“Por tr�s da f�”
Capitulo 01
Ato I: O Pedido
01
O sol se punha pregui�osamente a Oeste. Seus �ltimos raios, alaranjados e mon�tonos, deslizavam habituais sobre os telhados e ruas de Soberba deixando para tr�s segundos, minutos e horas de um dia movimentado e quente de ver�o. A noite se anunciava para a tranquila cidade, que aos poucos era iluminada pelas p�lidas luzes dos postes.
No ver�o, Soberba se transformava em um imenso abra�o, receptivo e caloroso, recheado de atra��es. As noites na cidade pareciam conter o suave frescor da menta e a doce certeza de que ali tudo era poss�vel. Como o beijo roubado de um estranho apaixonado a noite de Soberba era assim: quente, atraente e com gostinho de quero mais.
O Piko Loko, por exemplo, vivia lotado durante a semana e abarrotado nos finais de semana. Cerveja gelada e o melhor a�a� na tigela da regi�o eram o ponto forte do agrad�vel e descontra�do barzinho. Paulinho “Charlie 4”, dono do lugar, � de longe uma figura. Seu rosto alegre e sorriso largo lembram muito a caricatura do personagem de quadrinhos Charlie Brown.
L�, no Piko Loko, o ponto de encontro da turma da faculdade, pode-se tamb�m ouvir m�sicas ao vivo tocadas por bandas locais entre elas est�o os The Blues Monkey’s, que inclu�am em seu repert�rio al�m do mpb o bom e barulhento rock and roll dos anos 80, tendo na bateria Teixeira que para muitos era um show à parte, al�m dos Topetes Dourados que botavam pra quebrar com Elvis Presley, The Doors e The Beatles.
Para aqueles que preferem uma coisa menos agitada e nost�lgica nada melhor que uma longa e tranquila caminhada no bosque que fica no final da Rua das Oliveiras, ou simplesmente sentar-se na cal�ada e degustar um delicioso vinho de p�ssego sob o c�u granulado de estrelas ao lado de uma boa companhia. No ver�o, a noite de Soberba tamb�m podia ser assim: carinhosa, sutil e... à dois.
Na pr�spera Soberba fa�a chuva ou fa�a sol, fa�a dia ou fa�a noite, as pessoas n�o precisavam ir muito longe e muito menos se esfor�arem para se divertirem, bastavam querer.
No entanto n�o foi com esse mesmo esp�rito de ver�o que Gabriela recebeu a encomenda, entregue no inicio daquela noite. Dentro da caixa retangular cor de p�rola estava seu vestido de noiva, feito sob encomenda para seu casamento. Ela pegou a entrega e subiu para seu quarto. Sua m�e, seu pai e suas duas irm�s mais novas fitavam confusos e curiosos enquanto a mo�a quase que arrastava o embrulho escada à cima.
L� fora, a noite na cidade do “Tudo � poss�vel” come�ava à acontecer. N�o muito longe dali no fant�stico Piko Loko os The Blues Monkey’s afinavam os instrumentos e deitada em sua cama, com o cora��o carregado de d�vidas e perguntas, Gabriela adormeceu.
Algumas horas depois a cidadezinha tamb�m adormecia deixando para tr�s a alegria e a agita��o de mais uma noite soberbiana de ver�o.
02
Por volta das 08:20 da manh� os primeiros raios solares invadiam o seu quarto e tentavam acord�-la. Gabriela se remexeu na cama e jogou o len�ol por cima do rosto. N�o queria acordar, n�o aquele dia. Se pudesse simplesmente pulava aquela manh� de s�bado e ia direto para a segunda-feira e de prefer�ncia sem estar casada. O sol, obstinado e decidido, adentrou ainda mais para dentro do recinto obrigando-a a se levantar. Alguns instantes depois ele havia vencido. A bela garota, tentando se acostumar com a claridade, se sentou na cama. Estava angustiada, sua cabe�a do�a e seus sentimentos à incomodavam. Logo o rosto de seu noivo veio à tona em sua mente. Seu cora��o se contraiu e Gabriela pode sentir, mais uma vez, aquele jardim de d�vidas brotar em seu peito. Amava Pedro disto ela estava certa, mas n�o tinha certeza de que aquele era o momento certo para se comprometer com algu�m, de trocar alian�as e jurar amor eterno. O medo de cair numa ilus�o era quase que uma claustrofobia. N�o queria viver um casamento como o da m�e, perdendo o marido, mas compensando nos gastos. Embora o que mais a aturdia era o simples fato de falhar. Falhar como esposa, como companheira, envergonhando assim a sua e a fam�lia do rapaz. De forma alguma, n�o era isso que queria viver. Queria ser feliz em sua comunh�o com Pedro e n�o com o dinheiro dele. Queria estar preparada para ser uma excelente esposa. Sempre ao lado do marido. N�o fazer como sua m�e e seu pai, cada um para o seu lado e assim arrastando o casamento como uma mala velha e pesada. Definitivamente n�o.
Ela se levantou e foi at� a janela, respirou profundamente. O dia estava ensolarado e quente como qualquer outro s�bado de ver�o. Tinha um leque de coisas que poderia fazer num dia t�o bonito e gostoso como aquele. Poderia caminhar no bosque e sentir em seu rosto, sendo trazido pela leve brisa, o frescor doce e inspirador da manh�. Ir at� o velho moinho e se deitar pregui�osa no ch�o, sem preocupa��es e sem d�vidas, sobre o feno seco e confort�vel ou simplesmente ficar ali olhando a vida que passava mon�tona e sem pressa na ruazinha em frente à sua casa, mas n�o! Aquele era um dia especial, n�o para ela, mas para os quase duzentos convidados que aos poucos iriam chegar. E � claro, para sua m�e e seu pai tamb�m. Afinal de contas n�o eram todos os pais na cidade que tinham a sorte grande de casar a filha com o filho de um grande produtor de gr�os. Na verdade a sorte bateu apenas na porta deles e foi Gabriela quem atendeu.
Virou-se e seus olhos encontraram uma caixa ainda embrulhada em um papel transparente e enrugado sobre a poltrona. Uma fita vermelha em forma de la�o prendia a boca do embrulho, ela se aproximou, seus dedos tocaram o embrulho, mas ela parou e voltou para cima de sua cama, desistindo. “N�o vou abri-lo!” – pensou ela ainda olhando para o pacote jogado em cima da poltrona amarela que ganhara de seu pai. “Eu n�o quero me casar hoje e muito menos provar esse vestido”. Virou-se de lado na cama e seus olhos azuis se perderam vagamente al�m da janela. Tentava encontrar no mundo l� fora uma explica��o para o que estava sentindo. Pensamentos se mesclavam em sua mente. Queria ser um p�ssaro e sair voando por entre a brecha fina da janela. Uma andorinha talvez, e junto com outras milhares fazer o seu pr�prio ver�o. Seus pensamentos estavam distantes, passando por sobre as montanhas e indo al�m, al�m e al�m. Estava perdida no tempo e querendo a qualquer custo se afastar daquele compromisso. Desejava estar no alto da montanha mais alta e l� aguardar. Aguardar at� se encontrar. At� entender seus difusos sentimentos. E talvez quem sabe n�o aceita-los? Seus olhos e mente continuaram indo adiante, passavam agora por sobre os campos verdes de Piedade. Continuou e ...
Tam tam tam. As batidas na porta foram altas o suficiente para trazerem Gabriela de volta à vida real. �quela que tanto queria esquecer...pelo menos por alguns instantes.
- Acorde Gabriela! – disse sua m�e. – Hoje o nosso dia ser� longo!
Tam tam tam. mais batidas, estas mais secas e mais violentas. “Se voc� bater um pouco mais forte quem sabe n�o consegue derrubar a maldita porta?” – pensou Gabriela se levantando e indo em dire��o a porta mas, n�o para abri-la. N�o mesmo!
- Eu n�o vou abrir! – trovejou a mo�a de dentro do quarto.
- Como assim n�o vai? N�o vai o qu�? – perguntou sua m�e. Sua voz chegou aos ouvidos de Gabriela abafada e confusa. – Vamos abra essa porta! Voc� precisa provar o vestido!
- J� disse que n�o! N�o vou abrir a porta e n�o vou provar vestido nenhum! – respondeu.
- Gabriela! – a voz da sua m�e assumia um tom diferente que a garota j� conhecia. Era um tom que ia de confusa à irritada. – Abra logo essa porta Gabriela!
- N�o vou falar de novo! Voc� � surda por acaso? – gritou Gabriela dando um tapa na porta. A mulher do outro lado se afastou com o baque surdo.
- � assim que voc� quer? – disse Lucrecia com uma voz alta e desafiadora. – Vou trazer seu pai aqui!
- Fa�a o que voc� quiser! – respondeu Gabriela. – Daqui eu n�o saiu!
