Manh� de domingo. Todos na casa ainda dormiam. Eu levantei da minha cama, j� n�o aguentava mais ficar virando de um lado para o outro, n�o conseguia dormir mais, mesmo porque a minha ere��o estava t�o forte que n�o me deixava pensar mais em nada. Vestido apenas com um short de seda vermelho, muito leve, que deixava amostra grande parte do meu sexo ainda intumescido, abri a porta do quarto com cuidado, o corredor estava vazio, sai com passos de felino, fazendo o m�nimo barulho poss�vel, n�o queria encontrar ningu�m naquele estado. Foi quando me lembrei, minha m�e tinha ido passar uns dias na casa da irm� dela. Na casa restavam apenas meu pai e eu , e com a intimidade que nos t�nhamos, aquilo n�o ia fazer diferen�a. Relaxei. Fui para cozinha acariciando meu membro, cabia certinho na minha m�o, embora agora j� estivesse bem mais fl�cido. Preparei dois p�es, uma x�cara de caf�, e os saboreei como um rei saboreia um banquete. Era gostosa a sensa��o de liberdade, parecia ter a casa s� para mim, e por isso ela parecia um castelo.
Passado o pensamento mon�rquico, decidi preparar mais uma torrada, e uma x�cara de caf�, para aquele que ainda dormia. Fiz tudo como ele gostava, o p�o bem torrado, e no caf� apenas umas gotas de leite, ele dizia que ficava mais encorpado. Meu pai era, sem duvida, um bom sujeito. Trabalhava como Engenheiro Chefe de uma grande multinacional instalada no interior do estado de S�o Paulo, onde nos mor�vamos. O cargo lhe rendia uma pequena fortuna, suficiente para acomodar com muito luxo nossa fam�lia. Embora trabalhasse a maior parte do tempo, a mim dava a impress�o que estava sempre por perto. N�s, mais do que pai e filho, �ramos melhores amigos, confidentes de aventuras e companheiros acima de tudo.
Certa vez, ele me ligou, dizendo que tinha feito a maior burrada da vida dele e queria falar comigo a s�s. Nos encontramos, numa dessas salas de estudo de uma biblioteca, era como a nossa base secreta, se quer�amos falar sem ser ouvido por outros, nos �amos para l�. Quando cheguei, ele j� estava sentado, tinha o rosto molhado pelas lagrimas, me disse quase aos solu�os que tra�do a minha m�e com uma mulher que n�o valia um d�cimo do que ela valia para ele. Eu era o primeiro a saber, ele confiava muito em mim, e eu confiava a minha vida nele. At� hoje, minha m�e n�o sabe desse episodio, eu logo tratei de esquecer tamb�m, afinal ele parecia t�o arrependido como se tivesse matado uma pessoa. Era um segredinho dele que eu guardava, assim como ele guardava muitos dos meus segredos: noites de farra, material pornogr�fico escondido numa pequena caixa no guarda roupa, alias esse tamb�m era utilizado por ele, muitas das revistas de mulheres e filmes foi ele quem me deu, afinal ele sabia quais praticas um jovem de dezesseis anos como eu usava para passar o tempo.
Eu ainda n�o tinha conhecido uma MULHER ainda, ou seja, ainda era virgem, embora pretendentes n�o faltassem, mod�stia à parte, eu era um gatinho. Nunca fui musculoso, nem muito grande. Era um adolescente com tra�os finos, muito elegante por sinal, gostava de me vestir sempre muito bem, nem que fosse para ir at� a padaria. Tinha os cabelos longos, at� os ombros (que tamb�m n�o eram pequenos), meio ondulados, n�o completamente lisos. Tinha um rosto de anjo, l�bios muito bem feitos, sobrancelhas e olhos finos me davam um olhar quase fatal (a mod�stia novamente ficou de lado). E o que falar do meu ... voc�s sabem, sempre gostei de ficar olhando para ele enquanto ele crescia, enquanto tomava forma, ali no meio das minhas pernas levantava se um grande monumento em homenagem ao pecado da carne. N�o era muito longo, devia ter seus 19 cent�metros, mas era bem grosso, muito volumoso, o que �s vezes era um problema, principalmente na sala de aula.
