diferen�a de idade
Gostei dela porque seu apelido era bruxa, porque ela era ousada e inteligente na escrita. Ela gostou de mim porque nossa conversa n�o foi banal como costuma acontecer nos chats. Al�m disso, gostamos da nossa diferen�a de idade. Ela, 47 anos. Eu, 30, mas parecendo mais jovem. Sempre existe uma pessoa que nos deixa perdido, ela me dizia, e tu faz isso comigo, garoto. Ela ficava constrangida por desejar algu�m mais novo, que poderia ser aluno dela. Eu n�o sabia bem como lidar com uma mulher 19 anos mais velha. Mas n�s dois nutr�amos o mesmo desejo proibido. Quantas vezes, t�o novinho, eu n�o me apaixonei pela professora de portugu�s, memorizando cada curva do seu corpo? Quantas vezes, na adolesc�ncia, n�o sonhei com o timbre dos gemidos da professora de ingl�s do cursinho? Quantas vezes n�o quis desabotoar seus vestidos, abrir seus decotes, soltar seus cabelos? Um dia, sem querer, meu cotovelo se acomodou nos seios da professora, por um segundo. Foi o c�u, quente e macio. A minha recente amiga mais velha tamb�m tinha seus desejos escolares. Ela era professora, diariamente cobi�ada por uma centena de alunos, l� onde dava aula, no interior. O profissionalismo n�o deixava ela nem pensar na possibilidade de... Mas, quando eu apareci, tudo se encaixou para ela. Eu era novo, morando na capital, sem outros v�nculos, sem testemunhas. Ent�o a tenta��o recalcada veio à tona.
Mensagens, telefonemas, fotos, at� marcarmos um encontro em Porto Alegre. Ela deixou a l�gica em sua cidade de interior e veio me ver. O dia foi cheio de alegria, mas pontuado de ansiedade. Passeio, conversas, cinema. Quero toc�-la mas hesito. A conven��o diz que eu deveria dar o primeiro passo mas a idade dela inibe, como se eu tivesse que respeit�-la, o que me excita ainda mais. No cinema, eu contemplo as mudan�as das luzes projetadas em suas coxas. Fa�o coment�rios no seu ouvido, s� pelo prazer do sussurro, e aproveito para espiar o seu decote. Num museu, percorremos uma exposi��o at� uma sala vazia. Num canto, escondidos entre quadros, n�s nos encaramos. Pela primeira vez, eu contemplo o seu corpo, lentamente, explicitamente, apreciando aquelas formas deliciosas. Ela sorri de leve. Eu me adianto em sua dire��o... E ela pede para irmos embora. Mais tarde, pela internet, foi mais f�cil confessar. Ela me desejara, mas ela n�o conseguia aceitar. A diferen�a de idade provocava, mas afastava. “N�o parece certo”, ela escreveu, dizendo que às vezes se sentia ped�fila. Rimos juntos. Continuamos em contato, trocando mensagens. Eu comecei a lhe enviar torpedos provocantes, em seu hor�rio de trabalho. Quando a imaginava trabalhando, com toda a compostura e disciplina, me invadiam imagens de sexo em sua mesa ou no banheiro da escola, ela com a perna apoiada numa gaveta enquanto eu tomava suas coxas, n�s atr�s de uma porta bem encaixados, suados. E ela adorava as mensagens que interrompiam sua rotina. At� que finalmente aceitamos o desejo e combinamos que agora o encontro n�o poderia ser em p�blico, mas a portas fechadas.
Escolhemos o hotel. Ela passou bem r�pido pela portaria, para evitar o julgamento do recepcionista. Trancamos o quarto e foram seis meses de vontades acumuladas jorrando em dois dias e uma noite, esquecidos do mundo. Ela queria me beijar de uma vez. Eu queria ir chegando aos poucos, toque por toque. Mas ela me puxou para sentir seus l�bios, longamente. Suas m�os come�aram a abrir meu cinto. Eu a detive, a virei de costas e comecei uma massagem. Eu n�o a despia. Apenas ia percorrendo suas costas, seus ombros, seu pesco�o, por baixo das roupas. Chegava perto dos seis, e recuava. Descia perto da bunda, e voltava. Aproveitei cada cent�metro. Abracei-a por tr�s e fiquei encaixado nela, os dois sentindo seus volumes, temperaturas, e as roupas cada vez mais dispens�veis. Deixei-a de p�, escorada na parede, e comecei a descobrir suas pernas e mord�-las, subindo sem pressa, at� passar minha l�ngua pela barra da sua calcinha. Parei, olhei para ela cheio de carinho e perguntei se podia chupar. Ela sorriu e disse que sim. Levantei a calcinha com os dedos, aproximei minha l�ngua, dei o mais leve toque que pude e parei, para voltar a morder suas pernas, agora por tr�s, com mais for�a, chegando de novo em sua calcinha e agora sim deixando minha l�ngua conhecer toda a sua boceta. Ela se virou e jogou uma perna por cima de meu ombro, pedindo mais. Naquele quarto a gente tinha todo o tempo do mundo e nenhuma censura. Quando ela se deitou de bru�os na cama, deitei por cima dela e fiquei ro�ando entre suas pernas, quase entrando. Comecei a contar tudo o que j� havia imaginado com ela na escola onde ela lecionava se eu fosse seu aluno e, quando o trecho era mais picante, eu a penetrava um pouquinho, e mais um pouquinho, e mais. Minhas hist�rias iam ficando menos polidas e mais atrevidas, e a penetra��o aumentando. Ela me acompanhava com sua excita��o. Quando eu comecei a usar palavr�es, foi quando ela come�ou a gemer. Ent�o perguntei quais gozos ela j� tinha vivido, pedia detalhes cada vez mais proibidos e, quando ela me contava, eu enfiava fundo, s� uma vez, para pedir mais detalhes. Como ela tinha perdido a virgindade? Como ela tinha descoberto a masturba��o? At� que eu mesmo j� n�o aguentava e a coloquei de quatro, segurei firme em seus quadris, enfiando tudo, devagar, forte, r�pido, lento de novo. E assim foi, todo aquele carinho reprimido virando del�cia. Estava perto do orgasmo e perguntei se ela j� tinha gozado. Ela, de costas para mim, apenas levantou sua m�o, com tr�s dedos estendidos. Gozei com tudo e descansamos, para ent�o ela vir por cima de mim. E foram mais horas. Ela trouxe um piquenique em sua mala, para recuperarmos as calorias, segundo ela. Conversas, comidas, novas posi��es cada vez mais suadas, banhos abra�ados, numa sequ�ncia sem planos.
Eis que o desejo reprimido se realizou. Depois deste fim-de-semana, ela me escreveu que come�ara a ter algumas fantasias em horas inusitadas e ria, dizendo que achava que estava ficando tarada. Tivemos mais alguns encontros. Mas a dist�ncia pesava, assim como o custo de viagens e hot�is. Demorava meses entre um encontro e outro. E acabamos conhecendo outras pessoas em nossas respectivas cidades. H� cinco anos ela se casou. Tinha ficado at� agora solteira por n�o querer ficar presa, mas decidiu que era hora de se juntar a algu�m. Ela parou de me escrever, talvez para n�o misturar sentimentos. Pouco antes do casamento, em sua �ltima mensagem, ela falava o mesmo que eu sentia: “te guardo bem escondidinho e me lembro de ti quando preciso de coisas boas”.
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