Nervosa a mulher desceu as escadas. Caminhou at� a extravagante sala de entrada da casa e pegou o telefone que ficava em cima de uma coluna branca adornada, uma esp�cie de escultura grega. Discou irritada para o n�mero do gabinete de seu marido, o Prefeito Orlando Ventura. Do outro lado da linha a secret�ria atendeu e alguns instantes depois Lucrecia desligou, batendo violentamente o aparelho sem fio sobre a base. Seu marido estava em uma reuni�o com alguns diretores e gerentes da Multinacional Caterpillar, onde discutiam uma futura instala��o da empresa na cidade. Era �poca de elei��o e o chauvinista pol�tico queria manter-se no cargo.
Lucrecia ainda fitava o telefone à sua frente enquanto roia a unha do indicador. “Pra quem poderia ligar, recorrer”. – pensou ela. Olhou ao redor e colocou as m�os na cintura. Inclinou levemente a cabe�a para tr�s e fechou os olhos.
- J� sei! – exclamou para si mesmo. Padre Ângelo!
R�pida e desajeitada a mulher pegou a chave do carro pendurada em um chaveiro ao lado da porta e saiu desvairada. Logo o Tucson preto ganhou velocidade pela ruazinha de paralelep�pedo e indo em dire��o ao centro da cidade.
03
Em algum lugar pr�ximo às montanhas que cercavam a cidade, um galo cantou. Atendendo ao chamado outros fizeram o mesmo.
� leste o Sol surgia mais uma vez, como ontem e como sempre, sorrindo e carregado de expectativas. No ar, o matinal cheiro de terra molhada trazia consigo o inicio de mais um dia.
- Bom dia, Soberba! – exclamou o Sol na sua impotente grandeza.
Sentado em sua cama o conselheiro da cidade olhava distra�do pelo vidro da janela o dia que se iniciava. Do pequeno c�modo, reservado especialmente para ele ou por um outro que supostamente poderia substitui-lo, o respeitado padre tinha uma vis�o privilegiada das altas e verdes montanhas ao Norte. As silhuetas perfeitas sob o c�u azul e desanuviado de ver�o pareciam um quadro pintado num momento de extrema inspira��o por parte de um artista. Uma bela paisagem. Uma bela vis�o. Uma bela oportunidade para se confessar, mais uma vez. O homem se levantou e foi para o banho.
Alguns minutos depois estava ajoelhado diante do altar. L� de cima a imagem de Jesus Cristo outra vez testemunhava um momento de arrependimento e mais um pedido de perd�o.
- Senhor! Perdoe-me porque eu pequei! – disse ele com suas m�os postadas. – Perdoe-me Senhor! Perdoe-me pelos meus atos de luxuria e pelos meus pensamentos impuros.
E ali ele ficou. Rezando e implorando por uma absolvi��o. E enquanto fazia isto as imagens impuras surgiam em sua cabe�a como fantasmas do passado. Dentro da sua mente acontecia uma luta. Uma luta entre vontade e obedi�ncia. Prazer e devo��o. Ele sabia que precisava de ajuda. Mas at� quando ele à negaria? S� Deus e o Diabo poderiam saber. Ou talvez Sete, o impostor. Sentado em sua arquibancada ca�da, fingindo ser algu�m que n�o era, torcendo e gritando com espectral fervura pelo seu mais novo �dolo n�mero um. Ah, sim! Vamos padre! Vamos deflorar algumas vacas! Hoje o pasto est� cheio delas! Vamos, voc� fez ontem... pode fazer hoje tamb�m! – disse o invasor com aquela voz vibrante e desleixada. Aquela n�o foi a primeira e nem seria a ultima vez que o homem à ouvia ressoando em seus t�neis mentais.
Aquelas imagens e ainda aquela maldita voz em sua mente o torturavam.
O padre fechou firmemente os olhos, afim de n�o mais olhar para aquelas cenas que rodavam na sua cabe�a como um filme, tendo como uma surreal trilha sonora aquela voz penetrante e otimista, mas era complicado e ainda mais dif�cil. Ap�s vinte anos os prazeres mundanos o alcan�ara. Precisava por um fim naqueles atos e pensamentos. Afinal de contas de que valeu o celibato e o voto de castidade? De que valeram dias e dias de ensinamentos e ora��es? Para agora ele ficar se masturbando e fornicando na igreja? Sim ele era homem e era passivo de erros, mas n�o erros t�o inconsequentes como aqueles.
E aquela sussurrante voz de onde vinha? De quem era? Do Diabo?
Mais imagens. Mais afli��o. Mais arrependimentos.
- Meu Deus eu lhe imploro! Ajude-me! – disse temente. – Livrai-me das artimanhas do Diabo! Pois tu �s o caminho e a...
- Padre! – chamou o coroinha. Sua voz ressoou alta pelo sagu�o da igreja.
- Agora n�o! – respondeu irritado sem se virar. “Num dos poucos momentos que tenho para me confessar sou interrompido aos gritos alarmantes, como se o mundo fosse acabar, de um coroinha puxa-saco!” – pensou ele. - N�o v� que estou me confessando?
- Desculpe-me senhor! – disse o rapaz caminhando at� o altar. – � que...
Antes que pudesse concluir a sua desculpa e explicar o motivo pelo qual interrompia a ora��o mais importante do padre o jovem rapaz deu um pulo sobre os pr�prios calcanhares e seu olhos se arregalaram. Se n�o fosse pela fileira de bancos à sua direita o assistente do padre tinha se estatelado no ch�o.
- Padre! – gritou a mulher. Sua voz fez a do coroinha parecer o som de uma agulha caindo no ch�o. – Padre! – a mulher tornou à gritar.
- Meu Deus! – exclamou o Padre Ângelo, nervoso e desistindo de sua ora��o. Ele se virou bruscamente. – Que � isso mulher? O mundo est� se acabando?
- Era isso que queria avisar-lhe senhor. – disse o rapaz jogado sobre um dos bancos como se tivesse dado passagem para um trem de carga passar.
A mulher desesperada era Lucrecia. Uma fazendeira de sucesso e esposa de n�o mais que o prefeito de Soberba. O chap�u branco e chique sobre os cabelos ondulados e louros agregava ainda mais a fama de madame que tinha na cidade. Usava roupas finas e de grife e as j�ias caras e douradas eram em sua maioria importadas do oriente. Gastava muito bem o seu e o dinheiro de seu marido. As filhas iam pelo mesmo caminho que a m�e. Patricinhas prepotentes criadas em cativeiro.
Lucrecia correu em dire��o ao padre. Seus passos curtos e desajeitados sobre o salto alto emitiam um tec tec tec tec irritante ao contato com o ch�o liso. Destemida e atrapalhada ela seguia pelo corredor entre a fileira de compridos e bonitos bancos at� chegar ao altar. Ainda sentado em um dos bancos o coroinha passou despercebido ao olhar atordoado da mulher.
- O que foi Sra. Lucrecia? – perguntou o padre, impaciente, irritado. – Morreu algu�m?
- Desculpe-me Padre Ângelo! – disse ela arfando indo em dire��o ao homem. Sua respira��o estava dificultosa e seu cora��o parecia que ia sair pela boca. – N�o!N�o! � minha filha!
- Acalme-se! – disse ele observando o estado da mulher. - Que filha?
- A Gabriela. – respondeu Lucrecia.
- Aconteceu algo com ela? Ela est� bem? – perguntou o padre indo em dire��o da mulher. N�o queria que a mesma tivesse um enfarte ali diante do altar.
- Padre eu n�o sei, mas desde ontem quando o vestido chegou ela se trancou no quarto e n�o quer sair de l� de jeito nenhum. – respondeu a mulher passando um len�o vermelho por sobre a testa oleosa. – Nem mesmo para tomar o caf� da manh�!
- Mas...
- E justo hoje Padre � o casamento dela! – disse a mulher interrompendo-o.
- Ok! Se acalme! Vamos l� pra dentro. – disse ele indicando o caminho para a mulher. – Rodolfo! Se algu�m me procurar diga que estou ocupado. Pra voltar daqui a uma hora.
- Tudo bem senhor. – respondeu o coroinha se levantando. Foi at� a entrada do sagu�o e fechou a porta, deixada aberta pela afobada madame.
04
Apesar de pequeno o aposento do respons�vel pela igreja era bastante confort�vel e jeitoso. Os poucos m�veis que tinha, um guarda-roupa antigo de cor escura, uma penteadeira e um criado-mudo ao lado da cama onde repousava o sagrado livro, deixavam o lugar com um ar colonial, os antiquados objetos pareciam do s�culo passado. A luz branda que entrava pela janela dava o toque final ao ambiente.
- Sente-se, por favor! – disse o padre indicando a cama para Lucresia. – Fique à vontade.
A mulher se sentou. Ângelo sentou-se de frente à ela em uma cadeira de madeira, tamb�m de car�ter antigo. A cadeira rangeu sobre os quatro p�s enquanto o corpulento homem se ajeitava.
- Agora Sra. Lucrecia me conte o que est� acontecendo.
A mulher estava um pouco mais calma. Dedilhava nervosamente os dedos uns nos outros. Olhou aturdida ao redor. Seus olhos encontraram o homem à sua frente. Ela teve a n�tida impress�o que ele estava abatido. Parecia cansado.
