nossos olhares se cruzavam, em toda sa�da de aula, quando ela sa�a. Um dia minha irm� n�o tinha aula, mas eu estava ali com dois colegas, aproveitei e fui falar com ela. Nunca mais nos separamos e tr�s anos depois est�vamos casados. No mesmo ano do casamento, ela entrou para a faculdade e praticamente banquei seus estudos, com muito prazer.
E foi mesmo com prazer. Parece mentira, mas h� quinze anos, virgindade ainda era um tabu para Cristina e s� transpassei seu h�men na lua-de-mel. O h�men, porque depois de um ano de namoro e muita conversa, ela concordou em fazer anal comigo, pela primeira vez. J� t�nhamos alguns avan�os que podem ser considerados avan�ados para ela, como por nas cochas, gozar na cochas, esfregar os peitos nus um bo outro, masturba��o m�tua, fela��o e cunil�ngua. Ela sempre se mostrou com bastante tes�o e eu gostava disso. Ali�s, a id�ia do sexo anal surgiu num dia em que eu a estava encochando por tr�s e, num momento em que ela estava bastante excitada, passei a esfregar o membro em seu rego.
- Vou comer essa bundinha. – falei, no seu ouvido, bem baixo, pois est�vamos num canto do quintal, n�o muito longe dos seus pais e irm�os, l� dentro da casa.
- Come! Come! – ela falou v�rias vezes, esfregando-se e mexendo com mais vontade ainda.
Mas s� falou aquilo no momento de tes�o, pois quando tivemos nossos orgasmos e ela se acalmou um pouco, come�ou a negar, ainda que de brincadeira, que tinha falado para eu comer. E foram meses at� convenc�-la, at� que um dia, aproveitando a aus�ncia de seus pais, ela resolveu experimentar, mas n�o sem antes me levar a fazer mil promessas.
- Se doer voc� tira? Se eu n�o conseguir voc� n�o fica chateado comigo?
E tudo isso, sem falar ainda nas muitas vezes que ela mencionou o ju�zo moral que eu iria fazer dela, por estar cedendo em algo que n�o era, segundo sua vis�o, normal a uma mulher de bem.
Foi ajoelhada no tapete da sala e debru�ada sobre o sof�, com o vestido na cintura e eu atr�s, que fizemos, pela primeira vez. Eu a amava demais para descuidar de n�o judiar dela e por isso fui com todo o carinho, com bastante vaselina e muitas palavras pedindo calma e relaxamento. Por tr�s ou quatro vezes ela recuou, quer dizer, levou o corpo para frente, franzindo as n�degas, quando sentia que ia ser penetrada, at� que, num certo momento, em que nem eu mesmo esperava, atravessei sua fronteira.
Ela ficou nervosa, retesou o corpo, amea�ou levantar e s� n�o se levantou porque estava prensada entre eu e o sof�. Mas era vis�vel o seu verdadeiro desespero. Mas um desespero infundado, pois logo mostrei a ela que nem estava doendo. Era s� um medo psicol�gico.
Passado esse medo, escorreguei tudo para dentro dela, pedindo depois para ela passar a m�o e sentir como s� estavam minhas bolas do lado de fora.
- Nossa! – ela exclamou, come�ando a soltar-se, arriscando umas mexidinhas e, j� bem relaxada, fazendo acontecer o vai-e-vem.
Durante todo o nosso namoro, nos divertimos assim, sempre que dava, isto �, praticamente todas as semanas. E digo que a divers�o era para os dois, pois na segunda ou terceira vez, j� acostumada, ela aprendeu a gozar junto comigo, às vezes se masturbando enquanto eu comia sua bundinha, às vezes pedindo para eu masturb�-la, sempre no maior ritmo em seu anus.
Pois bem, nos casamos, ela perdeu sua virgindade, mas nem por isso abandonamos essa pr�tica que gostamos muito. Ela terminou a faculdade e trabalhava numa grande empresa. Nos dois ganh�vamos bem e viv�amos bem, exceto por um grande detalhe: ela n�o engravidava e os exames revelaram que o problema era com ela. O m�dico aconselhou esperar um pouco mais para fazer um tratamento e, com isso, at� hoje n�o temos filhos.
Por mim parecia correr tudo bem e para ela tamb�m ou, talvez, estiv�ssemos, na verdade, acomodados à nossa rotina, gostando um do outro e nos amando em forma de sexo com a regularidade que nosso ritmo de vida permitia. Uma regularidade que, no entanto, ia diminuindo sem que a gente percebesse. Tes�o eu acho que n�o faltava, mas o fogo, a vontade, de ambas as partes, j� n�o era o mesmo.
Ent�o aconteceu um encontro entre gerentes e outros executivos da empresa onde ela trabalha. Ela n�o queria ir, mas era obrigada. Queria me levar junto, mas eu n�o podia, por causa do meu trabalho. Eu mesmo a incentivei a ir e se distrair um pouco, sair da rotina que a gente estava. At� mencionei que se ela gostasse, a gente viajaria para l�, em Recife, nas nossas f�rias.
