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ASSALTO?! SEQUESTRO?! O QUE SER�?!

Assim que entrou no carro, ao sair da faculdade tarde da noite, Cintia foi surpreendida por uma m�o em sua boca, que a impediu de gritar. Tentou reagir, mas logo sentiu um cano met�lico, pesado e frio, em sua face, que presumiu ser um rev�lver. Gelada, paralisou-se. Estava dominada. J� com venda nos olhos, cordas nos p�s e nas m�os, e morda�a na boca, foi conduzida para o banco traseiro do ve�culo. Sentiu que se deslocaram. N�o teve d�vida: era v�tima de sequestro. Entrou em desespero, mas n�o conseguiu sequer ensaiar rea��o, tendo em vista as condi��es em que se encontrava: muda, cega e totalmente imobilizada. N�o havia outra op��o a n�o ser esperar pelo desenrolar dos acontecimentos. E, para agravar sua afli��o, o sil�ncio era absoluto; n�o recebeu nenhuma ordem, esclarecimento, orienta��o; nem mesmo amea�a. Era angustiante estar à merc� de algu�m e n�o ter ideia do que est� se passando. Ainda que fosse tr�gico, preferia saber o que podia esperar. Bastavam: ?isso � um assalto!? ?voc� est� sendo sequestrada!? ?queremos o n�mero da sua senha banc�ria?. Dada a magnitude de sua agonia, serviria at� mesmo um: ?comece a rezar, seus minutos est�o contados!?. Queria apenas uma informa��o esclarecedora; por�m, nada! Apenas sil�ncio. Era a��o de um profissional, algu�m muito habilidoso: era forte, frio, calmo, silencioso, entrara no seu carro sem deixar sinais claros de arrombamento. Foi o que imaginou. N�o sabia se essa conclus�o a acalmava ou a agitava ainda mais, pois criminosos profissionais podem, ap�s alcan�arem seu objetivo, tanto liberar sua v�tima sem nenhum arranh�o, como matar sem deixar pistas. O pensamento pessimista prevaleceu: imaginou e ficou esperando o pior.rn rnrnJ� havia alguns minutos que estavam em movimento, e o sil�ncio continuava. O sequestrador apenas dirigia; nenhuma palavra. Devido à diminui��o de barulhos de ve�culos à sua volta e aos longos trechos de deslocamento em linha reta, Cintia come�ou a suspeitar que estavam se afastando da cidade. Essa desconfian�a aumentou assim que ouviu o ru�do do contato dos pneus do carro com o cascalho de uma estrada de ch�o: provavelmente estavam se dirigindo a algum s�tio, onde seria seu local de cativeiro; ou, ent�o, a algum lugar ermo, onde seria abandonada, ou pior, morta e desovada. Percebeu o ve�culo parar. Foi retirada do autom�vel, teve as m�os desamarradas, mas s� o tempo suficiente para ser obrigada a la�ar uma coluna, pelas costas, com um dos bra�os, e ser amarrada novamente. Deveria ser uma varanda. Impress�o obtida pelos estrilos bem n�tidos dos grilos e pelo canto bem claro dos p�ssaros noturnos, somados à brisa insistente que sentia no rosto. O autor executou toda a opera��o sem dizer uma palavra. Em seguida, ela sentiu o metal frio da tesoura passar deslizando pelo seu corpo, cortando as suas roupas. Ficou completamente nua, exposta ao sereno do meio da noite. N�o havia d�vidas, seria violentada sexualmente. O que a desesperava ainda mais era o absoluto sil�ncio por parte do criminoso. rnrnrnComo era de se esperar, sem nenhum aviso, C�ntia recebeu os primeiros golpes. Duas bocas e quatro m�os a atacaram de uma s� vez, desferindo beijos, apert�es e massagens sedentos. Uma boca e um par de m�os cuidaram da parte da frente do seu corpo; o outro conjunto, da parte de tr�s. Tudo pareceu ainda mais estranho: ?beijos e car�cias!? Reagiu admirada. Incomodou-se um pouco no in�cio, contorceu-se toda de agonia, na tentativa �ltima e frustrada de fazer os dois parar. N�o demorou muito, e a sensa��o de agonia transformou-se em sensa��o de surpresa e de espanto, e l� no fundo de al�vio. Uma das bocas lhe era bastante familiar: a press�o dos l�bios, os movimentos da l�ngua, o ritmo da respira��o; tudo isso ela j� sentira antes em seu corpo, muitas vezes, quase diariamente, h� mais ou menos cinco anos; n�o poderia ser outra pessoa que n�o seu marido: J�lio. Tentou revelar sua descoberta, mas ainda estava amorda�ada. J�lio, sentindo que Cintia o reconhecera e temendo que sua inquieta��o a desviasse do verdadeiro