- � como falei para o senhor. – disse ela, cruzando as pernas. – Hoje � o casamento da Gabriela e n�o sei porque cargas d’�guas ela simplesmente se trancou no quarto e n�o quer sair de jeito nenhum.
- Mas ela explicou o motivo pra senhora? – perguntou o padre, enquanto ajeitava a cola branca de sua batina.
- N�o, padre. – respondeu a mulher irritada, j� demonstrando ind�cios de um novo surto de madame. – Ela n�o me disse nada! E ontem durante o jantar ela estava super animada!
- Que estranho. – disse o homem co�ando o alto da cabe�a. – Eu tamb�m conversei com ela. Nos encontramos ontem na pra�a, eu estava indo at� a relojoaria do Dami�o para pegar o meu rel�gio. Ela me perguntou se estava tudo em ordem para a cerim�nia de hoje. Eu respondi que sim. E agora isso...Muito estranho!
- Ent�o padre! – exclamou a mulher se levantando. – Se tivesse acontecido algo, com certeza eu teria percebido.
- Ser� que ela e o filho do fazendeiro n�o discutiram?
- N�o sei. – respondeu Lucrecia, sobre seu rosto uma nuvem negra cheia de d�vidas pareceu estacionar. – Ser� que eles brigaram padre? Meu Deus!
- Bom! Pode ser um dos motivos. – disse Ângelo balan�ando a cabe�a. – Voc� deveria tentar mais uma vez conversar com ela. S� assim vai saber o que aconteceu. Padre Ângelo! – exclamou Lucrecia, sua voz saiu alta e seus olhos estavam estalados como dois ovos fritos. – O senhor precisa ir falar com ela. Por favor, padre!
Ângelo olhou para a mulher e viu que realmente ela estava desesperada, preocupada. N�o pela filha, claro, e ele sabia disso. Conhecia muito bem os Ventura. O motivo era outro. A megera estava preocupada era com o dinheiro e os bens que a filha iria deixar de agregar se n�o ocorresse o casamento. Al�m � claro do estardalha�o que iria tomar conta da cidade. E com uma bomba dessas envolvendo o nome da fam�lia a reelei��o do prefeito seria um desastre.
- Veja bem senhora Lucrecia. – disse ele olhando profundamente nos olhos da mulher. – Farei o poss�vel. Posso conversar com a Gabriela, mas n�o prometo nada. Vou...
- Padre! – disse a mulher interrompendo-o e inclinando-se para frente, sua express�o estava diferente, corrupta e falsa em todos os aspectos. – Se conseguir fazer com que minha filha se case com esse rapaz prometo ao senhor que a sua igreja...Digo a igreja de Soberba passar� por uma bela reforma.
- O que? – perguntou o padre at�nito, seu semblante ficou pesado como o de um policial corrupto que se fazia de desentendido e chocado antes de aceitar o suborno. – A senhora est� insinuando que irei lhe fazer esse favor em troca de uma reforma?
- N�o padre! – respondeu Lucrecia, sua express�o estava ainda mais falsa. – S� estou dizendo que se minha filha se casar com esse rico e promissor rapaz a igreja ser� reformada. O senhor n�o iria gostar disso? Creio que o bispo ficaria muito satisfeito com o senhor. Uma igreja mais apresent�vel iria com certeza atrair mais fi�is. E mais fi�is significa mais dinheiro. N�o � mesmo?
- Olha aqui senhora! – disse Ângelo, apontando o dedo para a mulher e com os olhos cerrados. – Vou fazer isso pela sua filha e n�o pela senhora. A coitada da garota deve estar sofrendo e a �nica coisa em que a senhora est� pensando s�o nos frutos que est� uni�o poder�o lhe render. Francamente!
Lucrecia o olhava tamb�m com olhos cerrados e com um sorriso c�nico no rosto. A esposa d�spota do prefeito queria mesmo era safar o nome da fam�lia de um poss�vel fiasco e � claro juntando o �til ao agrad�vel, por que n�o colher alguns frutos dessa generosa �rvore?
- Sei! – disse ela impudente. – O senhor vai ou n�o falar com a minha filha?
Ângelo sentiu uma imensa vontade de avan�ar sobre a descarada mulher e apertar-lhe o pesco�o at� que sua cabe�a de perua ficasse vermelha e explodisse pelos ares, mas quem era ele para julgar aquela infeliz. “N�o passava de um pervertido que escondia suas vontades mundanas sob a batina consagrada”.– pensou. “E pensando bem, a igreja realmente precisava de uma reforma. Se isso ocorresse com certeza ganharia um respeito adicional por parte do bispo. E isso seria muito bom para sua carreira”.
- J� disse! Farei pela sua filha e n�o por voc�. – respondeu ele se levantando. – Agora se a senhora me d� licen�a vou at� a sua casa falar com Gabriela.
- Obrigado padre! – disse Lucrecia, sua voz era t�o falsa e c�nica quanto os discursos de seu marido. – Ent�o vamos!
- N�o! – disse Ângelo prontamente. – � melhor a senhora aguardar aqui. Quando tudo estiver resolvido eu ligo para a senhora.
- Como assim? – exclamou a mulher.
- Acho que dessa forma vamos evitar poss�veis atritos desnecess�rios. – explicou calmamente.
- T� certo. – concordou Lucrecia com as m�os na cintura. - Acho melhor tamb�m. Vou esperar at� essa situa��o se resolver e o senhor me ligar.
- Ok! Vou avisar meu assistente e se a senhora precisar de alguma coisa e s� pedir-lhe. – finalizou Ângelo saindo pela porta.
A mulher voltou à sentar-se sobre a cama.
- E padre! – o homem parou sem se virar. – Pense bem no que eu lhe propus e me traga boas novas!
“Desgra�ada” – pensou ele fechando a porta.
O homem enfiou as m�os nos bolsos de sua escura vestimenta e foi at� o sagu�o principal da par�quia. “Uma reforma!” – pensou ele. “At� que n�o seria m� id�ia”. Logo encontrou Rodolfo, seu assistente. “Coroinha puxa-saco” – o insulto mais uma vez ressoou em sua mente. “Mas � mesmo!”.
- Rodolfo. – chamou o padre, o rapaz o atendeu.
- Sim Padre Ângelo! – respondeu prontamente, como um soldado raso capaz de tudo, at� mesmo lamber o ch�o por onde seu capit�o passou, para uma troca de patente. – O que o senhor deseja?
- � o seguinte. – disse o Ângelo. – A senhora Lucrecia est� no meu aposento v� at� l� e veja se ela precisa de alguma coisa. Um copo de �gua, ch�, caf� ou veneno. Sei l�! Preciso sair para resolver um assunto e daqui à uma hora e meia creio eu que j� esteja de volta.
- Ela vai ficar aqui todo esse tempo, padre? – perguntou Rodolfo sem entender.
- Sim. Ela vai. – respondeu o padre sem delongas e seguiu para a porta do sagu�o.
- Tudo bem, senhor! Pode deixar!
O Padre caminhou por entre a fileira de bancos e chegou at� a porta abrindo-a. Antes de fecha-la voltou-se para o rapaz.
- E Rodolfo! Mantenha a porta da igreja fechada. Nada de visitas no momento e avise a madre superiora que volto logo. – disse ele passando as ultimas especifica��es ao assistente. – Ela deve estar em seu aposento ainda. – Tente n�o incomoda-la.
- Pode deixar, senhor! – disse Rodolfo seguindo-o at� a entrada. – O senhor pode ficar tranquilo.
Ângelo saiu pela porta e foi surpreendido pela forte claridade do dia. “Mais um dia quente e abafado” – pensou ele protegendo os olhos e passando por entre duas colunas grandes e surradas pelo tempo que ostentavam, com sacrif�cio, um telhado tamb�m que deixava à desejar. “Uma reforma” – pensou ele descendo os degraus em frente à igreja. “Vou cobrar isso, sua megera”. E entrou no seu carro.
Ato II: Ensinamentos
01
Lucrecia folheava um livro. A capa macia do exemplar estava gasta e pequenas rachaduras de um branco encardido come�avam a se espalhar pela superf�cie encourada e escura da antiga b�blia. “Deve ter uns vinte anos est� b�blia” – pensou a mulher enquanto à estudava sem maiores interesses e ainda com um certo descaso. Sua mente interesseira estava em outro lugar. Leu alguma coisa em G�nesis, algo sobre o primeiro e segundo dia. Folheou mais algumas p�ginas para frente e parou repentinamente no Livro de Salmos, ali seguiu com a ponta do dedo o Salmo 23 at� a metade e por fim pulando mais um grosso e pesado n�mero de p�ginas estacionou no Apocalipse. Ali leu um ou dois par�grafos de um texto intitulado “A besta que veio do mar” e bruscamente fechou o exemplar religioso jogando-o para o lado sobre a cama. Estralou alguns dedos e se levantou. Andou em c�rculos pelo pequeno aposento, mexendo numa coisa aqui e noutra ali. Nada de interessante. Estava visivelmente ansiosa. Bufou alto e se sentou novamente. Cruzou mais uma vez as pernas e enquanto tamborilava os dedos sobre a perna à espera de alguma novidade, vinda por parte do padre Ângelo, a porta se abriu. Era o engomadinho assistente.
