No hospital, a enfermeira v� as horas. No por�o de uma casa, o despertador toca. E um homem, de coleira e amarrado, ergue a cabe�a no escuro, aspira saliva do lado da boca aberta por uma morda�a de couro, e os m�sculos de seu corpo se animam. Ela logo estar� em casa. Ele logo a sentir� de volta.
�s 15h, a enfermeira desce a rua, deixa o plant�o do trabalho indo pra casa onde mora, perto do hospital. As m�os firmes, cor de leite, nos bolsos do jaleco branco. Sente uma press�o nos seios, como se algo os esmagasse, um aperto nos mamilos, como se estivesse sendo pisada nos seios. O sapato branco pisa macio o asfalto. Ela ginga o quadril ao subir na cal�ada e sente um afago ardendo entre as pernas, rasgando a vagina fresca que ro�a, na aus�ncia de calcinha, no pano da cal�a. Ela pisca para o dono da padaria que lhe fizera um gracejo. Arqueando a linha dos l�bios num quase riso de l�bios fechados ela oculta o que sente. � discreta. Ela aguenta. Em sua beleza escandinava ela anda macio feito uma v�bora que desliza para a toca.
No bar do seu Jonas, ela perde uns minutos com duas outras enfermeiras ali sentadas, e bebe um copo de guaran� Kuat com dois dedos de caipirinha e meio lim�o. Era a rotina, às sextas-feiras de tarde. Sempre a mesma bebida essas amigas, nesse hor�rio e nesse bar. Ela solta o cabelo e fios loiros caem da xuxinha roxa, fio a fio, em pontas soltas brincam na testa e bochecha dela, uns fios atingem a base curva do maxilar que � r�gido como o de uma boxeadora sexy, onde escorrem m�nimas gotas de um suor melhor que suco natural, para dentro da camisa branca.
As 3 enfermeiras falam de sacanagem na mesa do bar. Uma das amigas n�o desvia o olhar de sua boca, ela nota. “Um dia ainda como essa mulher”, ela pensa.
– Ta de olho na minha boca, quer me beijar? – ela diz.
– N�o viaja, perua. � que – ela hesitou – sua boca tem um jeito, sei l�, estranho, de desprezo, at� quando voc� ri. � estranho. Voc� se acha, n�, sua bisca.
– N�o. Eu n�o acho porra nenhuma. Eu sei. Eu como quem eu quiser. – As duas riram. – Mas eu tenho que ir embora agora. Depois a gente combina.
– Humm, rolou um clima. – As tr�s rindo brindam à brincadeira, ela bebe e se despede, beija as amigas na bochecha, mas a do flerte ela beija mais sexy e devagar, perto da orelha e sussurra no seu ouvido “que tal essa boca estranha lambendo seu p�ssego em caldas?” e foi embora. A outra bebia distra�da achando que era apenas brincadeira das amigas, perguntou sem interesse, o que ela disse.
– Ah, besteira. – Mas ambas sabiam que o clima rolando era real.
A enfermeira enfia as m�os cor de leite nos bolsos do jaleco branco fechado e ao se virar d� um beijo no ar se despedindo do seu Jonas no balc�o, ele lambe os l�bios, ao lado da mocr�ia sua esposa que d� nele com um jornal velho enrolado. A enfermeira nota o golpe bobo do jornal e tem uma id�ia que parece boa.
Ela � uma mulher de postura ereta, alta e magra, de contornos lisos e bem torneada de m�sculos. Faz academia e tem um saco de socar na �rea dos fundos de casa. O corpo firme, malhado, mas de pouco volume. Magra de um modo objetivo. Ela ro�a as barras retas da cal�a branca ao passar pela sombra de uma �rvore, quase na esquina. Uma dona brinca com o filho ali perto e acena em respeito à “dona m�dica”. A enfermeira a cumprimenta num gesto de cabe�a, discreto, bastante profissional e desce o meio fio na esquina e atravessa a rua para uma banca de revistas na pra�a.
Na banca, chupa um Tablito enquanto passa a vista nas filas de revistas, escolhe uma, a enrola num tubo e golpeia-o com a canhota na palma da m�o direita. Espreme os olhos, pensa e bate de novo, a imagem de um homem atingido pelo golpe da revista nas costas e nas coxas, no rosto e num p�nis meio duro com pregadores de madeira no saco, vem à sua mente. Insatisfeita, escolhe outra revista, e gosta do resultado. Ela paga com as moedas e atravessa a pra�a de grama verde para a rua estreita do outro lado. Ap�s cumprimentar vizinhas que papeavam sobre a novela do dia anterior, abre o cadeado do port�o pequeno e entra em sua casa. A v�bora se enfia na toca.
