Eduardo olhou desanimado a sua volta. N�o fazia nem meia hora que havia chegado àquela festa e j� se arrependia de ter ido. Todavia, sabia que seria grosseria de sua parte sair assim t�o cedo. Aceitou ent�o a cerveja que um gar�om vestido de terno preto e camisa branca lhe oferecia e saiu caminhando pelo sal�o apinhado de gente, em sua maioria de adolescentes envolvidos em uma disputa para ver quem falava mais alto.
O motivo pelo qual a m�dia de idade era t�o abaixo da de Eduardo se explicava no fato de ser uma festa de anivers�rio de quinze anos. A debutante, uma garota gordinha, atarracada e sem atrativos, curtia o fato de ser o centro das aten��es, o que n�o devia ser muito comum em sua via e ela parecia saborear cada segundo do que estava sendo talvez, o seu primeiro e �nico dia de gl�ria. Eduardo, por�m, s� estava ali por ter sido intimado pelo pai da mo�a, um grande cliente do banco em que trabalhava. Na verdade, s� fora mesmo por ser novo na cidade, pois seus colegas de servi�o, todos devidamente intimados, assim como ele, at� o momento n�o tinham aparecido.
Morando naquela cidade h� apenas dois meses, aonde chegara para assumir a gerencia da Agencia do Banco Mundial, tivera no princ�pio uma grata surpresa em descobrir que, em plena Amaz�nia, existia uma cidade como Santar�m. Era o ano de 2006 e a cidade contava com aproximadamente duzentos e cinquenta mil habitantes, possu�a v�rias agencias banc�rias e sua economia estava baseada na extra��o da madeira, o que nem sempre ocorria da forma legal. O pr�prio anfitri�o era tido, segundo o conhecimento geral, como o maior contrabandista de madeira de todo o Estado do Par� e sua fortuna, assim como a forma como ostentava, respaldava essa cren�a.
Ainda morando no apartamento de um cliente com quem logo fizera amizade, o S�rgio, dono de uma empresa de turismo, que tinha convidado para dividirem o apartamento, mas que at� o momento n�o deixara Eduardo partilhar das despesas, coisa que o incomodava muito e que ele s� permitia em virtude da dificuldade de encontrar um im�vel para alugar, j� que sempre que aparecia algum, ou era luxuoso e acima de suas posses, ou ent�o humilde demais. Isto se explicava pelo fato de ser uma cidade onde a classe m�dia � inexistente, ficando restrita aos que v�m de foras, pois, dos locais, poucos s�o abastados e a maioria vive em estado de pobreza.
Ele tinha ido morar neste apartamento depois de ter sido surpreendido por uma carta de um advogado de S�o Paulo, local onde morava antes. Esta carta comunicava a ele que sua esposa estava entrando com o pedido de div�rcio. Eduardo sabia que seu casamento j� n�o ia l� muito bem, por�m, a id�ia de ficar longe de seus filhos, um menino de doze anos e uma menina que ainda n�o completara onze deixou-o muito triste. A carta motivara uma viagem imprevista a S�o Paulo, onde nada ficara resolvido. Continuariam casados, por�m, a esposa e os filhos morando em S�o Paulo e ele sozinho em Santar�m.
Estava justamente pensando nos filhos, quando uma voz feminina e suave lhe chamou a aten��o:
– Festinha animada n�o?
Eduardo olhou a volta e se surpreendeu ao notar que a pergunta tinha sido dirigido a ele. Entretanto, a surpresa maior foi notar que vinha de uma linda mulher. Aparentando ter aproximadamente uns trinta anos, morena, com os cabelos negros cascateando por suas costas at� a altura dos quadris. Seu rosto moreno e oval, olhos negros e uma boca pequena, carnuda e vermelha que se abria num sorriso espont�neo, exibindo duas fileiras de dentes brancos e pequenos. A beleza da mulher fez com que o homem demorasse um pouco a responder, embasbacado que ficou.
– Desculpe, n�o quis te incomodar. – Disse a mulher ao n�o receber nenhuma resposta e em seguida virou-se no intuito de se afastar.
– Eu que lhe pe�o desculpas. A festa est� animada sim.
A ouvir a resposta a mulher se voltou e abriu ainda mais o sorriso, falando a seguir?