Ela partiu para o encontro como uma crian�a que est� se separando dos pais pela primeira vez. Parecia at� que estava se sentindo culpada por viajar em companhia de outras pessoas sem que eu estivesse junto. Telefonou-me tr�s vezes ao dia, durante os cinco dias que l� ficou, e quando voltou parecia contente e estava mais bonita ainda, queimada de sol. Fiquei logo com vontade fazer sexo com ela e ela se mostrou bastante acesa, como h� muito eu n�o a via. Mas nos dias seguintes, alguma coisa estranha come�ou a acontecer. Ela se mostrava um tanto mal humorada e parecia n�o corresponder aos meus carinhos, como se estivesse mesmo querendo evit�-los. Comecei a question�-la e ela dizia que devia ser algum problema f�sico, que talvez o sol demais tivesse lhe causado alguma rea��o. Mas piorava a cada dia o seu humor e o seu tratamento para comigo. Por duas vezes a peguei chorando e tudo o que ela fez nessas horas foi pedir que eu a deixasse em paz.
Ent�o, num s�bado, achei que j� estava passando dos limites aquela situa��o e cobrei uma resposta. Ela come�ou a chorar e se trancou no quarto. Quando saiu, quase meia hora depois, chegou at� a sala, onde eu estava, entregou-me um papel com alguma coisa escrita, e voltou a se trancar no quarto.
Li o que ela tinha escrito e minha rea��o imediata e impensada foi sair de casa e caminhar pela rua. Mas logo avistei a padaria e achei que uma boa dose de bebida me ajudaria a suportar aquele momento. Pedi um conhaque refor�ado e uma cerveja. Eu tremia de �dio, de humilha��o, de dor, de tudo.
Como � dif�cil descobrir que a mulher esteve com outro?
Naqueles momentos, ap�s a angustiante descoberta, acho que seria capaz de tudo, tanto de chorar quanto de matar.
Mas ent�o, alguma coisa milagrosa aconteceu. N�o sei como e nem porque, num relance, passei a ver tudo de modo diferente. E eu nem tinha tomado todo o conhaque, e da cerveja s� tinha bebido meio copo. Paguei, larguei tudo e voltei para casa. Ela tinha aberto a porta do quarto e estava sentada na cama, olhando para o guarda-roupa, mas com os olhos parados, mortos, cheios de l�grimas.
- Pode deixar que eu vou embora. – ela disse, quando sentei-me ao seu lado.
- Eu n�o quero que voc� v� embora. – falei. – Gosto demais de voc�.
- E de que adianta? Vai me perdoar, por acaso?
- N�o sei se tenho alguma coisa a perdoar, mas sei que encontrei uma solu��o.
Ela n�o falou nada e nem se moveu, ficou apenas esperando que eu conclu�sse. Virei-me para ela e fiz com que olhasse para mim. S� ent�o ela perguntou.
- Que solu��o?
- Voc� escreveu um breve relato do que aconteceu, mas eu quero que voc� escreva mais, que escreva tudo, que conte todos os detalhes, tudo, tudo mesmo, desde como come�ou, porque come�ou, at� o que aconteceu a cada minuto, a cada segundo. Quero saber tudo.
- E pra qu�?
- Para a gente continuar juntos.
- N�o basta saber que te tra�?
- Traiu, mas n�o est� traindo mais. Trai��o seria se voc� n�o me contasse nada. J� parou para pensar que se voc� n�o me contasse, eu poderia nunca descobrir?
- J�. Mas eu nunca mais teria paz. N�o seria certo, justo.
- Pois ent�o! Pois agora, quanto mais voc� contar, menos trai��o vai ser.
- S� n�o sei � se voc� vai me aceitar.
- Voc� n�o tem escolha, mo�a. Se n�o contar a gente separa, se contar, h� uma chance de cem por cento de a gente continuar juntos.
- Tem raz�o. Vou escrever ent�o. S� n�o sei quando e nem como. Preciso de um tempo e...
- Pois eu sei quando e como. Vai ser junto comigo, na minha frente. Quero ver voc� escrever, detalhe por detalhe, quero fazer perguntas, quero...
- Isso n�o! Eu n�o vou conseguir contar em detalhes, isso � coisa �ntima, �...
- Pois n�o somos �ntimos?
Desde aquele dia, j� se v�o tr�s anos, Cristina j� deve ter escrito quase mil vezes os seus tr�s dias de aventuras com um sujeito que tem um quiosque na praia l� em Recife, lugar que tamb�m lhe serve de morada e que serviu de alcova para os dois, desde a primeira batida de caju que ela tomou, na segunda noite, depois das reuni�es da empresa.
E a cada vez que ela conta, a cada detalhe que narra, a cada pergunta que fa�o, � uma transa que temos, cada vez mais quentes.
Nesses tr�s anos, j� aproveitamos para viajar em nossas f�rias, sempre nos curtindo. A �nica condi��o que imponho � que nossas f�rias n�o sejam em Recife; n�o quero ser reconhecido como o tal... ‘o’.
Mas se ela quiser, que v� sozinha, coisa que estamos planejando para dentro em breve. Se bem que eu prefiro mesmo � que ela viaje para algum outro local, pois desejo que ela tenha coisas novas para contar, que n�o fique repetindo as mesmas coisas, com o mesmo cara...