Meu Amigo me Amava – Parte XXIV
Inicio pedindo desculpas pela numera��o dos contos, s�o tantos que sinceramente nem me lembro mais. Bom... qdo o Pedro me pergunta, ali na cama do motel pra voltarmos, sinceramente, v�rias coisas passaram pela minha cabe�a, mas a que mais me deixava triste, a que mais me feria era o Jhonny. Ele n�o merecia, eu n�o merecia, e acho hj que nem o Pedro, por mais que ele tenha aprontado. Por mais que ele tenha me batido, eu tbm bati nele v�rias vezes, por�m, uma coisa que eu jamais iria perdoar foi eu o ter flagrado comendo aquele mo�o loiro, bonito no banheiro da boate, e mesmo eu vendo, ele me vendo ver aquela cena, por mais que tiv�ssemos brigados, eu tivesse pedido pra terminar, doeu, machucou, foi um choque... e n�o saiu da minha cabe�a, ainda mais que estava td muito recente na minha cabe�a, foi ontem. Mesmo depois de ter passado a sensa��o, o tes�o do sexo, que at� ent�o foi o nossa transa mais intensa, de mais entrega, testamos nossos limites, e confesso agimos mais como animais. Foi bom... � bom estar com o Pedro, sentir seu cheiro, tocar seu corpo. Era intenso. Enquanto que com o Jhonny sentia uma calma, uma paz, um sentimento tranquilo, que me acalmava, com o Pedro era completamente às avessas. Era uma coisa de pele, havia sentimento claro, mais o sexo, o tes�o sempre falou mais alto, mais at� do que a raz�o. Qtas brigas, in�meras discuss�es, agress�es, que no final sempre acabavam onde? Na cama � claro. Qdo ele me perguntou se eu estava afim de voltar disse na lata: “Pedro... quem era aquele cara de ontem. Quem era o mo�o loiro que vc estava comendo ontem no banheiro da boate feito um animal?” Ele come�a a sorri, d� um sorriso de deboche, de sarcasmo, eu me irrito e vou pro banheiro tomar um banho e sair, ele vem, entra debaixo do banheiro comigo e come�amos a conversar: “Breno cara, foi pra te colocar raiva pow... o cara estava me dando mole desde que entrei, mandou um papo no meu ouvido perguntando se eu queria d� uma foda no banheiro, sabia que vc estava vendo e fui pra te irritar.” Qdo ele fala isso, me irrito ainda mais e lembro no que o Jhonny tinha me dito, concluo o qto sou previs�vel, idiota, notei o tamanho do controle que o Pedro exercia sobre mim, e isso n�o era bom, n�o � bom... nunca foi e nunca ser� vc ser controlado por uma pessoa, e o Pedro do jeito dele, mesmo sem querer me controlava. Ele continua: “E vc leke, com aquela mina lah, no maior love, maior pega��o, tu n�o sabe o qto queria tirar com sua cara, qdo vi o mulek�o lah com a Alessandra no maior amasso, mais vc neh, logo arrumou uma mina pra n�o ficar por baixo.” O corto na hora dizendo que n�o tem nda haver, que o Jhonny � meu amigo, o Pedro me cala com um beijo debaixo do chuveiro, me lava todinho com o sabonete, sinto aquelas m�os grandes, e ao mesmo tempo macias acariciando cada parte do meu corpo, me lavava e observava cada detalhe, parecia que nunca tinha me visto. Me enrolo na toalha e come�o a me vestir, ele tbm. Ficamos em silencio. No carro o Pedro novamente me pergunta sobre o Jhonny “ E ae leke, vc como sempre mudou de assunto e n�o me respondeu, vamos fazer as pazes ou n�o, vamos voltar a ficar juntos?” Respiro fundo e digo que vou pensar, que estava em d�vidas, que ele havia me magoado muito, ele me olha, e finge que aceita. Por�m n�o esquece de perguntar sobre o Jhonny: “ Leke qual � o seu lance com aquele muleke do Jhonny cara? Tudo bem que o cara me ajudou, serei eternamente grato, o cara � gente boa, n�o vem vc pensando que tenho raiva do cara que n�o � isso, mais sou humano cara, sou transparente. Sinto ci�mes de vcs dois, mesmo sabendo que o cara ta ficando com a Al� E tal, derrepente ele nem saca que vc seja bi, mais sei lah, onde tem fogo tem fuma�a, sempre os vejo juntos, � na praia, maior intimidade na sua casa. Pow ta na dele neh, tu ta amarrad�o no leke?” Eu dou um sorriso e decido contar a verdade, como o Jhonny tinha em cobrado no s�bado, joguei abertamente com o Pedro: “Cara, o Jhonny � gay. N�o parece, eu tbm se ele n�o tivesse me dito, se eu n�o o conhecesse n�o acreditaria, mais ele me confessou, n�o s� pra mim mais pra sua fam�lia toda. Ele � gay, curte homens, e me disse h� uns dias que me ama, que gosta de mim. No s�bado depois daquela confus�o toda, que te peguei cravado na bunda daquele cara lah na boate nos beijamos. Pedro na boa... n�o sei mais o que pensar. N�o queria, n�o sou assim galinha vc sabe, mais sei lah.” O Pedro freia bruscamente o carro e estaciona. Me olha, era uma mistura de raiva, sofrimento, n�o sei o que, e fala: “Eu sabia leke, estou te perdendo, eu senti, eu sinto, at� hj na cama vc estava diferente, as vezes distante. Cara na boa, n�o vou aguentar te perder, s�rio, n�o vou, me conhe�o, vou ficar mal. Cara, vou conversar com esse leke. S�rio, vou bater um papo com ele. A� nem me olha com essa cara, pra ele ter aberto o jogo contigo vc j� deve ter contato sobre a a gente certo? Ent�o... blz, eu