– Ah bom! Pensei que o gato tinha comido sua l�ngua. – E ent�o seu sorriso se ampliou at� se transformar em uma risada cristalina e, ao notar que Eduardo tamb�m sorria para ela, estendeu a m�o enquanto dizia. – Muito prazer. Marina!
Feitas as apresenta��es, Eduardo come�ou a interrogar a mo�a que facilitava o di�logo com respostas bem humoradas. Quando ele n�o tinha mais o que perguntar, ali�s, sua discri��o evitava que fizesse muitas perguntas, tentou prolongar o contato dizendo a ela:
– Agora � sua vez de perguntar.
Em vez de perguntar, Marina surpreendeu ao homem, falando sobre ele, dizendo seu nome, o que fazia e onde morava. Quando finalmente volto a falar Eduardo quis saber como ela tinha tantas informa��es sobre ele.
– Muito f�cil. – Disse ela sempre mantendo o tom de brincadeira. – Eu sou esposa do Marcos que trabalha com voc�.
Foi como se tivesse sido atingido por uma ducha de �gua fria. Eduardo, que alimentara a esperan�a de que a mo�a pudesse ter tido algum interesse nele, acabava de descobrir que se tratava apenas de uma gentileza da esposa de um colega de servi�o. Marcos era um gerente que trabalhava com ele e com quem tinha, at� agora, tido o melhor relacionamento entre os seus colegas de servi�o. Com idade compat�vel a sua, trinta e oito anos, era competente no servi�o e mostrava-se sempre alegre e disposto, mesmo quando algum problema parecia querer complicar o dia deles. Foi lembrando-se do esp�rito amig�vel do seu companheiro que Eduardo falou:
– Voc�s devem ter uma vida e tanto. Ambos t�o agrad�veis e alegres.
– � que a gente n�o complica.
A conversa entre eles continuou. Marina estava sozinha, pois como era do conhecimento de Eduardo, seu marido havia sido enviado para a cidade vizinha, se � que pode ser chamada de vizinha uma cidade que dista a mais de trezentos quil�metros, onde deveria permanecer durante toda a semana. Ele havia viajado no domingo e retornaria apenas no s�bado de manh� e ainda era quarta-feira. Descobriu ent�o a mulher contava, na verdade, com trinta e seis anos e, apesar do rosto e do corpo de menina, tinha tamb�m dois filhos, uma menina com onze anos e um menino com dez. Disse ela que, de comum acordo com o marido, eles planejaram dois filhos e os tiveram logo, para assim poderem gozar a vida. Marina, ao pronunciar a palavra gozar, deu uma entona��o um pouco diferente, mas que passou despercebida por Eduardo.
Quando estavam falando das poucas alternativas de divertimento na cidade, ela ainda comentou que divers�o a gente faz, o problema era a mentalidade das pessoas, o que impediam ela e seu marido de manterem o mesmo tipo de vida que tinham quando moravam em sua cidade natal. Ambos eram ga�chos de Porto Alegre e isso se notava pelo sotaque dela que, embora suave, era caracter�stico das pessoas do Sul do Pa�s. Ela contou que j� estavam morando em Santar�m h� mais de dois anos e, desde ent�o, ainda n�o tinham encontrado uma pessoa com quem pudessem partilhar o tipo de vida que levavam antes.
Apesar de n�o entender muito do que ela dizia, e talvez por isso, Eduardo limitava-se a concordar com ela. Contou ent�o a ela a respeito de sua separa��o, o que ela j� sabia, pois seu marido Marcos tinha sido a pessoa com quem Eduardo desabafara, contando seus problemas. Assim, continuaram a conversar sobre amenidades, rindo divertidos das brincadeiras que Marina fazia, com alguns coment�rios jocosos sobre alguns dos presentes. Finamente, quando o bolo de anivers�rio foi cortado, as fotos tiradas, puderam se despedir dos donos da casa e sa�ram juntos. Marina havia ido em seu pr�prio carro e pediu para que Eduardo a seguisse alegando ter receio de ser abordada por algum ca�ador do tipo que ficam procurando por mulheres sozinhas na noite, o que ele fez com prazer. Ao chegar a sua resid�ncia, ela guardou o carro na garagem enquanto ele aguardava, por�m, ao inv�s de fechar o port�o, ela foi at� onde ele estava parado, no intuito de agradecer:
– Obrigada pela gentileza. A gente se v� em alguma festa por a�.
