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O ADOLESCENTE E SEU PR�NCIPE ENCANTADO

Eu descobri que era diferente dos outros meninos logo que entrei na puberdade. Diferente pois, embora me interessando por meninas, tive as primeiras revela��es do prazer er�tico em regi�es do corpo que anunciavam qual seria meu interesse mais forte. Aprendi a me masturbar com velas aos onze, doze anos, e aos treze e quatorze pegava cenouras e pepinos cada dia maiores na cozinha e me trancava no banheiro para com eles me consolar. Ao mesmo tempo, precoce, desenvolvi um mundo pr�prio de fantasias em que me imaginava em situa��es rom�nticas com homens, eles sempre fortes e m�sculos, eu sempre submisso e feminino. Aos quinze anos, os pepinos grossos e as fantasias tinham me preparado fisica e psicologicamente para o encontro que o futuro me reservava. Desde ent�o uma coisa tinha ficado bem clara: eu n�o me interessava por trocar, como ouvia falar de alguns colegas. N�o queria dominar nem penetrar ningu�m, e sim ser dominado e penetrado. Mas, t�mido e sens�vel, eu me considerava incapaz de consumar uma rela��o f�sica com um homem. Al�m do mais, vivia dividido entre a vontade cada dia mais forte de ter a experi�ncia e o medo das consequ�ncias, o medo da condena��o pela fam�lia, o medo de ficar falado. Para complicar - ou facilitar - as coisas, eu era um adolescente muito bonito. Aos quinze anos, j� taludo, tinha um rosto imberbe de tra�os regulares, olhos grandes e escuros, boca de l�bios desenhados, e um corpo sem pelos, curvil�neo, coxas torneadas, a cintura estreita abrindo sobre n�degas roli�as. Isso, � claro, associado a um jeito t�mido, n�o efeminado mas vagamente feminino, que atra�a a aten��o de certos homens, na escola, na praia ou na rua. Fui assediado algumas vezes por colegas e mais de uma vez por homens mais velhos, na rua. Em todas as ocasi�es eu desconversava, fugia, morrendo de medo... rnrn rnrnFoi quando conheci Samir. Nos conhecemos no curso de ingl�s, o Yazigi, que, como costuma acontecer nos cursos de l�nguas, era frequentado por pessoas de v�rias idades. Ele era bem mais velho que eu, e, por raz�es dif�ceis de explicar, chamou imediatamente minha aten��o: moreno, alto, cabelos crespos, bra�os peludos e, quando abria um pouco a camisa, mostrava o peito tamb�m peludo. Estava longe de ser bonito, mas, calado e afirmativo, tinha um jeito m�sculo que logo provocou um tipo de perturba��o que, em mim, era sintoma certo de que eu estava me sentindo atra�do por aquela pessoa. Foi ele quem puxou conversa primeiro, no intervalo das aulas. Conversamos uma, duas, tr�s vezes, um dia tomamos um suco juntos na rua, e eu senti, como tinha sentido antes com outros, que ele estava interessado em mim. S� que, em vez de come�ar a fugir, como estava acostumado a fazer, dessa vez n�o fugi. Continuei a conversar com ele e, de vez em quando, nossos olhares se cruzavam e eu lia neles uma mensagem que n�o sabia ainda decifrar . Talvez por ser algu�m que n�o conhecia minha fam�lia, e que n�o pertencia ao meu c�rculo de amizades, eu me sentia mais seguro para me aproximar dele, mesmo sentindo o perigo. A verdade � que, quem sabe at� sem estar consciente disso, eu tinha resolvido enfrentar o perigo. rnrn rnrnUm dia Samir me convidou para ir ao seu apartamento, escutar CDs, mas eu encontrei na hora uma desculpa para n�o ir. Na semana seguinte, saindo do curso, ele repetiu o convite e eu aceitei. Ele morava perto do curso e fomos a p�. Chegamos a um pequeno apartamento da Barata Ribeiro, uma rua de Copacabana a tr�s ou quatro quadras da praia. O pr�dio tinha muitos apartamentos em cada andar, com filas de portas nos corredores. O dele, mobiliado com m�veis antigos, era bastante acolhedor. Tinha apenas uma sala pequena com um sof�, mesinha de jantar, TV e algumas cadeiras, quarto de dormir com uma cama de casal e um pequeno banheiro, e a cozinha. Na �rea de servi�o, min�scula, ele me mostrou seu equipamento de gin�stica, dependurado em ganchos na parede. Conversamos e ouvimos os discos de que ele tinha falado. Ambos gost�vamos de Maria Betania, e ouvimos algumas can��es. Ele ofereceu refrigerante, bebemos juntos, eu relaxei, me senti à vontade, come�ando a me sentir envolvido por aquela companhia masculina forte. Ele me falou que era separado, tinha deixado a mulher h� dois anos e mudado para Copacabana. Era de Minas, de fam�lia libanesa, e trabalhava numa imobili�ria no Centro. Depois quis saber de mim. Falei que minha fam�lia era do Rio Grande do Sul mas morava no Rio h� muitos anos, desde antes do meu nascimento. Falei da escola onde estudava. Ele quis saber da minha idade, eu falei, e ele me disse que tinha trinta e quatro. Foi a� que perguntou se eu me incomodava de ter amizade com um homem mais velho. Eu respondi que n�o, claro que n�o. Aquela pergunta foi - s� depois me apercebi disso - uma primeira sondagem dos meus sentimentos, pois essa n�o � uma pergunta que normalmente se fa�a. Nesse dia voltei para casa consciente de que alguma novidade estava acontecendo na minha vida. Na mesa do jantar, olhando meus pais, pensei comigo mesmo como eles reagiriam se soubessem que eu tinha ido no apartamento de um homem na Barata Ribeiro... Nada tinha acontecido, mas tinha se criado um clima entre eu e aquele colega do curso Yazigi.rnrn rnrnNem precisa dizer que depois da aula seguinte - t�nhamos aulas nas ter�as e quintas - Samir me convidou novamente e eu aceitei ir em sua casa. Agora eu j� conhecia a portaria do edif�cio, o elevador, o corredor longo cheio de portas e finalmente aquele apartamento que n�o sa�a da minha cabe�a desde que eu l� estivera dois dias antes. O apartamento e o seu morador... Ele p�s o disco de Maria Betania e escutamos algumas faixas. Depois ele quis que eu visse os halteres na �rea de servi�o. Pegou um por um, primeiro os menores, depois os mais pesados, e foi mostrando como conseguia manejar aqueles pesos que, para mim, eram coisas distantes, coisas de homem, que eu via com admira��o. E ele certamente fez aquela demonstra��o para me impressionar. E impressionou. Elogiei o muque e ele fez quest�o de me mostrar o peitoral. Quando tirou a camisa senti um friozinho na barriga ao ver aquele torso musculoso e peludo. Ele n�o vestiu a camisa e voltamos para a sala a fim de escutar o resto do disco. Ao apoiar o bra�o no encosto do sof�, ele exp�s a axila e quando aspirei aquele cheiro forte senti meu cora��o bater mais depressa. N�o reagi quando ele passou o bra�o por cima do meu ombro e continuamos a ouvir m�sica assim, meio abra�ados. Quando, sem dizer nada, ele quis desabotoar minha camisa, segurei na sua m�o para impedir. Ele deve ter sentido que eu, novi�o naquele tipo de amor, precisava de tempo. E se limitou a continuar a conversar e a me fazer afagos no ombro, que n�o impedi. Ao nos despedirmos, ele me convidou para voltar no s�bado ou no domingo. Fiquei confuso na hora, mas respondi que talvez fosse no domingo, e ele falou: "Venha de tarde, tipo quatro horas".rnrn rnrnEntre a quinta e o domingo minha cabe�a ferveu. Ir ou n�o ir? N�o dava para disfar�ar: encontr�-lo assim no domingo, com hora marcada, era aceitar uma situa��o de namoro. Por um lado eu morria de vontade de ir, de estar com ele. Por outro, morria de medo. Provavelmente ningu�m ia saber, e isso era muito importante para mim. Mas n�o era uma decis�o f�cil para um adolescente t�mido de fam�lia de classe m�dia machista. Ir seria aceitar as consequ�ncias, aceitar o �bvio interesse que ele tinha por mim, e aceitar a possibilidade de terminar a tarde na cama com ele, aquela cama desarrumada que eu j� vira pela porta aberta do quarto. E se eu fosse, conseguiria chegar ao fim, consumar uma rela��o f�sica? E se ele tivesse uma dessas picas enormes? Eu seria capaz? Meu cora��o balan�ou dois