- Bom dia Sra. Lucrecia! – disse o rapaz, somente com a cabe�a para dentro do quarto. – A senhora deseja alguma coisa?
- N�o querido. Obrigado. – respondeu Lucrecia sem dar-lhe muita aten��o.
- Um caf�, um ch�? – insistiu o rapaz. – Um copo com �gua?
- N�o! Estou apenas aguardando o padre Ângelo retornar, mas mesmo assim agrade�o a sua gentileza.
- Tudo bem senhora. – a voz de Rodolfo saiu baixa e educada. – Estarei no quarto ao lado. A madre Antonella ir� me passar alguns ensinamentos b�blicos, mas qualquer coisa a senhora pode me chamar.
- Obrigado! – disse a mulher se levantando e indo em dire��o a janela, dando as costas para o rapaz.
O coroinha fechou e porta e seguiu para o seu aposento na porta ao lado, que n�o era muito diferente que o do padre. Com exce��o de uma penteadeira que ele n�o tinha. E a sua cama era de solteiro. Camas de casal era um luxo disponibilizado somente para padres, bispos, cardeais e madres. Pelo menos era assim que Rodolfo achava que fosse.
E tinha mais uma coisa. O aposento do padre tinha um banheiro, bonito e ladrilhado, constru�do com o dizimo recebido dos fi�is h� algumas semanas atr�s. Com certeza era algo que o bispo n�o sabia e na verdade ele n�o precisava saber. O padre Ângelo apesar de ser uma pessoa confusa e calada era muito generoso com Rodolfo e isso mantinha as coisas...como se diz? H� sim! Em absoluto segredo. � isso!
Rodolfo pegou a b�blia sobre o criado-mudo e se deitou confortavelmente na cama. Puxou o marcador de paginas, uma pequena fita vermelha, inserindo o dedo em seguida para que n�o perdesse a marca��o e assim come�ou a ler o primeiro vers�culo do Livro de J�. Tinha que estar afinado, pois a madre Antonella era muito severa e com certeza iria realizar uma chamada oral referente ao assunto. O t�tulo do vers�culo era “A virtude, tenta��o e perdas de J�”. Acompanhando a leitura com a ponta do dedo ele lia em voz alta. Aos poucos passou a ler somente com a mente. Estava concentrado no assunto, por�m seus pensamentos insistiam em estar em outro lugar. Mais especificamente dentro do guarda-roupa. As imagens da revista vinham em sua cabe�a, nuas e provocantes. Ele colocou a b�blia aberta sobre o peito com a parte de couro virada para cima. Sentiu-se mal por isso. “Como posso pensar nessas coisas em uma hora dessas?” – pensou ele olhando para o teto. Esfregou os olhos com as m�os em forma de punho e se levantou. N�o totalmente, apenas o suficiente para apoiar as costas na cabeceira da cama.
Imaginou as fotos por mais alguns instantes e ent�o se levantou, de sopet�o. Foi at� a porta e a abriu. Colocou somente a cabe�a para fora e olhou para ambos os lados. Queria se certificar de que estava tudo tranquilo no corredor do lado de fora.
� direita estava o quarto do padre Ângelo e em seguida, no fim do curto e mal iluminado corredor, a porta que levava at� a parte de tr�s do altar, lugar onde eram guardados os materiais de limpeza, velas, uma esp�cie de almoxarifado. � esquerda a continua��o do corredor que fazia uma ligeira curva tamb�m para a esquerda. Indo naquela dire��o saia-se na parte de tr�s da igreja, no gramado que pertencia ao convento. Era de l� que a madre iria vir. A porta na frente dos aposentos levava direto ao sagu�o principal. Mas aquela porta n�o era sua preocupa��o, mesmo porque o padre iria entrar direto para seu aposento para tratar de assuntos, que por sinal ele n�o sabia nada à respeito, com a Sra. Lucresia. O problema ser� mesmo a madre superiora, mas poderia escuta-la antes da mesma entrar em seu quarto. O andar firme da madre era alto e podia ser ouvido de longe. Voltou para dentro e fechou a porta. Estava tudo certo. Ningu�m para incomoda-lo pelo menos por enquanto. Foi at� o seu guarda-roupa.
Procurando por entre as pe�as de roupas penduradas em cabides Rodolfo encontrou. Estava l�, num canto, escondida cuidadosamente sob uma cal�a jeans dobrada e desbotada usada para os servi�os gerais que tinha que realizar de vez enquando nas imedia��es da igreja como carpir a grama, arrumar uma coisa aqui, outra ali. Na capa lisa e brilhante da revista uma mulher, loira e de corpo dourado, exibia com um atraente sorriso no rosto uma pe�a de roupa intima vermelha. E por sinal muito pequena para o tamanho descomunal de seus gl�teos. Acima lia-se “Miss Ver�o 2008”. - E que miss! – disse em voz baixa, admirando o exemplar do m�s da boa e velha Penthouse. Parecia quase babar sobre a revista. Seus olhos vidrados, como duas bolas de gude, quase que mastigavam a bela mo�a.
Rodolfo foi at� sua cama e se deitou colocando a b�blia de volta ao seu lugar de origem, em cima do criado mudo. E j� bastante excitado abriu o z�per de sua cal�a preta sob a longa batina. Seu p�nis saltou para fora teso e esticado. Em sua extremidade, a cabe�a formava um triangulo perfeito e brilhante de ponta circular. Rodolfo o sentia pulsar e ent�o abrindo a revista numa p�gina especifica, ele deu inicio à sua distra��o. Na p�gina 35 a mulher da capa estava de quatro, emproada e sua xoxota lisa e carnuda quase que apontava para cima. Com o pau rodeado pela m�o, ele se masturbava. Olhos fixos no traseiro da mo�a e a imagina��o à mil por hora. Seus pensamentos eram atropelados por outros e assim sucessivamente. Fechava os olhos e tornava à abri-los focalizando a bunda bronzeada e perfeita à sua frente. A foto quase que tomava as duas p�ginas da revista, deixando apenas um espa�o para um barco ao fundo. Sobre a areia de alguma praia qualquer em algum lugar qualquer e loira parecia convida-lo à possu�-la. “Vem garot�o, vem!” – disse a mulher em sua mente com uma voz arrastada e gostosa. E assim Rodolfo continuou à se masturbar esquecendo do tempo, fora de sua mente, por alguns segundos. Estava longe, fora do ambiente religioso at� que uma voz o trouxe de volta. “Fudeu!” – pensou ele assustando-se e tentando à qualquer custo esconder seu p�nis. Era tarde demais. Madre Antonella j� estava dentro do seu quarto com uma m�o na boca, chocada com o que presenciava.
02
Se ali no ch�o houvesse um buraco com certeza Rodolfo se enterrava nele e nunca mais sairia. A situa��o em que foi pego era de um todo constrangedora. Sentiu seu rosto queimar. Uma onda vermelha e carregada subia pelo seu pesco�o atingindo at� o seu ultimo fio de cabelo, parecia que todo o fluxo sangu�neo de seu corpo subira para a cabe�a. E o pior, a express�o no rosto da madre superiora era uma mistura de vergonha e espanto. Pensou em um milh�o de coisas que poderia falar, mas sua boca, ridiculamente, abria e fechava como a de um peixe fora d’�gua. Seu p�nis, como todo o resto de seu corpo, amoleceu e por um breve momento Rodolfo pensou que ia desfalecer, o que seria muito bom se acontecesse. Iria acordar deitado sobre a cama e com absoluta certeza a Sra. Antonella n�o estaria mais l�. Se por acaso à encontrasse, o que seria muito prov�vel, ele fingiria, assim como ela, que nada daquilo havia acontecido. Mas ele n�o desmaiou e agora teria que encontrar a desculpa mais divina e aceit�vel poss�vel para atingir aquele muro de rigidez e severidade, que era a mulher à sua frente.
- O que significa isso, Rodolfo? – perguntou ela r�spida, seu rosto tamb�m estava vermelho como um rubi. – Que atos impuros s�o esses aqui?
- Ma...ma...madre...me desculpe! Deixe-me explicar! – respondeu o rapaz sentado na cama encolhido e desconcertado.
- Claro! – gritou ela severamente. – Voc� ter� tempo de se explicar antes de ser expulso desta casa.
Rodolfo respirou fundo. A revista ainda estava na sua m�o. Como se n�o soubesse o que ela fazia ali ele a jogou para o lado. O exemplar rodopiou como um disco e deslizou sobre o len�ol antes de cair no ch�o, sob os p�s da cama. Os olhos da madre acompanharam o trajeto do er�tico exemplar. Virou-se novamente para o coroinha.
- E ent�o, Rodolfo? – perguntou ela, intimando-o. - Prefere se explicar para o padre Ângelo?