Foi nessa hora que o homem se lembrou que seu amigo Sergio lhe avisara que, na sexta-feira iria dar um jantar para os funcion�rios de uma empresa a�rea, intimando-o a n�o assumir nenhum outro compromisso. Eduardo ent�o arriscou:
– Eu que agrade�o pela companhia. E por falar em alguma festa, meu amigo vai dar um jantar na sexta-feira. Voc� n�o quer ir comigo?
– Vamos ver. O Marcos s� chega ao s�bado de manh�. Vou falar com ele amanh� por telefone e te ligo no Banco para combinarmos.
– Tudo bem ent�o.
Ao dizer isso Armando preparou-se para sair dali. Foi ent�o surpreendido pelo gesto de Marina que, curvando-se e enfiando o rosto pela janela, deu-lhe um beijo. N�o foi bem um beijo, ela apenas ro�ou os l�bios dela nos dele. Entretanto, n�o foi o contato do gesto dela que mais lhe chamou a aten��o, mas sim o de que, ao se abaixar, o decote de seu vestido permitira a vis�o de dois seios m�dios, duros e com os bicos bem intumescidos, o que n�o podia ser justificado pelo frio estando eles em plena Amaz�nia.
O dia seguinte estava sendo um tormento para Eduardo que n�o conseguia tirar da cabe�a o gesto de Marina, bem como a vis�o de seus seios. Pior que isso, depois de dar o selinho, ela se afastou e ele ficara admirando seu corpo. Apesar de n�o ter baixa estatura, depois ele ficou sabendo, que a mais tarde iria confirmar ser um metro e cinquenta e nove cent�metros, sua cintura fina se expandia em um quadril arredondado que o vestido curto destacava, e suas pernas morenas perfeitas, o que ainda era ressaltado pelo andar elegante sobre os saltos alt�ssimos de seus sapatos. Entre excitado e culpado, pois n�o conseguia fingir para si mesmo que n�o desejara levar a mulher do amigo para a cama, ele foi tocando o dia. Depois das duas horas, ao ser avisado que tinha uma liga��o para ele, atendeu e ouviu a voz cristalina e alegre de Marina no outro lado:
– Voc� n�o vai ficar livre de mim. Falei com o Marcos e ele disse que eu posso ir no jantar do seu amigo.
Feliz em saber que iria desfrutar da companhia dela conversou mais alguns minutos falando de amenidades e desligou feliz. Naquela tarde, ao se encontrar com Sergio, comunicou-lhe que teria uma convidada para o jantar, sendo obrigado a explicar quem era, pois o amigo n�o lhe deu sossego. Quando ele explicou de quem se tratava, teve que aguentar a goza��o do outro que passou a lhe taxar de perigoso que n�o perdoava nem as esposas dos amigos, dizendo que deveria ter cuidado, o que n�o era verdade, pois S�rgio era um cinquent�o que se casara uma vez e se arrependera disso, dizendo sempre ser um homem que n�o sabia viver casado. Na verdade, tratava-se de um homem prom�scuo que vivia alternando de namoradas e, o pr�prio jantar que programara, tinha o intuito de conquistar uma jovem que tinha vindo prestar servi�os na cidade para cobrir as f�rias de outra e a quem ele j� havia feitos v�rios convites sem sucesso. O estratagema, segundo ele mesmo explicou, era sua �ltima chance de levar a garota para sua cama.
Na noite da quinta-feira, depois de permanecer em casa e assistir a um jogo pela televis�o, Eduardo foi para cama onde ficou rolando e demorou a dormir, com a imagem de Marina povoando suas fantasias. Quando finalmente pegou no sono, teve um pesadelo com seu amigo Marcos o perseguindo para agredi-lo, por ter descoberto que ele desejava sua esposa. Na sexta-feira o tormento continuou e o dia demorou demais para passar. Depois de cometer algumas gafes, passando uma informa��o errada a seu chefe que ficava em Bel�m e assinar um documento que um subordinando apenas viera lhe mostrar para alertar sobre uma irregularidade, o expediente finalmente acabou. Eduardo disse ent�o que ia visitar alguns clientes, o que realmente fez, por�m, sem tratar de assunto de servi�o, apenas aproveitando o contato com eles para espairecer um pouco.
