Moro em um municipio de pequeno porte do Rio de Janeiro, de uns 20 mil habitantes. O lugar � daqueles onde quase todo mundo se conhece, todo mundo sabe da vida do outro. Mas � um lugar lindo, e fica num vale rodeado de verdes colnas. O clima � super agrad�vel, a cidade bem estruturada, tem at� campus universit�rio, enfim, um lugar ideal pra se viver bem. Tenho 26 anos, e pra variar, vivo com meus pais, compreensivos, culpam asitua��o econ�mica atual, mas no fundo, sabem que sou chegado uma vida boa. Sou formado em Ciencias Contabeis e Tranquei meu curso de Direito. Tenho uma moto e uma namorada, a Roberta. A moto eu cuido bem. A namorada, bem, ela cuida bem de mim. Tenho tamb�m uma irm�, solteira, de 22 anos, a Solange. Ela trabalhava em um banco. E tenho outra, a Rose, que � casada com um militar, tem 29 anos, e recentemente passou a viver nesta cidade com o marido. Eu visitava Rose, que tamb�m � professora, v�rios dias por semana. Quando ela n�o tinha aula, ela me ligava e eu ia a sua casa para almo�ar, pois o marido, militar, vivia enfiado dentro do quartel. Me dava bem com a Rose, que qianda n�o tivera filhos. Ela era do tipo classuda, tinha uma beleza suave, era de uma eleg�ncia impressionante. Culta, linda, respeitada dentro da institui��o em que lecionava. Mas Rose, naquela tarde de s�bado em que me chamara, parecia triste. Depois de almo�armos, nos sentamos no quintal, como sempre faziamos. Rose vestia uma blusa e uma bermuda folgada. Usava sand�lias. Reparei que ela tinha p�s delicados. Ali�s, tudo em Rose era delicado.
- Mana, diga o que vc tem a dizer...j� perceb�...
- Percebeu o que...?
- Vc t� louca pra me falar alguma coisa...
- N�o sei se posso....
- Pode...pra alguma coisa devo servir...
Ela me olhou com um olhar complacente.
- Vc serve, sinm.... vc tem sido maravilhoso comigo, me fazendo companhia...
- � o Gallardo? (o marido dela, meu cunhado)
- Bem... �...
- pode come�ar...
Ela riu diante da minha objetividade. Riu daquele jeito encantador, mostrando aqueles dentes brancos e perfeitos.
- Bem... � meio constrangedor para mim...
- Bem..vc pode procurar o vizinho pra desabafar... - brinquei.
- Bobo...! me espere um pouco... - ela engoliu em seco - � o Beto (Beto Gallardo) ... ele est� bebendo... mais do que o normal... - fez um sil�ncio e continuou - nos fins de semana ele passa no clube dos oficiais, e eu fico sozinha aqui, pois sabe que detesto aquele ambiente. Ainda bem que vc me tem feito companhia... e sabe que nem posso contar com as vizinhas...
Fiquei ouvindo Rose por um bom tempo. Resumindo, o marid�o passava tempo demais no quartel, tava bebendo, provavelmente depressivo, n�o comparecia para suas obriga��es de marido, preferindo a companhia dos marmanjos do clube, e muito provavelmente estava dando uma esticada na zona da cidade. L�gico que Rose n�o me detalhou isso tudo. Foram conclus�es minhas.
- Mana, talvez seja apenas uma fase ruim.
- Isso j� faz quase dois anos... � que eu nunca me queixei...
Fiquei olhando Rose. Ela era realmente muito linda. O que aquele cara queria num clube cheio de homens e uma mulher gostosa como minha irm� sozinha dentro de casa? Era pedir pra ser tra�do. Mas Rose n�o era do tipo. Era a que encarava o casamento como uma coisa s�ria. Era honesta, �tica, uma mulher e tanto. E com beleza de sobra. Perguntei, ousadamente, se ela j� sentira vontade de trair Gallardo. Ela me olhou surpresa.
- Claro que n�o!! - mas em seguida disse que se fosse igual as outras, j� teria traido ou deixado seu marido, pois o que recebia de cantadas por a� era uma enormidade. Mas saia de todas com seu jeito discreto.
- mana, eu n�o si o que o Gallardo tem, mas ele � um idiota, s� pra come�ar...
- Coitado..n�o fale assim...
- Falo sim... se eu tivesse uma gata como vc, maravilhosa, linda, intligente, eu viveria em casa...com certeza...
- Ah, vc? n�o acredito.....!
- Bem...sairia de vez em quando, pra jogar bola...
- Ah, tudo bem...
- Mas eu n�o entendo seu marido... vcs tem apenas 8 anos de casados... n�o tem filhos pra encher o saco... esse cara t� pisando na bola..
Ela ria do meu jeito de falar. Se uma coisa que eu n�o era era conselheiro matrimonial. Mas eu queria, sinceramente, ajudar minha bela irm�.
- Sabe, vc bem poderia ser uma modelo famosa, bonita do jeito que �...
- Ah, seu bobo...vc me deixa sem jeito assim... mas sabe que esse era meu sonho? ser modelo fotogr�fico..
- Pois vc deixa um monte de modelo famosa no chinelo...acredite em mim..
- S�rio? - ela ria divertida. - pena que eu n�o levei esse sonho em diante...mas eu adoraria...
- Bem... eu posso ajudar a realizar teu sonho...
- Como?
- Mana, eu tenho uma camera digital... eu posso fazer um book teu... � uma forma de realizar teu sonho..
- Ah, n�o...
- Ah, sim... o que � que tem? vai ser uma brincadeira legal... vc precisa se distrair..
- Humm. sabe que vc tem raz�o? mas quando faremos isso?
- Bem...tem que serquando o Gallardo estiver no clube, ou de servi�o... vc me liga, e eu venho te clicar...
- Combinado...
Voltei pra casa pensando que tinha feito algo bom pra minha irm�. Ela parecia mais animada, Aquele imbecil do seu marido nem sabia o que tinha em casa.
Recebi umaliga��o de Roberta. Ela pedia que eu fosse at� sua casa, pois sua m�e havia saido.