- N�o! – exclamou o rapaz aturdido. N�o conseguia se imaginar dando explica��es do ocorrido ao padre. – Eu irei explicar pra senhora.
- Muito bem! Sou toda ouvidos.
A madre superiora se aproximou do rapaz. Rodolfo j� se encontrava sentando na cama, seus p�s tocavam pesadamente o ch�o. A imagem da madre com as m�os na cintura esperando uma explica��o cab�vel ao fato o fez estremecer. Realmente ela era uma mulher que conseguia expressar da melhor forma poss�vel sua autoridade. Os olhos dela baixaram-se sobre ele como os olhos de uma �guia, certeiros e apertados.
Na opini�o do coroinha a madre Antonella era muito atraente, tinha tra�os fortes e expressivos, no entanto talvez fosse o seu jeito s�rio e austero que fazia com que as pessoas se afastassem dela, sentindo-se um tanto intimidadas. E por Deus aquilo funcionava!
- Bom! Estou esperando rapaz. – disse ela caminhando at� o local onde jazia jogada a revista de paginas abertas e desordenadamente amassadas. A mulher se abaixou e a pegou arrastando-a sobre o ch�o do aposento.
- Sra. Antonella...!- disse ele torcendo a boca e fechando os olhos. – Digo, madre Antonella. N�o seria uma boa id�ia a senhora abrir...
A solicita��o do rapaz saiu um pouco lenta demais. Ela folheava a revista abismada com o seu conte�do. Seus olhos de �guia encontraram os dele e os fuzilou. Sem palavras. Abriu e fechou a boca. Tornou a abri-la.
- O qu�? – fechou os olhos e tomou f�lego. – O que significa isto, Rodolfo? – perguntou ela segurando a revista pelas pontas dos dedos como se fosse algo t�xico, sujo.
- Est� certo, madre! – disse Rodolfo respirando e expirando profundamente. – Sente-se, por favor. Irei explicar tudo pra senhora.
Madre Antonella enrolou a revista como um tubo e a colocou embaixo do bra�o. Esperando uma explica��o sensata ela se sentou ao lado do rapaz.
- Estou esperando. – disse ela virando-se para Rodolfo.
Bom n�o podia mais enrolar, teria que dar uma explica��o para a madre. Ou pra ela ou para o padre Ângelo. Pesou as medidas e ent�o...
- Madre o que acontece � o seguinte! – disse o rapaz arrumando-se na cama. – Ontem depois que a senhora terminou de me passar os ensinamentos religiosos sobre o Livro de J� fui at� o toalete, para urinar.
- Sim e da�? – questionou ela cruzando as pernas. – O que isso tem haver com o que ocorreu hoje?
- Tudo à ver! – disse Rodolfo. – No momento em que estava, a senhora sabe...
- N�o! N�o sei! – respondeu ela r�spida.
- No momento em que estava urinando...- ele parou. – Eu devo ter esquecido de fechar a porta, com certeza eu esqueci, foi nesse momento que V�nia, aquela mo�a realizava os trabalhos de faxina na igreja, entrou. Pena que ela n�o trabalha mais aqui. Foi dispensada antes de ontem pelo padre. Pelo contr�rio a senhora mesma poderia lhe chamar a aten��o.
- Certo. – disse a mulher balan�ando a cabe�a. E ai? O que aconteceu?
- Ent�o...- continuou o coroinha. – S� me dei conta de que ela estava l�, me vigiando, quando ouvi a voz dela. Eu me virei rapidamente e l� estava ela me olhando com aquele olhar obsceno sei l�...era um olhar diferente!
- E o que ela te falou? – perguntou a madre superiora.
- Ela disse que meu var�o n�o era o suficiente para gerar flores e saiu dando risada de mim. – disse Rodolfo envergonhado. O garoto era um bom simulador de situa��es. Mesmo porque a tal “mo�a da faxina V�nia” n�o trabalhava mais na igreja h� um m�s. E como a madre passava a maior parte do tempo no convento orientando e disciplinando o seu grupo de freiras ela n�o se deu conta da ocorr�ncia desse fato. O coroinha sabendo disso aproveitou a dispensa de V�nia como desculpa e a falta de comunica��o entre os chefes religiosos seria apenas mais uma falha que absolutamente o ajudaria a se safar da madre Antonella.
- Al�m de te bisbilhotar, aquela impura, ainda lhe disse isso? – perguntou a mulher.
- Sim madre! – exclamou o rapaz. – E foi por este motivo que comprei esse material do diabo. Comprei-o no intuito de verificar se era capaz ou n�o de gerar uma fam�lia caso um dia desistisse dos caminhos sagrados ao qual hoje respeito muito.
- Entendi! – disse a mulher, parecia mais calma e, al�m disso, a “desculpa de Rodolfo” parecia ter surtido efeito. Ter tocado o cora��o de pedra da mulher.
“Nossa! Ela caiu direitinho! Hehehehehe!” – pensou Rodolfo ainda aparentando um semblante cabisbaixo, arrependido. Mas por dentro ria como um jegue do campo. “N�o acredito. Ser� que vou me livrar dela?”.
- Pe�o desculpas a senhora madre! – sua voz saiu baixa. – E, por favor, n�o comente isso com o padre Ângelo. Talvez ele n�o seja t�o compreens�vel quanto a senhora.
O coroinha agira espertamente. Primeiro arrumando uma desculpa esfarrapada e segundo enchendo a bola da madre. A inteligente e geniosa mulher mordeu a isca direitinho. “Um milagre!” – pensou Rodolfo.
- N�o! N�o vou comentar nada com o padre.- disse a madre. - Al�m do mais ele tem outras prioridades mais importantes do que est�. Como voc� mesmo disse a tal V�nia n�o trabalha mais aqui ent�o n�o tenho nem como chamar a sua aten��o.
- � verdade! – falou Rodolfo. – E madre, obrigado!
- N�o por isso Rodolfo. – respondeu ela.- Mas e ai?
- O qu�? – perguntou Rodolfo sentindo um n� no estomago.
- Voc� conseguiu realizar o teste, para ver se podes criar ra�zes?
- N�o! – respondeu ele.
- E porque n�o? – perguntou a mulher.
“Droga” – pensou ele. Tinha que mais uma vez arrumar uma bela desculpa.
- N�o deu tempo, h�. – respondeu Rodolfo pigarreando. – A senhora entrou e ent�o...tive que parar.
- Entendi! – disse a madre. – Como voc� foi sincero comigo vou ajudar-lhe.
- Como assim? – perguntou confuso. – Me ajudar como?
- Bom! Vamos dizer que nossa aula de hoje ter� um outro tipo de conte�do. – disse a mulher com voz calma. – Um conte�do mais especifico.
- Um conte�do mais especifico? – perguntou Rodolfo desconfiado. – E o que seria esse “conte�do espec�fico” madre?
- Rodolfo voc� quer ou n�o sanar essa d�vida referente ao “var�o”? – perguntou ela fazendo o sinal de aspas.
- Sim! Claro que eu quero! – exclamou o coroinha.
- Ent�o vamos come�ar!
- Tudo bem! – concordou Rodolfo.
A mulher se desfez do exemplar em forma de tudo e se aproximou do rapaz e ent�o os ensinamentos, que n�o eram b�blicos nem aqui e nem na porra da China, foram iniciados.
03
Naquele momento Rodolfo percebeu que a sua desculpa al�m de ter passado despercebida pela madre superiora iria lhe render uma aula diferente. Nada de vers�culos b�blicos e interpreta��es filos�ficas. N�o. Aquela aula seria uma coisa que com certeza levaria para sempre na sua vida. Uma hist�ria que poderia contar aos seus netos, se assim os tiver. N�o que fosse ing�nuo em rela��o ao assunto. Longe disso. O assistente do padre Ângelo era quase um professor na mat�ria, mas naquele momento tinha que se passar por desentendido. Naquele momento seria apenas um aprendiz. Um aprendiz que teria como sua tutora ningu�m menos que a madre superiora.
- Certo Rodolfo! – disse ela empurrando-o levemente pelo peito at� que o rapaz se deitasse. – Vamos dar uma olhada no seu var�o. Abra o z�per de sua cal�a. Quero examina-lo.
- Ok, madre! – disse o rapaz atendendo a solicita��o da mulher. A mulher continuava s�ria. – Assim est� bom?
- Deixe-me ver! Hum...est� sim! – respondeu ela. – Agora coloque-o para fora.
Rodolfo obedeceu. Colocou seu p�nis, claro e murcho, para fora da cal�a. O seu sexo se destacava sobre a cal�a preta. Os p�los eram flavos e rasteiros. Mesmo religioso o rapaz se cuidava. Higiene acima de tudo.
- � ele est� um tanto l�nguido! – falou a mulher enquanto segurava-o e admirava-o. – Vou dar um jeito nele. Precisamos nos certificar de tudo, n�o � mesmo?
- Sim, claro! A senhora tem toda raz�o!