Estava terminando de barbear-se quando seu celular tocou. Correu at� ele e ali viu uma liga��o n�o atendida de um n�mero que n�o constava em sua agenda. Ligou de volta e ouviu a voz que ansiava em ouvir:
– Puxa. Pensei que queria me dar o fora e por isso n�o me atendia.
– Eu nem sabia que era voc�. N�o atendi porque estava no banho. – Respondeu ele ao reconhecer a voz de Marina.
– �. Eu notei mesmo que voc� nem sequer quis saber os n�meros de meus telefones. Nem o de casa nem do celular.
Eduardo come�ou a se explicar, tentando uma desculpa, quando ouviu a voz cristalina dela que estava apenas provocando.
– Precisei ligar para o Marcos para saber o n�mero do seu celular. Olha, queria saber se voc� vem me pegar em casa ou se vou com meu carro.
– Eu posso te pegar sim. – Depois de um pequeno intervalo onde os dois permaneceram em sil�ncio, ele perguntou. – Mas n�o vai pegar mal com seus vizinhos?
– Meus vizinhos que cuidem de suas pr�prias vidas. A que horas voc� vem?
– N�o sei. A que horas voc� quer que eu v�?
– E eu � que sei? N�o sei sequer a hora que vai ser esse jantar.
Eduardo se deu conta que tamb�m n�o sabia e Sergio n�o estava em casa para perguntar. Diante de sua hesita��o, Marina falou do outro lado:
– Vamos fazer o seguinte ent�o. Voc� me pega às sete e meia. Se for muito cedo, a gente toma um aperitivo no Mascote.
Mascote era o ponto de encontro mais frequentado pelas pessoas que gostam de tomarem uma bebida qualquer ap�s o expediente. Eduardo concordou e desligou, olhando para o pr�prio celular e descobrindo que tinha apenas vinte minutos at� o hor�rio combinado por ela.
A noite come�ou perfeita. Marina j� o esperava e saiu de casa assim que ele estacionou diante dela, entrando no carro e lhe dando um beijo, desta vez na face. Ela estava simplesmente linda. Seus cabelos estavam lisos, indicando que ela dedicara algum tempo a escov�-los. Usava uma maquiagem discreta. Mas o que chamava a aten��o era seu vestido creme bem claro, de um tecido leve e transparente na parte de cima, mostrando um suti� branco, meia ta�a que deixavam seus seios ainda mais empinados. A parte de baixo era rodada e a transpar�ncia diminu�a. O vestido era curto e, ao sentar-se, Eduardo pode ver o local onde as meias eram presas com uma cinta liga, tudo no mesmo branco que o suti�, o que o obrigou a disfar�ar a ere��o. Beberam uma cerveja cerpinha enquanto conversavam e, por volta das oito e meia, se dirigiram a casa dele.
O que Eduardo chamava de casa era, na verdade, um apartamento que ficava sobre umas lojas na �rea comercial e, com isso, o movimento naquela hora era quase nenhum. Assim, entraram sem ser visto. O n�mero de carros estacionados indicava que v�rios convidados de S�rgio j� haviam chegado. Logo depois das apresenta��es, ocorreu algo com o qual n�o contavam, pois em vez de todos se enturmarem, o jantar ficou formado por tr�s grupinhos. Um deles formado por S�rgio e a garota que era o seu alvo e que, pelo jeito com que bebia e conversava com ele, justificaria os gastos com o jantar. O outro era o de Eduardo e Marina, ficando os demais presentes reunidos em volta da mesa falando sobre assuntos ligados ao servi�o deles.
Eduardo, agora mais solto, falou mais de si mesmo, contando a respeito das viagens que fizera a alguns pa�ses do exterior quando ocupava outro cargo no banco e, por insist�ncia de Marina, foi em busca das fotos que tirara e ainda guardava consigo. Quando retornou a sala, notou que Marina tudo continuava da forma como estava antes. Era como se Marina fosse invis�vel para o restante dos presentes, pois permanecia sozinha no canto onde a deixara. Comentou o fato com Marina que comentou sorrindo:
– Acho que eles acham que eu n�o me comporto bem.