Ela cruza o jardim. Entra na sala escura de persianas fechadas nas janelas. No canto, liga o som, abre o jaleco pra se refrescar, p�e um CD de m�sicas selecionadas e vai para o quarto, dan�ando Love Profusion, da Madonna. Tira o jaleco e pendura-o no cabide. Abre o bot�o da cal�a, desce o z�per e alisa a virilha tatuada e sem calcinha. Ela cruza os bra�os e puxa a camisa por cima do rosto. Conforme a camisa sobe, surgem as presas de uma cobra g�tica roxa tatuada na virilha. Ela joga a camisa na cama e se olha no espelho. A cal�a branca de bot�o e z�per abertos em “V” exp�e uma virilha tatuada e uma barriga firme, de abd�men malhado, b�ceps torneados, pele cor de leite. Ela aprecia um detalhe bizarro no seu busto, que esconde nas horas no hospital debaixo do disfarce branco de enfermeira pura e educada. Fita isolante colada nos seios. Esmagando-os.
Ela alisa a fita isolante colada nos seios que os deixa amassados como bexigas pisadas no peito. Os seios m�dios nus tortos e esmagados por fitas adesivas. Um detalhe delicioso, o preto grosso da fita usada pra encapar fios de luz na sua pele cor de leite. Deformando suas mamas de curvas macias t�o bonitas. Assim, suas mamas a excitam mais, a degrada��o a excita mais. Ela adora se olhar e se tocar nesse estado. As tiras pretas cruzam o meio dos seios em “X” deixando o peito liso, as mamas amarradas e os mamilos esmagados no meio do “X” das fitas isolantes.
Ela alisa as palmas nos seios. Morde a gengiva. Os seios est�o doloridos, paralisados, cerca de 24h assim, o plant�o todo. Ela tenta achar os mamilos com as unhas por cima da fita, n�o acha. Raspa ent�o a unha na ponta da fita preta e puxa, desgruda um pouco, a cola repuxa a pele e fica quente no lugar onde ela ergue a ponta da fita. Ela ent�o a puxa de uma vez se contorcendo ao faz�-lo. Ela inspira fundo, como se fosse um orgasmo. Surge um ret�ngulo vermelho em diagonal na pele de leite. Ela o examina com os dedos e gosta. Tira uma a uma as fitas das mamas e as toca, as apalpa, sente as mamas maltratadas e gosta. Pervertida e feliz. A linha dos l�bios ondula no riso enigm�tico curtindo aquele sinistro prazer. Enfim, em casa e apenas no come�o da folga.
A enfermeira tira a cal�a branca, curva o quadril um pouco para ver a boceta. Examina as tiras de fita isolante na vagina, alisando-a com a m�o. Dobra a cal�a sobre a cama, posiciona o cal�ado branco e as meias ao lado de outros, todos brancos e organizados. A Madonna canta.
Ela dan�a, ginga o quadril, olha-se no espelho e se toca. Raspa as unhas na vagina, desliza as unhas nas fitas isolantes entre as pernas, que ela usava para manter os l�bios vaginais abertos durante todo o plant�o no hospital, e outra fita colada indo do umbigo at� a bunda nas costas, passando bem no rego vermelho-vivo da vagina e no meio das n�degas, a cola tapando a pele rosa do �nus. Ela morde os l�bios, raspa a genit�lia adesivada com as unhas. Bem acima da prega da boceta, a ponta da fita cobre uma tatuagem de cruz vermelha, s�mbolo da sa�de, a cruz est� na boca da serpente roxa. Entre presas pingando veneno. Ela ro�a a ponta da fita isolante com a unha e a puxa.
A enfermeira solta, primeiro, a fita dos l�bios vaginais. De quadril encurvado em posi��o de quem fode, massageia os seios. Aprecia a sensa��o dolorida, sente arrepios nos p�los loiros do bra�o e no cangote. Tira, enfim, a �ltima e maior tira adesiva da fita isolante preta e geme gostoso. Ela se contorce dan�ando como uma serpente afogada em pecados, as marcas vermelhas em carne viva na pele cor de leite, a dor alucinante e o som sacana da Madonna levam a enfermeira a se tocar nas �reas doloridas gemendo e dan�ando.
– You make me feel, you make me know – ela canta , ginga o quadril e se toca sacana.
Pouco depois, ela morde uma p�ra e bebe um copo de suco Ades de ma�� na cozinha, e toma com o dedo um potinho de Activia de ameixa. Ent�o cruza o corredor, entra na dispensa e abre outra porta dentro da dispensa. A porta secreta. Ela est� nua. Cal�ando apenas um imenso salto alto vermelho, bem de puta, e um colar fino tipo coleira com um pingente de cruz vermelha. Ela entra pela porta e desce por uma escada. Est� escuro l� embaixo. O salto alto ecoa nos degraus at� o por�o escuro. Aos poucos, ela acende velas grossas coloridas em casti�ais nas paredes. Pega um jaleco de l�tex preto e o joga sobre o corpo nu. O salto ecoa no ch�o vermelho. A luz amarela aos poucos clareia o escravo que a enfermeira guarda no por�o. [[email protected]]