Madre Antonella ainda sentada ao lado do rapaz se inclinou e passou levemente a ponta de sua l�ngua sobre a cabe�a do p�nis de seu aluno. O m�sculo lingual fino e pontudo da mulher sibilava veloz enquanto que com uma das m�os em forma de concha ela arriava o prep�cio revelando assim ainda mais a ponta do pau de Rodolfo. O rapaz respirou fundo. Sentia seu sangue pulsando em dire��o ao seu membro que aos poucos e com a ajuda da madre ia endurecendo gradativamente.
Agora a madre colocava toda a ponta do p�nis para dentro de sua boca quente e oca. Sua l�ngua continuava à se movimentar ligeira alternando entre uma engolida e outra. Era como a l�ngua de uma cobra sentindo o gosto e o cheiro do sexo do rapaz no ar, ao redor.
- E ent�o, Rodolfo? – perguntou a mulher erguendo a sua cabe�a at� encontrar a do rapaz. – Est� bom assim?
- Est� �timo madre! – respondeu Rodolfo. – Por favor, continue!
- Claro! – respondeu ela, enfiando agora todo o pau dentro de sua boca.
Sua boca desceu t�o fundo e aberta que sua l�ngua pode resvalar nos test�culos. E ali foram dadas mais algumas lambidas molhadas e lentas. Ela recuou. O p�nis à sua frente estava totalmente ereto e �mido, chegava à brilhar. Respirou fundo e o sugou para dentro novamente. Realizava movimentos r�pidos e repetitivos. Sua m�o segurava os test�culos do rapaz como se fosse um cacho de uva. E chupando com vontade ela emitia alguns silvos molhados, �midos.
- Nossa madre! Isso! – disse o rapaz deliciado. – Chupa todo o meu cassete! Vai!
- Hum!Hum!Hum!Hum!Hum! – resmungou a madre saboreando, degustando e consumindo o pau do coroinha. – Vai enfia ele aqui na minha boca! Quero senti-lo na minha garganta!
Segurando o membro, mantendo-o duro e esticado, o coroinha o introduziu na boca da mulher. Segurava-a pela cabe�a. Ela afastou-se mais uma vez e come�ou a bater-lhe uma punheta dando pequenas lambiscadas na ponta do p�nis. Olhava-o enquanto o masturbava. Era um pau tenro e atraente. Enfiou-o outra vez em sua boca. As gemas de seus olhos brilhavam, cintilavam. Tabus sendo massacrados por uma vontade insana e tentadora. Impura aos olhos angelicais. Mas mesmo assim viciante como uma droga primordial, antiga. O sexo � assim nesses lugares, quanto menos se podia pensar nele mais se tinha vontade de faze-lo.
Uma mestra religiosa, um ne�fito nos caminhos divinos e uma �nica certeza. Prazer proibido e profano. A vida como ela n�o �. O sexo como ele �. E as vontades como devem ser, rec�procas. Tens�o no cora��o e na mente. A culpa de fazer e o arrependimento de n�o realizar. � assim que o sexo � dentro de uma igreja. Confuso, predominante e ausente, de uma certa forma. Sondando cada canto, cada porta e cada ora��o. Escondido, quieto e espreitando de um quarto escuro e profundo da mente, esperando a hora certa de se lan�ar para frente como um animal faminto e feroz que salta da escurid�o. Olhos e dentes escancarados e de bra�os bem abertos. Um abra�o convidativo, por�m sem volta. Nas diferentes e derradeiras situa��es e oportunidades do dia-a-dia o sexo � como a morte, s� precisa de uma desculpa. E naquele momento as desculpas foram lan�adas para os ares e mandadas para o Inferno. Os caminhos para a tenta��o estavam abertos.
Rodolfo era chupado pela madre superiora com tamanha habilidade que chegou a se surpreender. Nunca em sua vida fora agradado de forma t�o soberba. Nem mesmo pela prostituta que conheceu h� tr�s anos atr�s, ao qual se envolveu em uma ou duas ocasi�es, antes de se tornar um membro assistente da igreja da cidade. A madre chupava-o com eleg�ncia e ao mesmo tempo com ast�cia. Ela enfiou o membro at� a sua garganta e fez uma pausa. Realizou movimentos circulares ainda com ele na boca. Tornou a tira-lo.
- Tire sua roupa. – disse ela.
- Claro! – concordou Rodolfo desafivelando o cinto e desabotoando a cal�a, ainda deitado.
A mulher o ajudou com os sapatos. O rapaz ficou nu da cintura para baixo, mas continuou com a batina. T�o logo ele estava despido a madre o abocanhou novamente. Durante os movimentos sincronizados e incisos realizados por Antonella enquanto chupava o pau de Rodolfo, o mesmo pode perceber o crucifixo de prata preso à uma corrente tamb�m de prata balan�ar em volta do pesco�o da mulher como um p�ndulo. A pequena cruz chocava-se contra os seios da madre por sobre o escuro e grosso tecido de seu h�bito. Isso o excitou. Sentiu seu pau crescer e enrijecer ainda mais dentro da boca da madre. Fechou os olhos enquanto aproveitava aquele momento. A pervers�o na sua forma mais pura.
04
N�o fosse pelos estranhos sons e murm�rios que escutou vindo do quarto ao lado Lucrecia teria, talvez, conseguido terminar aquele vers�culo. O �nico ao qual havia se interessado a ler ap�s o coroinha te-la deixado no aposento do padre Ângelo. O texto em particular dizia algo sobre “A abertura de alguns selos”, e foi justamente quando o segundo anjo de Deus tocou a sua trombeta que a mulher se atentou aos ru�dos abafados e arfantes. Colocou a b�blia sobre a cama, ainda aberta, e se levantou. Caminhou sobre as pontas dos saltos altos indo em dire��o à parede e aproximou seu ouvido esquerdo sobre a fria e �spera superf�cie. Seus olhos, adornados por uma maquiagem cara e escura, abriram surpresos, estupefatos. Em meio ao sil�ncio assombroso que pairava no interior do local conseguiu discerni frases inteiras como “Chupa todo meu cassete!”, “Enfia ele todo na minha boca” e ainda “Quero senti-lo na minha garganta”. A mulher ficou ali intertida e concentrada em ouvir cada palavra e frase do di�logo mundano que vinha do quarto ao lado. Fechou os olhos, como se isso a ajudasse a se concentrar melhor, e quase que inconsciente sua m�o deslizou por sobre a parede e se enfiou por baixo de sua saia tocando a frente lisa e macia de sua calcinha. Enquanto as doces e proibidas palavras chegavam ao seu ouvido ela se masturbava. Sentia sua xoxota molhada e enfatuada por sob a renda de algod�o. Colocou lentamente a lingerie para o lado, tendo que abrir um pouco as pernas para isso, e molhou o dedo. Em seguida tocou o clit�ris. Esfregava-o, umidecendo-o superficialmente. Com a outra m�o tocou os seios cobertos pelo tecido fino e claro de sua blusa. Eles endureceram simultaneamente ao toque. Lucresia molhou os l�bios e se apertou mais contra a parede querendo ultrapassa-la, rompe-la em peda�os duros e empoeirados de entulho acinzentado.
- Hum! – murmurou pra si mesma enquanto introduzia seu dedo na vulva lubrificada e quente. – Hummm!
Percebendo ao ponto em que estava chegando ela se despertou e se afastou da parede, recompondo-se. Os excitantes e ludibriantes sons continuavam chegando aos seus ouvidos, ultrapassando blocos, poeira e cimento, e ent�o ela seguiu para a porta.
A porta do aposento se abriu emitindo um assobio seco e longo. Lucrecia olhou para ambos os lados antes de sair para o corredor à sua frente. Fechou a porta atr�s de si e fez uma careta quando a porta assobiou novamente. N�o queria chamar a aten��o de ningu�m. Caminhando ainda na ponta dos p�s ela parou de fronte a porta do aposento que sem d�vida nenhuma era do coroinha, como ele pr�prio havia informado. Ansiosa e excitada, ela girou a antiga e redonda ma�aneta. Desta vez a porta se abriu em sil�ncio. Sua cabe�a ultrapassou o curto v�o entre a grossa pe�a de madeira e o batente. Sua fisionomia resplandeceu à vis�o e, mais uma vez sua xoxota ficou �mida e aquosa. Sentiu como se a sua feminilidade fosse escorrer por entre as coxas, deslizar pelas panturrilhas e calcanhares e por fim escoar por um ralo que nem mesmo ela podia imaginar aonde iria desaguar. O que sentia era o inicio de um �pice desencadeado pelo puro prazer voyeur. Entrou no quarto e fechou a porta. Rodolfo e a madre n�o perceberam a presen�a furtiva da mulher que se encostou na estrutura escura e grossa da porta apreciando-os, olhando-os enquanto mordiscava os l�bios. Ela deu dois passos para frente.
- Hum? Ent�o � isso o que voc�s fazem na aus�ncia do padre Ângelo? – perguntou Lucrecia tamborilando uma fileira de dedos sobre o queixo. Seus olhos esverdeados sobre a c�tis dourada e maquiada olhava-os com uma pequena insinua��o de desejo.