e ele, parada de homem.” Corto o Pedro, digo que quem decide da minha vida sou eu, ele n�o me ouve, des�o do carro e vou caminhando, o local onde ele estacionou era duas ruas da rua da minha casa fui caminhando. O Pedro foi em dire��o pro bairro onde ele mora. Chegando no port�o de casa vejo o Jhonny sentado na varanda, parecia que estava me esperando. Ele assobia e eu entro: “Fazendo o que ae cara? Vai pra dentro.” Eu entro no quintal da sua casa, e ficamos conversando no sof�, me senti p�ssimo, o �ltimo dos homens: “Cara estava aqui pensando na gente, em tudo, nas voltas que a vida nos d�, pensa cara precisei sair da minha cidade, vir morar no Rio lugar totalmente estranho pra mim, pra te conhecer brother, pra me apaixonar de verdade, cara estou muito feliz, tu n�o sabe o qto. Conversei com minha m�e e td hj.” Qdo o Jhonny me diz isso, que falou pra m�e dele eu gelei, pensei na hora, “caralho, a m�e dele vai contar pra minha que curto homens e o circo vai pegar fogo lah em casa, pensei no Rick, pensei em td”. Ele me olha assustado, indignado com o meu preconceito, com o meu medo e me d� maior bronca: “Breno, que isso leke, n�o falei que estava apaixonado por vc, falei que conheci um cara aqui do Rio e que estou gostando dele, minha m�e me d� maior for�a, diz que quer conhece-lo, pra eu se cuidar. Minha m�e me ama cara e me aceita como eu sou.” Na hora respiro um pouco aliviado, mais me senti p�ssimo, percebi nesse momento o qto ainda tenho preconceitos dentro de mim, em rela��o a minha op��o, em rela��o a se aceitar, mais como o pr�prio Jhonny disse cada um tem o seu tempo, e o meu ainda n�o tinha chegado. Ficamos mais uns instantes conversando, at� que o Jhonny me chama pra entrar que ele queria me mostrar algo no seu nootbook. Qdo ele abre a porta ouvimos: “Nuancy, que barbaridade � essa que vc est� me dizendo. Mulher eu n�o aceito, o Jhonny sabe disso. Meu filho pow, peguei no colo, criei, vi crescer, td o que um pai faz com um filho eu fiz com o meu, ensinei a andar de bicicleta, a jogar bola, jamais desconfiei do meu filho pow, at� com meninas em casa j� o peguei, e olha que n�o foi uma s� n�o. Vc lembra o inferno que era de garotas no port�o de casa chamando nosso filho. E agora depois de velho, de est� um homem feito ele vem com essa de que � viado, de que gosta de homem. Eu nunca acreditei nisso, sempre pensei que fosse maluquice da sua cabe�a e da Carla. Mais agora vir apresentar namoradinho aqui em casa, isso nunca, eu prefiro morrer, prefiro a MORTE mulher”. Foram essas, sem tirar nem por as palavras de seu Henrique para D. Nuancy na cozinha da casa deles, a conversa era t�o alterada por conta de seu Henrique que da porta da sala eu e o Jhonhy ouvimos tudo, meu cora��o gelou na hora, qdo olho pro Jhonny ele est� completamente atordoado. Sua m�e D. Nuancy percebe que estamos ali, seu Henrique depois vem, olha pro filho, n�o com raiva mais com pena, deu pra perceber o qto ele ama o Jhonny, mais n�o aceita, n�o adianta, eu olho pro Jhonny mais naquele momento era algo de fam�lia, uma coisa delicada, o intruso ali era eu. Ent�o numa atitude desesperada o Jhonny come�a a gritar: “Pai... eu sou seu filho, seu filho porra, vc acha o que? Acha que eu queria, que eu queria ser assim? Gostar de homem, poxa pai, tu n�o tem no��o do qto � foda isso, do qto � dif�cil, e tu diz que prefere morrer do que me aceitar....” As palavras do Jhonny nem saiam direito, ele chorava, solu�ava forte, se em meu peito aquilo doeu, do�a, imagine dele, que ouviu da boca do pr�prio pai. Sua m�e vem chorando pra lhe abra�ar, deu pena, o Jhonny a abra�ou, eu tentei o segurar mais foi em v�o, ele me empurra pela porta, liga a moto que estava na varanda e sai em disparada, e sem o capacete, acelera mesmo sai por conta, ao ouvir a arrancada da moto sinto algo estranho, n�o vou dizer que sou intuitivo, que tenho dons, e coisa e tal, mais sinto algo negativo, pesado mesmo. D. Nuancy vem at� o port�o aos prantos, e seu Henrique da porta,com maior cara de arrependimento. O Jhonny some pela estrada. Seu Henrique pega as chaves do carro e vamos eu e ele atr�s do jhonny pelo Rio de Janeiro, damos voltas pelas redondezas durante alguns minutos, quase uma hora, qdo avistamos um engarrafamento, seu Henrique pergunta a um rapaz que passava caminhando o que tinha acontecido, o rapaz diz que foi um acidente com um cara de moto, ao falar isso abro a porta do carro igual um desesperado e saio correndo, desesperado. Qdo chego perto vejo uma confus�o de curiosos, vou empurrando td mundo, ainda n�o havia chegado bombeiros, apenas os policiais, qdo vejo a placa da moto... pronto, bate o desespero, os policiais me impedindo, eu e empurrando. Vejo o Jhonny desmaiado, td ensanguentado no ch�o. No meu desespero.
Continua...
Pessoal fico feliz por estarem acompanhando, qdo disse ontem ser a reta final n�o significa exatamente o fim. Aguardo contatos.
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