Ol�. Meu nome � Karine e tenho 22 anos, completados dia 05052011, 1,62 metros, 50 kg, manequim 38, olhos verdes. Quero dividir com voc�s - em especial as meninas - uma hist�ria que aconteceu comigo, mais para alert�-las dos perigos que nos rondam, do que para entret�-las. Eu sou enfermeira e estava, at� a semana passada, trabalhando em um hospital aqui de Recife. Meus pais s�o do sul e estou aqui h� aproximadamente uns 2 anos. Tive uma discuss�o s�ria com meu namorado e decidi - como j� havia feito outras vezes - dar um tempo. Como sei que ele n�o me deixaria em paz, pedi a conta no hospital e liguei pra ele informando isso. Disse: "Ro (seu nome � Rodolfo), resolvi dar um tempo. Estou te ligando pr� dizer que vou sair da cidade por uns tempos. Sei l�, uns 5, 6 meses, pr� esfriar a cabe�a. Talvez eu v� at� a casa de minha madrinha, no Mato Grosso. N�o adianta me ligar, pois estou jogando fora esse chip hoje e, quando eu voltar - se eu voltar -, compro outro e te ligo. Por enquanto � um adeus." Dito isso, desliguei o telefone, sem dar muita chance dele contra argumentar. Meu problema foi que disse tudo isso a ele de dentro de um �nibus, por volta das 22:00h. Quando desci, senti que algu�m me seguia. Fiquei apavorada, acreditando que se tratava de um assalto. Apressei o passo e s� me tranquilizei quando senti que n�o havia mais ningu�m atr�s de mim. Ledo engano! De repente, senti aquelas m�os fortes me segurando e senti uma gravata firme e, logo depois, um cheiro forte de �ter... e n�o senti mais nada. Quando acordei, estava em uma casa velha - se � que se podia chamar aquilo de casa -, muito escura, apenas iluminada por um pequeno lampi�o de querosene, que formava uma penumbra assustadora no recinto. Sentia, tamb�m, fortes dores no bra�o direito, como se tivesse levado uma ferroada de abelha. Tentei colocar minhas id�ias no lugar, relembrar os fatos, entender onde eu estava. A casa tinha paredes de madeira velha e telhado de lat�o, o que tornava o ambiente muito quente. No local havia apenas uma velha cama, um pequeno criado-mudo, uma mesa e, sobre esta, um pouco de sopa e alguns peda�os de p�o. Como a sopa estava quente e eu estava com muita fome, n�o titubeei: mandei ver e devorei toda a sopa e todos os peda�os de p�o. Depois, saciada a fome, passei a analisar minha situa��o e cheguei à conclus�o de que n�o era boa. Onde eu estava? Por que eu estava ali? Quem me trouxera? Colocando em ordem meus pensamentos, conclu� que, primeiramente, deveria dar um jeito de sair dali. Observando a pe¬quena casa onde estava, percebi que a porta n�o tinha tranca. Corri para l� e, verificando que a porta estava apenas no trinco, abri a porta e corri para fora. Liberdade!!! Mas n�o demorou muito. Quando estava a uns 6 ou 7 metros distante da porta, ouvi aqueles latidos muito fortes e vi uns vultos enormes correndo em minha dire��o. Imediata e reflexamente, me voltei e corri para a porta, a qual abri e entrei, fechando-a atr�s de mim. Foi fechar a porta e escutar os latidos e arranh�es na porta. Fiquei branca. Eram, com certeza, mais de 6 cachorros, muito grandes. Dois deles, eu tinha certeza que eram rottweiler, pelo latido e pelo vulto, pois tenho uma amiga que cria essas feras e j� os vi em a��o. Nossa, n�o consigo expressar o que senti. Se eles me alcan�assem antes de eu chegar à porta, certamente n�o estaria aqui narrando esses fatos.Voltei a pensar em minha situa��o e, n�o achando outra sa�da imediata, acabei deitando e dormindo. Acordei com o barulho da porta se abrindo, sem saber que horas poderiam ser. S� sabia que era muito tarde. Gelei, pois lembrei dos cachorros e imaginei que poderiam estar entrando. Por�m, quem entrou foi um homem gordo e forte. Tinha