Rodolfo levantou a cabe�a, mas n�o emitiu frase alguma. Da mesma forma, muda, a madre Antonella, tirou o p�nis do rapaz da boca e respondeu à pergunta da madame com um atraente e convidativo sorriso, sugando novamente o pau de Rodolfo para dentro de seus dom�nios bucais.
05
Rodolfo regozijava de um prazer absoluto e proibido, enquanto que a madre superiora, com uma perna dobrada sobre a cama e a outra apoiada no ch�o, chupava-lhe empolgada o seu cassete, Lucrecia literalmente sentada no ch�o e com as pernas abertas, deixando à mostra uma xoxota j� desnuda e de pelos bem aparados, lambia vorazmente os seus test�culos de baixo para cima. Com uma das m�os a madame segurava seu extravagante chap�u. Rodolfo recebia prazer em dobro e instant�neo.
- Meu Deus do c�u! – exclamou Rodolfo, enquanto as duas mulheres realizavam de forma espetacular a melhor gulosa que ele j� recebera na vida. – Como voc�s duas s�o boas! Vai madre engole meu caralho e voc� Sra. Lucrecia deixa meu saco bem molhado. Vai lambe ele todo!
O rapaz abriu as pernas. Queria sentir os movimentos uniformes das l�nguas e bocas que banhavam toda a sua regi�o genital.
Lucrecia se ajoelhou de frente para os dotes do rapaz e dessa forma come�ou a dividir com a madre, entre chupadas e lambidas, o contundente e ereto pau. A madre lambia de um lado e Lucrecia do outro. Subiam e desciam suas l�nguas em movimentos sincronizados. Suas l�nguas se encontravam pelo curto e �mido trajeto e sibilavam entre si, em seguida tornavam à deslizar por sobre a forma roli�a e dura. Intercalavam entre elas, sem ego�smo, entre quem iria lamber ou chupar o pau rijo do assistente. �s vezes as duas lambiam juntas a cabe�a rosada e oval do p�nis. �s vezes separadamente, mas com o mesmo apetite e sincronia como se j� tivessem combinado o ato avassalador.
A madre passou circularmente sua l�ngua na ponta do enrijecido membro. Lucrecia chupava e, n�o lambia o saco de Rodolfo. Dava pequenas mordiscadas na pele fina e enrugada dos test�culos esticando-a ligeiramente, soltando em seguida. Para realizar ent�o o mesmo movimento.
Rodolfo apoiou-se por sobre os cotovelos à fim de se deliciar enquanto apreciava a cena. “Que vis�o!” – pensou ele enquanto Lucresia deixava de lado seu escroto e se levantava. Colocando as m�os por sobre o ombro da madre Lucrecia ainda admirou por alguns segundos a destemida mulher antes de tira-la delicadamente de sua atua��o. A madre se afastou dando lugar à outra. Lucresia sem rodeios caiu de boca no pau do rapaz. Abriu absurdamente as pernas para cima em um �ngulo de 60ª graus como um compasso e mais uma vez se p�s à se masturbar. Vendo aquela escancarada buceta na sua frente e tomada por um �xtase anormal a madre n�o se conteve e se p�s à lambe-la. Segurando as pernas de Lucresia e mantendo-as abertas, a mulher religiosa ainda com a sua roupa escura com detalhes em branco, lambia de ponta a ponta a xoxota da esposa do prefeito. Lucrecia segurava-a pela cabe�a mantendo-a o mais enterrada poss�vel em sua vulva. Queria sentir a l�ngua da freira serpenteando por sobre seu clit�ris, invadindo o seu canal vaginal at� chegar em seu �tero, se poss�vel.
- Isso madre! Isso! Chupa meu clit�ris! Isso! Ai mesmo!Hum! Hum! Continua!Enfia sua l�ngua dentro da minha xana! Vai! – disse Lucrecia contemplando de sua posi��o a excelente atua��o da madre.
Antonella abria com delicadeza a l�brica vulva da mulher e passava sua l�ngua com tremenda exatid�o e del�rio. Introduzindo-a com afinco e bem dirigida. Sentia o gosto dos lubrificantes naturais de Lucrecia na ponta de sua l�ngua e dentro de sua boca. Gostos e sabores se misturavam à sua saliva. Ela parava, sugava a extremidade mole e chanfrada do clit�ris da fazendeira. Tornava à lambe-la, bajulando-a com carinho.
- Isso madre! Chupa ela toda, vai! – falou a mulher esfregando a parte exterior de sua xoxota pelo rosto da religiosa que se esbaldava, de olhos abertos e às vezes fechados, em sensa��es ardentes e pecaminosas.
O cheiro de sexo cru se espalhava pelo ambiente. Contaminando a atmosfera como um g�s venenoso, por�m na atual circunst�ncia, viciante e embriagante.
A madre se levantou e se despiu. Por sob a vestimenta negra e respeitada, por incr�vel que pare�a, um corpo atl�tico foi apresentado. As cortinas foram abertas revelando aos expectadores uma Sra. Antonella nunca antes conhecida. A meia cal�a fina e preta presa à cinta-liga assim como o conjunto de itens da mesma cor faziam com que suas delineares curvas se sobressa�ssem para o mundo ao redor em forma de um chocante segredo. Rodolfo apreciando surpreso a cena sentiu uma vontade insana de penetrar seu pau por entre a deliciosa e direita bunda de sua professora. Antecipando o fato j� se imaginava segurando-a pelo suave quadril e metendo-lhe vagarosamente seu var�o duro e reto para dentro de sua vagina. “Que delicia” – pensou ele enfiando ainda mais sua rola para dentro da boca de Lucresia.
A madre superiora Antonella Cagliari, descendente de imigrantes italianos, continuou com seu chap�u e com seu par de sapatos pretos e pontudos de salto levantado. “Sapatos de bruxa” – pensou Rodolfo estupefato com a vista. “Uma bruxa malignamente deliciosa”. Voltando à sua posi��o ela apontou sua bunda primorosa para cima. A pele lisa e clara do monumento de carne e m�sculos refletia, ainda que fraca, a luz do ambiente. Uma vis�o para ser pintada à tinta, do mais claro tom, em uma tela art�stica.
Rodolfo ent�o deu vaz�o à sua imagina��o e num movimento r�pido j� estava em p� atr�s da mulher. Lucrecia agora se deitava, ainda com as pernas bem abertas, enquanto a madre chupando-a sentiu o pau do jovem deslizar pontudo pelo interior de sua xoxota.
- Nossa madre! Que bucetinha deliciosa que a senhora possui! – delirou Rodolfo sentindo em seu cassete as extremidades �midas e apertadas da vulva de Antonella.
Segurava-a pela cintura enfiando de forma sagaz e precisa seu pau. A cada introdu��o uma sensa��o e a cada retirada seu pau trazia consigo uma membrana fr�gil e avermelhada que o rodeava, que naquela �tica de vis�o parecia querer engoli-lo.
- Isso Rodolfo! Mete esse pau em mim! Vai! Ai que delicia! Hum! Isso! – a voz da madre saiu deleit�vel e dengosa. – Vai meu rapaz! Vai! Vai! Isso! Mete fundo!
- Vai Rodolfo! Mete esse pau na buceta dela! Mete fundo! Do jeito que ela gosta! – disse Lucrecia tomada pelo desejo e apertando os bicos dos seios. Lambendo-os e chupando-os, interpondo-os com sua viscosa l�ngua.
- Meto sim! Meto tudo na senhora, Madre! Senti meu caralho fodendo-a!
O rapaz à penetrava radiante. Pequenas got�culas de suor brotavam de sua testa. Seus cabelos, lisos e castanhos, aos poucos se tornavam rebeldes. Espalhavam-se por sua cabe�a, oleosos e pontudos. Jogou alguns fios para tr�s da orelha com a m�o. E continuou à meter firme em Antonella que se empinava cada vez mais em seu colo.
O jovem iniciante religioso à grudou pelos ombros e à puxou. Ela emitiu um som inarticulado que misturava tes�o e paix�o. Queria sentir o calor do corpo da mulher. Tirou a batina afoitamente e voltou à segura-la. Antonella retribuiu o ato passando seu bra�o ao redor do pesco�o do rapaz. Suas costas tocaram o t�rax suado e firme de Rodolfo. Envergou as costas e o beijou ardentemente. Lucrecia se levantou e foi direto para os seios da madre. Sua boca atrevida e quente pousou sobre a rosada aureola de uma das gl�ndulas recuando solenemente os l�bios, espremendo, sentindo e umedecendo o duro e eri�ado bico do seio. Segurava-o com as duas m�os enquanto se deliciava. Passou sua l�ngua em movimentos circulares sobre a ponta de um e depois na do outro. Chupava-os, mamava-os alternadamente. Sua boca e l�ngua pareciam ter vida pr�pria. Deslizava e beijava o pesco�o, ombros e a boca de Antonella. Rodolfo enfiou sua l�ngua em um dos ouvidos da madre que sentiu subitamente sua pele e pelos se arrepiarem ao toque.
- Voc� gosta? Fala pra mim! – sussurrou baixo no ouvido dela.