dias, e finalmente pendeu para o lado certo. No domingo, depois do almo�o, decidi ir. Tomei banho e falei em casa que ia ao cinema. Estava nervoso ao tomar o elevador do pr�dio de Samir. Minha m�o tremia quando toquei a campainha, mas apertei o bot�o, e ele abriu. Eram quatro horas quase em ponto, ele me recebeu s�rio e n�o falou em escutarmos m�sica. T�nhamos superado o est�gio dos pretextos... Sentamos no sof�, conversamos um pouco, e sem pedir nada, sem me consultar, ele come�ou a me desabotoar. Dessa vez n�o reagi e ajudei-o a tirar minha camisa. Ele alisou meu peito, meus ombros, e abriu o jogo. Foi muito direto: disse que tinha tes�o por mim e queria trepar comigo. Eu estava muito nervoso, e tive dificuldade em encontrar as palavras para explicar que n�o tinha experi�ncia, que nunca tinha estado numa situa��o daquele tipo com um homem. Ele ficou um pouco surpreso, confessou que tinha sentido que eu n�o tinha muita experi�ncia, mas n�o imaginava que eu fosse totalmente inexperiente. rnrn rnrnEle me tratou, o tempo todo, de maneira paciente e carinhosa. Foi, sem d�vida alguma, o homem certo na hora certa. O que mais me seduzia nele, desde que o conhecera, e que me levou ao seu apartamento, foi, mais do que qualquer outra coisa, o jeito afirmativo, seguro. Ao lado daquele homem tranquilo me sentia tamb�m tranquilo. Me entreguei e tomei tamb�m coragem de fazer coisas que sonhava fazer. Tomei coragem de afagar seu peito, os bra�os musculosos, de esfregar meu rosto no dele para sentir o atrito da barba por fazer, nos pelos do peito, das axilas, para sentir aquele cheiro forte, me embebedar de testosterona. Quando ele pediu, despi-me devagar mas sem hesitar, confiante em exibir formas que sabia agradar aos homens. Foi bom escutar as palavras de elogio dele, e sentir as car�cias naquelas partes do corpo que em geral nenhum homem deixa que o outro ponha a m�o. Finalmente algu�m estava alisando minha bunda... Quando ele abaixou as cal�as junto com a sunga, meu cora��o quase parou. Pela primeira vez eu podia admirar assim de perto uma genit�lia masculina, aquela confus�o maravilhosa de pentelhos escuros, o saco volumoso dependurado e a pica em ere��o, balan�ando no ar, toda arrega�ada, a cabe�a r�sea e lustrosa. Que emo��o foi poder apalpar aqueles culh�es, apertar a pica, sentir aquela consist�ncia macia e dura, sentir a chapuleta pegajosa, e logo afundar o rosto naquelas virilhas suadas, cobrir a pica de beijos, cheirar e apertar a glande contra os l�bios! Quando sentiu que eu estava preparado, ele me levou para o quarto. A cama estava desfeita, e havia pe�as de roupa jogadas sobre uma cadeira. Sem pressa, ele deitou-se de lado e dobrou a perna para que eu apoiasse a cabe�a junto à sua virilha. Fiz como ele mandou, e mais uma vez mergulhei o rosto naquele turbilh�o de pelos e cheiros fortes de homem. Em seguida, umedecendo os l�bios, pus a glande na boca e senti o gosto meio salgado, meio �cido que eu tanto sonhava provar. Lambi o saco, e aprendi a por os test�culos dentro da boca, um, depois o outro, para sug�-los. Ele me observou algum tempo, e me interrompeu para dizer que estava na hora de me comer. rnrn rnrnSenti medo. Sentamos na beira da cama e eu ponderei que o p�nis dele era muito grosso e que eu n�o iria aguentar. Ele sorriu, me garantiu que eu aguentava, sim. Prometeu que n�o for�aria nada, que eu diria a hora de parar. Concordei ent�o e ele trouxe do banheiro uma toalha de banho, que me mandou estender na cama, e um tubo de vaselina, que me entregou. "Passe", falou. Vi que o tubo de vaselina era novo e estava cheio. Tinha sido comprado para mim. Espremi no dedo e me lubrifiquei v�rias vezes, ali mesmo, na frente dele. Foi um desses momentos que ningu�m esquece: um p� apoiado na beira da cama, um tubo de vaselina numa m�o, a outra entre as pernas, olhos nos olhos dele, me preparando para ele... Ele me mandou deitar de