Eduardo n�o entendeu o coment�rio, mas limitou-se a entregar as fotos para sua companhia e ali ficou dando as explica��es que ela pedia sobre cada foto. Por volta das onze horas, todos os componentes do terceiro grupo j� haviam se retirado e restavam ali apenas S�rgio e sua companhia, al�m deles. Foi a� que Marina, com seu jeito direto, disse:
– Acho melhor a gente ir embora, seu amigo est� doido para levar a menina ali para a cama.
Eduardo concordou com ela, embora se lamentando, pois se dependesse dele, n�o largaria Marina por nada. Desceram e se dirigiram ao carro dele que, gentilmente, abriu primeiro a porta do lado do carona e a segurou para que ela entrasse, o que ela elogiou rindo. Em seguida ele entrou no carro e o colocou em movimento indo direto at� a casa dela que, em vez de descer, virou-se para ele no intuito de conversar, e foi dizendo:
– � uma pena a gente ter sido obrigados a sair. A conversa estava t�o boa. E quero te agradecer pela viagem. – Ela completou a �ltima frase em tom jocoso.
– Agradecer por qu�? Se pelo menos voc� tivesse viajado comigo! – Disse Eduardo num arroubo de coragem.
– Teria sido maravilhoso. Quem sabe a gente n�o faz algumas viagens. – O tom que ela usava agora era de total mal�cia.
Eduardo ficou olhando para ela que sustentou o olhar dele. Finamente, ela perguntou:
– Voc� est� com sono?
– N�o. – Respondeu ele simplesmente.
– Bem ali atr�s, tem um mirante onde as pessoas v�o namorar. Se voc� quiser, podemos conversar mais ali, a vista � muito bonita e voc� fica a salvo dos fofoqueiros de plant�o.
Eduardo n�o entende o que ela quis dizer com fofoqueiros de plant�o, mas concordou. Marina pediu ent�o que ele aguardasse por um instante e entrou em casa, de onde retornou depois de cinco minutos, deu a volta no carro, abriu a porta e entrou. Eduardo notou que a mulher havia tirado o suti� que usara e a transpar�ncia de seu vestido mostrava agora seus seios, podendo ser notado o tom marrom de seus mamilos que, embora n�o fizesse frio, estavam durinhos.
Sem responder nada, Eduardo que sequer desligara o carro, engatou a marcha e saiu. Andaram apenas cem metros e uma pequena plataforma que, por estar em um local elevado, dava uma vis�o total das praias banhadas pelo rio Tapaj�s de um lado e o contraste entre as �guas limpas deste rio com o vermelho das �guas barrentas do Amazonas. Desta vez ele desligou o carro e aumentou um pouco o som do carro, de onde os Eagles davam os primeiros acordes da m�sica ‘Hotel Calif�rnia’.
– Essa m�sica � linda.
Ao dizer isso, Marina se recostou no banco e encolhendo uma perna de forma a sentar-se sobre ela. Esse gesto fez com que seu vestido subisse, mostrando novamente a cinta liga, para onde os olhos de Eduardo se dirigiram e se fixaram. Ela sorriu e disse:
– O que voc� est� olhando?
– Des... Desculpe... – Gaguejou o pobre homem.
Ela riu. Uma risada cristalina ao mesmo tempo em que levava a m�o esquerda at� ele, deixando-a repousar em sua coxa. Depois, parou de rir e falou s�ria:
– Voc� gosta?
– Do que? – Perguntou ele sem entender.
– De mulher que usa cinta liga?
– Acho excitante sim.
– Imaginei que voc� iria gostar. Mas voc� est� excitado:
Eduardo, vermelho como um piment�o, apenas olhou para ela assustado. Ela ent�o, sem rir, voltou a falar:
– N�o parece que voc� est� excitado. Quer dizer, pelo menos n�o estou notando nada.
– Marina. – Disse ele s�rio. – Voc� est� me provocando e isso n�o � justo.
– O que n�o � justo? – Eu te provocar ou voc� n�o reagir.
– Desculpe. Voc� � linda e desej�vel, mas seu marido � meu amigo e isso n�o � justo.