- Hum! Sim!Gosto sim! Eu adoro! N�o para! Por favor, n�o para! – suplicou Antonella.
Lucrecia lambia agora o queixo da mulher descendo vagarosamente sua l�ngua para o meio dos seios. Sentiu o pingente de prata esbarrar na ponta do seu nariz. Continuo a descida, passando pela barriga e parando no clit�ris. Ali ficou por alguns instantes. Agachando-se um pouco mais conseguiu lamber o clit�ris e o pau de Rodolfo juntos num mesmo movimento.
Prazer sem discri��o. Naquele momento Lucrecia, madre Antonella e Rodolfo se entregavam às vontades do corpo e da luxuria. Heresia? Talvez. Mas qual seria outra forma de controlar esse desejo voraz se n�o entregando-se à ele. Controle, essa era a quest�o. Naquele momento o quarto do coroinha era uma imensa bacia de ingredientes. Em seu conte�do doses cavalares de prazer, desejo, f�, luxuria, ardor, sexo, suor, bocas, corpos, odores, heresia, cores, vontades, precipita��es, cumplicidade, arrependimentos, mente, pensamentos e entrega se misturavam com a tang�vel e fraca alma humana. Libidos sendo tocadas. Desejos lan�ados à frente. Prazeres, outrora proibidos, sendo degustados. E o diabo ao fundo aplaudindo, vibrando, balan�ando bandeirolas coloridas e soprando, no ar, bolas de sab�o em cada lambida, em cada penetra��o em cada sensa��o e em cada pecado. Um ac�mulo pecaminoso de atos libidinosos. Teria para si um caminh�o cheio deles vindos diretos de Soberba. A boca do inferno se enchia de �gua s� em pensar. O verdadeiro f� n�mero do homem aguardava crente e ansioso.
06
A esposa prepotente do prefeito se arreganhou deliciando-se com a penetra��o. Com as m�os apoiadas sobre a cama e por baixo das dobras das pernas da mulher, Rodolfo introduzia seu var�o na buceta molhada e escorregadia da madame. Com uma flexibilidade invej�vel ele movimentava sua bacia para frente e para tr�s.
- Isso! Vai Rodolfo, me fode toda!Oh! Oh! Ai! Isso! Mete esse caralho na minha xoxota! Vai! – bradava Lucrecia, enquanto a madre chupava seus seios turbinados e siliconados. – Mais forte garoto! Bota pra fuder isso da�! Vai!
- Sim! Sim! Boto pra fuder na senhora! Toma! Puts! Toma meu CA...SSE...TE! – gritou Rodolfo ofegante. – Senti meu caralho em voc�!
Os movimentos se intensificavam. O rapaz agora beijava Antonella que naquele instante sentava-se aberta por sobre o rosto da mulher. Lucrecia lambia o cu e a buceta da madre enquanto era penetrada pelo coroinha. Sentia sua xoxota em chamas. O gozo brotava de seu interior. Rodolfo tra�ava a mulher do prefeito com vontade. Respirava fundo. Seu rosto estava rubro. Suor j� escorria pelo seu pesco�o e peito, mas mesmo assim n�o parava de atacar com sua contund�ncia a xana de Lucrecia. Antonella, prestativa, ajudou o rapaz em sua penetra��o abrindo ainda mais as pernas da mulher enquanto suas l�nguas travavam uma luta voraz e suculenta entre elas. Um fio de saliva pingou, impercept�vel, sobre o ventre tr�mulo de Lucresia, misturando-se ao seu suor.
- Vai Rodolfo! Acaba com ela! Enfia seu pau nessa buceta! – suplicou a madre. Lucrecia continuava com seu �timo trabalho logo a baixo de sua cintura. Chupava os fundos da madre com destreza e vontade. – Vai Lucrecia! Enfia sua l�ngua no meu cu! Quero senti-la em mim!
Lucrecia obedeceu e separando as popas da bunda da madre deixou seu cu em evid�ncia e o lambeu. A ponta de sua l�ngua dan�ava ao redor do orif�cio anal. Desceu para a xoxota e voltou para o cu, molhando-o com sua secre��o.
O conjunto dos tr�s era uma f�brica de prazer em pleno funcionamento, engrenada. Seus corpos, mentes e desejos eram engrenagens perfeitamente lubrificadas e encaixadas, trabalhando agressivas e sincronizadas.
- Minha No...ssa Se...nho...ra! – gritou em �xtase Lucresia sentindo o ritmo bomb�stico e penetrante do rapaz. Seus olhos viravam de prazer. – Voc�...es...t�...acabando...co...mi...go! Meu Deusssss!
Rodolfo continuava a sua cruzada. Antonella gemia esporadicamente enquanto mordia o l�bio inferior. Lucrecia sentia as coxas duras do rapaz chocando-se contra a sua bunda. Plaft! Plaft! Plaft! Plaft! O som da colis�o era estalado, aberto, como o de um tapa num peda�o grande e denso de uma pe�a de carne. Ah, sim! Era nost�lgico tamb�m! Banhado pela mistura de sons, murm�rios e afagos, Rodolfo estava prestes à gozar. Recuou arfante seu p�nis de dentro da vargina da metida mulher.
- Santo Deus! Eu vou gozar! – exclamou ele segurando e massageando seu pau.
- Vai goza gostoso em cima de mim! – ordenou Lucrecia passando as m�os delirantemente sobre os seios.
Antonella meneou para o lado e aproximou seu rosto dos seios da mulher.
- Isso goza, querido! Goza na minha boca tamb�m! – disse a madre. Sua l�ngua j� aguardava totalmente esticada para fora.
Rodolfo se acomodou sobre a cama e segurou a cabe�a da madre bem pr�xima aos seios de Lucresia.
- Vou gozar! Vou gozar pra voc�s duas! Vou...caralho...! – exclamou o coroinha enquanto sentia seu s�men ser jorrado de seu interior como a lava de um vulc�o em erup��o. Seu rosto se contorceu de prazer. – Nossa! Que deliciaaaa!
Seu esperma lan�ou-se primeiramente contra a l�ngua da madre. Escorregando em espessos e finos fios para cima do busto de Lucrecia. Ela o espalhava afoita, necessitada. Enquanto Antonella agarrava o pau do rapaz e o enfiava na boca sugando toda a sua virilidade. O rapaz se aliviava radiantemente sobre as duas, alcan�ando o �pice, o pico do prazer, o nirvana da lux�ria e do ardor sexual. “Transcendental, se � que poderia expressar assim. E por que n�o? A situa��o, a experi�ncia, o ato em si tinha sido de todo espetacular. Ent�o por que n�o usar aquela palavra, que resumia em suas letras, o que havia sentido?”. – pensou ele enquanto admirava suas duas c�mplices beijando-se e acariciando-se agradecidas. “Transcendental” – berrou ele em sua mente sentando-se em sua cama, bastante satisfeito e exausto.
Ficaram ali, mudos, por alguns instantes. Apreciando e sentindo o sil�ncio que se sucedia ao ato. Era simplesmente not�rio.
- Preciso tomar um banho urgente! – disse Lucrecia imediatamente recolhendo suas vestes. – O padre Ângelo j� deve estar voltando.
- Venha comigo! – disse Antonella atenciosa recolhendo tamb�m suas roupas. – Vou lhe mostrar onde fica o toalete.
- Claro! Por favor, madre!
As duas seguiram para a porta. Rodolfo às olhava exaurido. A madre abriu a porta e bisbilhotou o corredor. Tudo tranquilo. Passaram pela porta. Rodolfo despencou na cama. Seus olhar ainda descrente olhava sorridente para o teto do aposento.
- Seu var�o est� em �tima forma, Rodolfo! – disse sua professora com um sorriso satisfeito no canto da boca parada na porta. – Os ensinamentos de hoje mostraram bons resultados! – disse ela em seguida e fechou a porta.
Rodolfo sorriu e tentou falar algo, mas a mulher j� havia se retirado. Seguiu adiante em seus pensamentos e devaneios.
Ato III: A Consuma��o Do Fato
01
“Uma reforma na Igreja”.- insinuou a megera em sua mente. “Mais fi�is, mais dinheiro!”.
Girou o volante à direita. De fisionomia cansada e j� com profundas e vis�veis olheiras em seu rosto Ângelo sentia que a cada dia que passava se enterrava mais e mais em seus pr�prios pecados. Convencer Gabriela à se casar, pelo puro interesse pol�tico e financeiro de sua m�e, seria apenas mais um. O interior de sua mente estava confuso, desordenado como fios coloridos e finos de uma gigantesca caixa de energia. At� que ponto estava disposto à continuar? At� que ponto seria capaz? Comprimiu os olhos intensamente, tornou a abri-los. N�o sabia. Essa era a simples e barata resposta. N�o sabia como poderia mudar aquele estado enleado e tenso ao qual vivenciava constantemente no seu dia-a-dia. Queria se desatar da sua consci�ncia religiosa porque dessa forma as culpas, que ele mesmo se agregou, seriam deixadas para tr�s como um saco pesado cheio de lixo do passado ao