Logo ap�s o preparo, levei torrada e caf�, numa bandeja dessas de se colocar em cima da cama. Ao entrar no quarto, levei uma grande surpresa. Ele ainda dormia, completamente nu por cima dos len��is muito brancos. A cor levemente acastanhada da sua pele era ainda mais acentuada pelo brilho indireto do sol que entrava pelas portas da sacada. Em certo ponto era muito parecido comigo, ainda tinha fei��es de um adolescente, e os cabelos longos e negros como o meu. As diferen�as se resumiam a idade, de 32 anos, e ao porte f�sico, bem mais trabalhado e definido que o meu. O peitoral era robusto, mas n�o exagerado, tinha os bra�os jogados para cima da cabe�a, o que denotava ainda mais os m�sculos dos ombros e do seu abd�men. Mas o que realmente me surpreendeu foi o ... dele (desculpem, mas n�o me sinto bem dizendo essa palavra). Estava totalmente fl�cido, repousando por cima de um volume rosado e macio. Como ele, eu tamb�m aparava os pelos que cresciam ali, deixando apenas uma leve penugem, s� para n�o parecer uma mo�a.
Quando percebi que ele estava “descoberto”, fechei os olhos, abaixei a cabe�a, j� o tinha visto nu diversas vezes, mas todas foram na inf�ncia, e eu n�o me lembrava mais delas. Abri um olho de cada vez, e com cuidado tornei a mira-lo. Algo crescia dentro e fora de mim, era como se eu pudesse sentir o corpo dele irradiar calor por todo o quarto. N�o sei o que me deu, me aproximei deixando a bandeja pelo caminho, era como se eu me aproximasse da boca de uma fornalha ou das portas do inferno, abertas ali, naquela cama. Ao ver o seu rosto, um misto de ternura e desejo acabou por incendiar me, era como se ali repousasse um anjo, um anjo que mantinha a beleza divina, mas que tinha aprendido a dominar o pecado. Sentia a minha respira��o ofegante, aos poucos fui abaixando meu short, fiquei completamente nu ao lado da cama, com movimentos muito leves me deitei ao seu lado, passando minha cabe�a por cima do seu bra�o. Ele acordou. Abriu devagar os olhos, ao me ver ao seu lado, daquele jeito, pensei que iria me escorra�ar do quarto aos chutes, mas ele abriu um sorriso, daqueles que s� ele sabe como fazer. Abra�ou me, fechando seus bra�os fortes e descansados em volta de mim e colocando seu queixo por cima da minha cabe�a, agora sim podia sentir todo o calor daquele homem. Uma chama, que quanto mais consumia meus medos e afli��es, mais crescia e aos poucos se tornava um inc�ndio.
Com aquela voz t�o pr�xima como na inf�ncia ele me perguntou por que eu estava ali, fiquei em silencio. N�o sabia o que dizer, mas logo a resposta saiu, era medo, medo de um dia perde-lo. N�o sabia o porqu� de estar sentido isso naquele momento, mas sentia. Ele me disse no ouvido, quase como um sussurro que me amava, e n�o iriam se separar por nada no mundo.
Ficamos ali por quase duas horas, sem mexer sequer um dedo. T�nhamos nos encontrado, como se nos conhec�ssemos a muito tempo, mais do que uma vida, milhares delas, como se fossemos a mesma pessoa em corpos diferentes. Fiquei ali, s� escutando sua respira��o e as batidas fortes e compassadas do seu cora��o, podia sentir que ele fazia o mesmo, sentia o calor e a for�a de um outro homem, o seu pr�prio filho. Isso o acalmava e excitava ao mesmo tempo.
N�o passamos disso, no nosso inconsciente, sab�amos que n�o pod�amos passar daquilo. Fomos ao limite sem ter pressa de voltar. Arrependo-me de n�o ter feito mais vezes, pois quase um ano e meio depois recebi a dilacerante noticia de que ele tinha falecido num grave acidente de carro. N�o haver� nenhuma pessoa no mundo que substitua o vazio deixado por ele, num cora��o que ansiava por t�-lo cada vez mais perto. Meu pai.
Escrito por Usu�rio AlphA
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