foco da proposta, parou de afag�-la, tirou a morda�a da boca da sua mulher, desatou seus p�s, e, deixando-a ainda vendada, sussurrou: ?relaxe e curta.? Ela quase relaxou totalmente, o que a impedia de alcan�ar a plenitude desse estado era o desconhecimento em rela��o ao dono da outra boca. Concentrou seus sentidos em tentar desvendar esse mist�rio. Nunca fora beijada daquela maneira. Nunca sentira aquela suavidade de l�bios, a leveza na press�o, a paci�ncia no carinho, a maciez daquelas m�os. S� poderiam ser a��es executadas por uma mulher. ?Que divina loucura! Mas...Ser� mulher mesmo?? pensou. ?Mas como ele descobriu que eu alimentava essa fantasia? Nunca tive coragem de lha contar, pois a vergonha me impedia!? ?Como pode?!? continuou se perguntando, admirada. Foi logo tirada dessas indaga��es pelos doces calafrios que aquelas duas bocas lhe provocavam; principalmente a desconhecida, na qual ela se concentrou mais uma vez para tentar eliminar de vez a d�vida quanto ao g�nero do autor. A forma, delicada e suave, como aqueles l�bios estranhos tocavam seus mamilos, ventre e virilha, refor�aram ainda mais suas suspeitas, que logo se dissiparam por completo. Teve certeza de que era beijada por uma mulher, quando aquela boca, como uma borboleta, pousou suavemente em sua orvalhada flor, que a essa altura j� se encontrava aberta e ansiosa por aquele toque. ?Essa suavidade s� poderia vir de l�bios femininos?, concluiu arrebatada. E, condescendente, entregou-se àqueles l�bios. N�o p�de, por muito tempo, aproveitar isoladamente esse prazer, porque, outra caricia lhe cobrou aten��o. J�lio, logo em seguida, como um cuidadoso explorador, tomou com sua l�ngua a sens�vel gruta protegida pelos dois suntuosos montes que eram os gl�teos de C�ntia. Que deleite inebriante ser devorada assim por duas bocas ao mesmo tempo! Contorcia-se agora de puro prazer. E os dois artistas da lasc�via, no sincronismo de uma treinada orquestra, regidos pelos arquejos, gritos e gemidos de C�ntia, imprimiam a mesma intensidade e ritmo nos afagos orais, acelerando at� levarem-na a um maravilhoso, indescrit�vel e ins�lito transe.rn Depois de escorada à coluna por alguns minutos para se recuperar daquele delicioso castigo, C�ntia pediu para ser desamarrada e ter sua venda retirada. Assumiu, ent�o, o controle da situa��o e conduziu a que, nesse momento, tornou-se sua c�mplice, para aplicar a prazerosa tortura em J�lio. Ambas o atacaram aos beijos e jogaram-no sobre um sof� que estava ali mesmo na varanda; beijaram-no e acariciaram-no sem muitos crit�rios quanto ao local onde suas m�os e l�bios aterrissavam: boca, peitos, abdome, pesco�o, gl�teos; as duas num s� ponto ou cada uma num ponto diferente. E seguiram nessas car�cias aleat�rias at� suas bocas e m�os alcan�arem a p�lvis, mais precisamente na cobi�ada haste, que, nesse momento, j� estava no m�ximo de sua rigidez e tumesc�ncia. No local revezaram-se, coordenadamente, nos afagos. Cada uma tentando abocanhar mais fundo aquele espl�ndido membro. S� pararam de trag�-lo, sug�-lo, lamb�-lo, quando sentiram que o intervalo, entre uma pulsa��o peniana e outra, chegara a um n�vel cr�tico. Era o momento indicado para C�ntia montar sobre J�lio e cavalg�-lo freneticamente. Na sequ�ncia, a c�mplice devassa passou a beijar e lamber o per�neo e o saco de J�lio; era o que faltava para disparar o gatilho para o seu gozo inef�vel. Entorpecedor!rn rnrn No caminho de volta, ao conversarem sobre a deliciosa experi�ncia, Cintia, em tom de brincadeira, chamou a aten��o de seu marido: rn- Sua jogada foi muito arriscada. Se eu n�o tivesse gostado, voc� poderia ter levado o xeque-mate. E sorriu.rn - Eu tinha certeza de que voc� iria gostarrn - E o que lhe deu tanta certeza?rn - De forma bem-humorada, J�lio respondeu com uma falsa reprimenda: - Da pr�xima vez que tiver conversas obscenas com suas amigas, fale mais baixo. rn- Mas voc� estava dormindo, e seu sono � pesado!rn - N�o h� homem nesse mundo, por mais pesado que seja o seu sono, que n�o desperte com uma revela��o dessa natureza. E sorriu maliciosamente.rn

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