bru�os sobre a toalha de banho e me orientou sobre a posi��o a adotar. Depois me montou por tr�s. Eu mesmo segurei a pica e arrumei-a no lugar. Tal como tinha prometido, ele foi firme mas n�o for�ou nada. E mostrou que sabia o que estava fazendo: me dilatou aos pouquinhos, com estocadas curtas e r�pidas, cada vez mais fundo. Fez v�rias investidas dessa maneira, parando sempre que eu pedia, e recome�ando outra vez. Depois de algumas tentativas, senti que alguma coisa importante estava acontecendo: os esf�ncteres tinham cedido e a glande tinha passado. Uma emo��o muito forte tomou conta de mim, uma onda que subiu pelo meu peito: dei um suspiro fundo e senti as l�grimas escorrerem pelo meu rosto. Ele reparou, e perguntou se estava doendo. Abanei a cabe�a que n�o e ele, me segurando firme pelos quadris, empurrou a pica devagar, enfiando-a at� que senti os pentelhos encostrem na bunda. Ele deitou ent�o por cima. Afastei as pernas, abracei o travesseiro e fechei os olhos, respirando fundo e sentindo as l�grimas escorrerem na fronha. Eu estava finalmente vivendo o momento com que sonhava h� tanto tempo. Ele meteu os bra�os por baixo do meu peito e me travou pelos ombros, abra�ando apertado. Gemi e chorei baixinho, ele afagou meus cabelos, enxugou minhas l�grimas fazendo o p�nis sair e depois entrar de novo, devagar. Que sensa��o nova, maravilhosa, era aquela dilata��o t�o forte, pr�xima da dor, e o volume da pica l� dentro! Eu achava que ia ser aquela penetra��o arrochada e lenta, mas descobri - outra descoberta daquela tarde! - que com pouco tempo os an�is relaxavam, as mucosas se auto-lubrificavam e se tornavam escorregadias. Ele p�de ent�o me comer da maneira que eu sempre ouvira falar: metendo e tirando r�pido, fazendo a pica deslizar com uma impress�o de rangido. Fiquei espantado com o tempo que a ere��o dele durou. Me estocou quase sem parar por meia hora, quarenta minutos. Ao estender a m�o para me tatear entre as pernas, levei um susto ao constatar o calibre do membro que estava ali, sumido dentro de mim. Apalpei os culh�es grandes encostados no meu trazeiro. Como foi bom sentir os test�culos, aquela express�o da virilidade do homem que me montava ali, fazendo a cama ranger! Senti uma ponta de orgulho por ter conquistado um homem de verdade, e mais ainda por estar me mostrando capaz de enfrent�-lo na cama.rnrn rnrnAprendi muitas coisas naquela tarde. A mais importante ele me falou: agora eu tinha um macho. Durante oito meses, at� que ele se mudou do Rio, para trabalhar numa firma em S�o Paulo, Samir foi meu macho na plena extens�o da palavra. Na cama e fora da cama. E eu, deslumbrado com a experi�ncia, aprendi a ser o que ele chamava a menina dele. Aprendi a mexer os quadris quando ele me cavalgava, a lavar o sexo dele depois do amor, a ser carinhoso, a fazer o que ele mandava fazer... Nos encontr�vamos todas as ter�as e quintas depois das aulas de ingl�s, e às vezes durante o fim de semana. Uma vez, aproveitando a aus�ncia dos meus pais e minhas irm�s em viagem, realizei o sonho de passar uma noite com ele. Levei-o em nosso apartamento, fechei todas as cortinas e ficamos s� os dois. Encomendei pizza, jantamos juntos, vimos televis�o, eu matei a vontade de ver aquele homem nu andando pela casa com o sexo balan�ando, lindo! Chupei-o no sof� da sala enquanto v�amos a novela das oito, e fomos para a cama de casal dos meus pais, onde ele me comeu duas vezes antes de adormecermos abra�ados. Que sensa��o maravilhosa foi acordar na cama com aquele homem moreno e come�ar o dia levando pica! Quando ele foi embora do Rio eu fiquei muito triste, nos despedimos no apartamento da Barata Ribeiro, nosso ninho de amor. Ele me comeu pela �ltima vez e eu, pela segunda vez, chorei em seus bra�os. A primeira vez tinha sido de felicidade. Agora, de saudade antecipada. rnrn [email protected]

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