– O meu marido � problema meu. Relaxe apenas.
Ao dizer isso, Marina aproximara seu rosto a ponto de seus l�bios quase tocarem na orelha de Eduardo que se arrepiou todo. Ao mesmo tempo, a m�ozinha dela se movimentou pela perna dele, procurando por seu membro. O homem gemeu e virou-se lentamente para cobrir aquela boca pequena com a sua, num beijo apaixonado e cheio de tes�o. Ela correspondeu e fez leve press�o com sua m�o no pau dele.
Quatro horas da manh�, mesmo estando exausto, Eduardo n�o conseguia dormir. As imagens agora eram n�tidas. As lembran�as de todos os seus gestos, desde sua m�o deslizando pela meia dela at� o ponto de tocar sua pele e continuar avan�ando para descobrir que ela n�o usava calcinha.
– � muito raro eu usar calcinha. – Disse ela quando ele afastou a boca da dela para olhar seus olhos.
O sexo �mido dela pareceu estremecer ao toque de seu dedo. Marina gemeu e arremeteu o quadril para frente. O pedido para irem logo embora dali partiu dela e voltaram para o apartamento dele. O vestido foi tirado antes mesmo de fecharem a porta e em baixo dele existia apenas as meias e a cinta liga, o que ela continuou usando at� o memento em que foram para o banheiro. Ou melhor, depois do banho, pois ela entrara em baixo do chuveiro ainda vestindo as meias. N�o conseguia ele se lembrar de quantas vezes transaram. Primeiro Eduardo a tocara com os dedos e ela, que j� havia gozado no carro uma vez, atingiu tr�s orgasmos sucessivos. Depois ele se colocou entre as pernas dela e come�ou a chupar sua bucetinha levando-a a mais uma sucess�o de orgasmos.
Depois de um breve descanso, ela retribuiu chupando o pau dele de uma forma que ele jamais fora chupado. Ela lambeu a glande, desceu lambendo o pau segurando-o com as duas m�os e chegou ao saco continuando a lamber e a descer, at� se aproximar de seu �nus, o que lhe deu uma sensa��o jamais experimentada. Depois ela subiu novamente para finalmente abocanhar o cacete, segurando-o pela base e come�ando um movimento de vai e vem levando-o a um gozo agitado e ruidoso.
Quando, depois de engolir toda a porra de Eduardo, Marina se aproximou dele para dar um beijo, ele tentou se desvencilhar, ao que ela disse:
– N�o fa�a assim amor. � tudo nosso e n�o pode ser nojento se � t�o gostoso.
Eduardo ent�o se deu por vencido e beijou a boca dela, sem se incomodar com o gosto acre da pr�pria porra que ainda deixara vest�gios na boca dela.
Ent�o transaram. Marina por cima, Eduardo por cima. Ela de quatro, de ladinho, Tudo o que um pedia o outro atendia, at� que ele pediu para fazerem sexo anal, ao que ela se recusou, dizendo que ainda estava muito cedo para isso.
Exaustos, satisfeitos e felizes, tomaram banho e ele foi lev�-la em casa, com ela usando apenas o vestido e carregando seus sapatos na m�o. A cinta liga e as meias ficaram jogadas e molhadas a um canto do banheiro do apartamento dele. Despediram-se com um beijo e ela disse:
– Amanh� eu vou dormir at� o meio dia.
– Mas o Marcos n�o chega amanh�?
– Chega sim. Mas e da�?
– Ele vai estar doido para transar. Afinal, ele est� fora h� uma semana.
– E por acaso voc� acha que ele n�o deu os pulos dele por l�?
– E voc� n�o se incomoda?
– Eu n�o. Eu sei que ele me ama.
Eduardo ficou olhando para ela sem entender. Ent�o ela disse:
– Voc� acha que eu vou amar menos meu marido s� porque transei com voc�? – E sem esperar resposta, arrematou. – Amor � sentimento, sexo � uma coisa f�sica.
Eduardo continuou sem entender nada e ficou matutando enquanto via Marina se afastar de seu carro e entrar na casa.
Ali�s, ainda iria demorar um pouco de tempo para o homem entender o novo conceito de vida que, sem saber, ele estava entrando. Nem fazia id�ia ele do tanto que ainda tinha para aprender.