aproximadamente 1,80 m, era negro e estava com a barba por fazer. Assustada, sentei na cama, olhando-o mais com espanto que com medo. Ele olhou para mim e disse: “Como passou os �ltimos dois dias? Dormindo, acredito.” Eu disse: “O que houve comigo? Quem � voc� e por que estou aqui? Fique sabendo que, se eu n�o chegar em casa logo, minha fam�lia vai colocar a pol�cia atr�s de mim”, blefei. Mas ele, muito seguro, falou que n�o adiantava eu falar aquilo, pois estava no �nibus quando ouviu eu falar no telefone e sabia que ningu�m, nem mesmo meu namorado iriam me procurar, at� mesmo porque eu disse que mudaria o celular para n�o ser encontrada. Eu fiquei est�tica, sem poder acreditar no que ouvia. Ele, sem mudar o tom de voz, falou, como se fosse a coisa mais �bvia do mundo: “Voc� ainda n�o me conhece, mas vai conhecer e muito bem. A partir de hoje, eu sou o seu dono e senhor. Voc� s� deve obedi�ncia a mim e mais ningu�m.” Eu, estupefata, perguntei: “O qu�? Como assim? Quem � voc�?” Nem consegui acabar a frase, pois ele, que j� estava bem pr�ximo de mim, simplesmente me deu tremenda bofetada, que cheguei a perder momen¬taneamente a no��o de equil�brio. Ca� de joelhos e, quando levantei, senti suas m�os fortes segu¬rando meus cabelos e, com aquele bafo quente bem pr�ximo de meu rosto, ele disse: “Escuta aqui, sua cadela. Antes de mais nada, jamais se dirija a seu dono por ‘voc�’. S� deve dizer ‘meu senhor’ ou ‘meu dono’. Voc� entendeu, sua putinha?” Quando eu quis retorquir, senti suas m�os apertando muito forte meus cabelos, ao ponto de sentir que iriam ser arrancados. Meio tonta, falei: “Entendi”, quando ele, paertando ainda mais a m�o em meus cabelos, retrucou: “Entendi o qu�?”. Eu, rapidamente, disse: “Entendi, meu senhor”. “Ah, agora estamos come�ando a nos entender.”. Eu falei, num tom muito baixo, quase que implorando: “Por favor, largue meus cabelos, que est� doendo muito...”. “Como �?” “Por favor, meu senhor”. “Ah. agora sim. Fique sabendo que procurei no seu celular alguns nomes e liguei de outro aparelho celular, fingindo que era algu�m que tinha umas entregas para fazer e todos disseram a mesma coisa: ‘Olha, ningu�m sabe onde ela est�. Certamente voltar� em uns 5 ou seis meses. N�o � a primeira vez que faz isso. � meio maluquinha... Todos j� est�o acostumados com isso!’. Assim, estou certo que voc� � minha por muito tempo.” Boquiaberta, s� consegui balbuciar aquelas palavras, mais falando comigo mesmo que com ele: “Nossa!! N�o acredito!!” Ele, muito s�rio, falou: “N�o se preocupe, se fizer as coisas do jeito que eu vou determinar, ter� um certo conforto, alimento e, quem sabe, at� poder� tomar um solzinho, de vez em quando. Ah, acho que voc� j� conheceu meus bichinhos, n�o �? Se sair da porta pra fora sem eu estar aqui, certamente ningu�m conseguir� juntar seus peda�os!” E, dando uma boa gargalhada, arrematou: “�, eu sou a �nica pessoa que separa voc� de um fim horr�vel, seja de fome, seja estra¬�alhada por diversas feras. Por isso, sua �nica op��o sou eu. Eu, seu �nico dono e senhor. A quem voc� aprender� a obedecer e atender aos menores caprichos. Agora, vou embora e volto pela manh�. Vou deixar esses p�es com doce e essa garrafa t�rmica com caf� com leite. Coma e durma bem, pois amanh� ser� um dia de muito trabalho para voc�.” Dizendo isso, deixou as coisas sobre a mesa e saiu. Fiquei sozinha, n�o acreditando no que estava acontecendo. Apenas sabia que, no dia seguinte, minha vida tomaria um rumo desconhecido e muito traumatizante. E, com esses pensamentos, acabei adormecendo, sem sequer comer nada.
Gostaram dessa primeira parte? Espero que sim. Logo, logo, contarei a segunda parte dessa minha aventura, que deixou muitas marcas em minha vida. At� l�!